Cardeal próximo ao papa diz que há 'lobby gay' no Vaticano
VEJA
Bispos esperam a chegada do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano(Alessandro Bianchi/Reuters)
O
cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e
um dos mais estreitos colaboradores do papa Francisco no grupo que
estuda a reforma da cúria, afirmou que existe um "lobby gay" dentro do
Vaticano. Em uma entrevista ao jornal hondurenho El Heraldo
sobre a reforma levada adiante pelo papa argentino, o cardeal afirmou
que "o próprio papa já disse: 'existe um lobby'. Pouco a pouco,
Francisco está tentando purificar isso através de várias coisas. Uma
delas é entender os homossexuais, e existe uma legislação para atender
os gays pastoralmente, mas o que é equivocado nunca poderá ser uma
verdade", disse Maradiaga.
"Quando o Papa fez algumas declarações sobre gays e lésbicas, muitos
chegaram a considerar que o Papa estava colocando em sua agenda a
possibilidade da Igreja aprovar o matrimônio do mesmo sexo. Não, devemos
entender que há coisas que podem ser reformadas e outras não. A lei
natural não pode ser reformada", defendeu o religioso.
Em 2013, na viagem de regresso a Roma após visitar o Rio de Janeiro
para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o papa Francisco se referiu,
pela primeira vez, com simpatia aos gays. "Se uma pessoa é gay e procura
Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz
que não se deve marginalizar essas pessoas, devem ser integradas à
sociedade. Devemos ser irmãos", afirmou o sumo potífice.
A declaração do Papa foi manchete de jornais de todo o mundo, pois
foi uma das raras vezes em que um Pontífice demonstrou publicamente
abertura para que a Igreja acolha pastoralmente homossexuais. Nesta
semana, o tema voltou à tona graças à publicação do primeiro
livro-entrevista de Francisco, "O nome de Deus é Misericórdia". Em um
dos trechos, o Papa diz que o caráter de uma pessoa não é definido pela
orientação sexual dela.
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