Sérgio Malbergier - FSP
O Brasil pirou. Mônica Bergamo revelou que o cineasta Fernando Meirelles se retratou na Justiça com João Santana, o marqueteiro de Dilma e do PT, por tê-lo comparado a Joseph Goebbels. Para escapar da ação por danos morais movida por Santana, Meirelles disse que mencionou o nefasto ministro da propaganda de Hitler porque ele "teria sido referência profissional pioneira na área do marketing político ao adotar postura e estratégias inovadoras para a época".
Para escapar do bangue-bangue da política brasileira, só elogiando Goebbels. É isso um país?
Dilma (e o que ela representa) teve a proeza de nos conduzir da estabilidade econômica à instabilidade total, incluindo a mental. Não faz bem à psique nacional, e já é resultado desse estado mental coletivo deteriorado, acompanhar diariamente o espetáculo deprimente e eletrizante da política brasileira.
Do noticiário de ontem o que foi mais notável? Evangélicos pedindo a
queda de Eduardo Cunha enquanto petistas o sustentavam no cargo? A briga
do senador Ronaldo Caiado com o ministro Eduardo Braga ("safado é vossa
excelência!", "bandido é vossa excelência!")? O discurso de Lula quase
admitindo o estelionato eleitoral (operado por Santana)? A tropa de
choque do MTST atacando manifestantes pró-impeachment e espetando suas
costas diante do Congresso depois do líder do PT tê-la exortado a isso? O
ministro da Justiça pressionando a PF depois de ela intimar o filho de
Lula? A intimação do filho de Lula? O cinismo absoluto das respostas dos
políticos flagrados fazendo o que sempre soubemos que eles faziam?
Goebbels como álibi para escapar de punição?
O novelo não tem fim. São séculos de malfeitos, em metástase desde então. A estabilidade duramente conquistada depois da sequencia Itamar-FHC-Lula foi a primeira chance de escaparmos do Brasil arcaico. Até Dilma (e o que ela representa) destruir o novo Brasil ou desmascará-lo. Nem mais o país do futuro somos. No mercado internacional, somos o país do passado. E àquela pergunta, se teremos um fim horroroso ou um horror sem fim, surge uma terceira opção: ambos.
O slogan do Brasil hoje pode ser "Dê asas ao seu pessimismo". A economia não consegue escapar do atraso da política. O indispensável ajuste fiscal é pautado não pelas pressões econômicas urgentes, mas pelos interesses imediatos de poucos políticos, como se fosse assunto corriqueiro. Votar o ajuste das contas públicas? Vamos deixar para o fim do ano. Assim perdemos um ano, fomos rebaixados pelas agências de risco, o crédito ficou mais caro, a confiança sumiu, milhares foram e são demitidos diariamente.
Joaquim Levy, o cansado, não cansa de falar todos os dias e cada vez mais do alto custo da procrastinação irresponsável de Brasília. Às vezes soa mais como acusador que executor. E ele está certo. A ilha do Planalto Central criou para si realidade paralela, o resto do país que espere.
Mas a dor ensina. O progresso econômico não foi capaz de destruir o antigo regime político brasileiro, mas o progresso institucional e principalmente o voto podem fazê-lo.
A educação política do Brasil nunca teve aula tão didática e envolvente.
O novelo não tem fim. São séculos de malfeitos, em metástase desde então. A estabilidade duramente conquistada depois da sequencia Itamar-FHC-Lula foi a primeira chance de escaparmos do Brasil arcaico. Até Dilma (e o que ela representa) destruir o novo Brasil ou desmascará-lo. Nem mais o país do futuro somos. No mercado internacional, somos o país do passado. E àquela pergunta, se teremos um fim horroroso ou um horror sem fim, surge uma terceira opção: ambos.
O slogan do Brasil hoje pode ser "Dê asas ao seu pessimismo". A economia não consegue escapar do atraso da política. O indispensável ajuste fiscal é pautado não pelas pressões econômicas urgentes, mas pelos interesses imediatos de poucos políticos, como se fosse assunto corriqueiro. Votar o ajuste das contas públicas? Vamos deixar para o fim do ano. Assim perdemos um ano, fomos rebaixados pelas agências de risco, o crédito ficou mais caro, a confiança sumiu, milhares foram e são demitidos diariamente.
Joaquim Levy, o cansado, não cansa de falar todos os dias e cada vez mais do alto custo da procrastinação irresponsável de Brasília. Às vezes soa mais como acusador que executor. E ele está certo. A ilha do Planalto Central criou para si realidade paralela, o resto do país que espere.
Mas a dor ensina. O progresso econômico não foi capaz de destruir o antigo regime político brasileiro, mas o progresso institucional e principalmente o voto podem fazê-lo.
A educação política do Brasil nunca teve aula tão didática e envolvente.
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