Muçulmano é espancado até a morte na Índia após sacrificar uma vaca
A
vaca é considerada um animal sagrado pela religião majoritária da
Índia, o hinduísmo, e seu consumo é proibido e penalizado por lei
VEJA
Devotos
hindus deitam no chão, no local de passagem de vacas, durante o ritual
do festival Govardhan Puja, em Dhar, nesta segunda-feira (4)(Chetan Soni/AP/VEJA)
Um
grupo de hindus linchou até a morte um muçulmano e deixou em estado
crítico um de seus filhos pelo sacrifício de uma vaca, um animal sagrado
para os hindus, em uma cidade próxima a Nova Délhi, informou nesta
quarta-feira um policial. O linchamento aconteceu na noite da
segunda-feira na cidade de Bisara, depois que alguém denunciou durante
um culto hindu que o muçulmano tinha matado a vaca, afirmou o policial
Anurag Singh. Um sacerdote hindu presente no culto teria autorizado a
vingança.
Um grupo de hindus foi à casa das vítimas e linchou Mohammad Akhlaq,
um granjeiro de 50 anos, e seu filho de 22 anos. "Umas quinze pessoas
chegaram à casa e os atacaram. Até agora foram acusadas dez delas e
ocorreram seis detenções. Entre os detidos não está o sacerdote hindu,
que foi interrogado e depois posto em liberdade", explicou o policial.
Segundo Singh, o filho do morto foi levado a um hospital de Noida, uma
cidade próxima a Nova Délhi, e seu estado é crítico.
Meios de comunicação locais informaram que os agentes recolheram
mostras da carne que havia na geladeira da casa das vítimas para
examiná-la e determinar se era de vaca, embora a filha do falecido disse
que eles só comiam "cordeiro". A vaca é considerada um animal sagrado
pela religião majoritária da Índia, o hinduísmo, e seu consumo é
proibido e penalizado por lei.
No entanto, no gigante asiático é comum que outras comunidades
religiosas consumam outros tipos de animais bovinos, como o búfalo. A
Índia, embora seja um país eminentemente vegetariano, é um dos maiores
exportadores mundiais dessa carne. Os hindus representam 79,8% dos cerca
de 1,2 bilhão de indianos e os muçulmanos 14,2%, segundo dados
publicados em agosto pelo governo indiano sobre o censo de 2011, o
último disponível na Índia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário