Marcos Troyjo - FSP
O anúncio de que o governo argentino chegou, nesta semana, a um acordo com os chamados fundos "abutres" confirma nosso país vizinho como protagonista de uma surpreendente mudança de políticas e humores.
Há pouco tempo identificado como aluno exemplar do que "não fazer" em termos de governança econômica e política externa, a Argentina de Macri converteu-se num ponto brilhante do panorama de mercados emergentes.
Desde 2001, quando o governo argentino declarou o maior default da história das finanças internacionais, o país tem restado à margem dos fluxos globais de crédito.
Ao longo dos anos Kirchner, Buenos Aires havia estabelecido
entendimentos com a grande maioria dos credores argentinos de modo a
aceitar reduções substantivas no valor de face dos créditos ou ainda
prolongar o perfil de maturação dos pagamentos.
Alguns poucos fundos não aceitaram essas tratativas e abriram uma verdadeira guerra jurídica contra a Argentina nas cortes de Nova York.
Em 2014, a Argentina entrou em moratória técnica, e involuntária, por não ter como funcionalmente pagar o serviço de sua dívida externa àqueles que haviam topado a renegociação do montante dos valores a receber.
O governo de Cristina Kirchner politizou tal disputa —não apenas junto a seu público interno argentino, mas também envolvendo seus aliados.
Na Cúpula do Mercosul de 2014, Dilma Rousseff bradou com todo vigor que o impasse Buenos Aires-abutres "ameaçava o sistema financeiro internacional".
O acordo obtido no início da semana tem de passar por aprovação no Congresso argentino, mais especificamente no que diz respeito ao fim da lei de bloqueio e à lei de pagamento soberano, promulgadas na administração Kischner e que hoje barrariam tais compromissos.
A propósito, o timing do acordo com os credores não poderia ser mais apropriado para a administração Macri.
Nesta terça-feira (1º) o presidente abriu o Ano Legislativo com um discurso sem ilusões sobre a realidade argentina.
E corretamente identificou que a ausência de seu país nas correntes internacionais de financiamento machuca muito mais do que o acordo que agora se estabeleceu com o restante dos credores.
Nos poucos meses desde que assumiu a Casa Rosada, Macri vem recalibrando seu país com impressionante pragmatismo.
Abandonou o malabarismo na construção dos índices oficiais de inflação e câmbio. Parece romper com a filosofia comercial protecionista que tanto marcou a posição negociadora argentina nos governos Kirchner.
Nesse contexto, comparações são inevitáveis. Muitos observadores internacionais clamam por cautela quanto ao entusiasmo que desponta para o futuro argentino caso as reformas de Macri realmente finquem raiz.
Lembram dos primeiros cem dias verdadeiramente estelares do governo Peña Nieto no México —e de como desde então o ímpeto reformista teve de arrefecer diante da força inercial do status quo.
Ainda que com duríssimos provações adiante, a Argentina vem fazendo mais do que afugentar os abutres do bolivarianismo. Tem-se permitido sonhar com o reencontro do caminho da prosperidade há muito perdido.
Alguns poucos fundos não aceitaram essas tratativas e abriram uma verdadeira guerra jurídica contra a Argentina nas cortes de Nova York.
Em 2014, a Argentina entrou em moratória técnica, e involuntária, por não ter como funcionalmente pagar o serviço de sua dívida externa àqueles que haviam topado a renegociação do montante dos valores a receber.
O governo de Cristina Kirchner politizou tal disputa —não apenas junto a seu público interno argentino, mas também envolvendo seus aliados.
Na Cúpula do Mercosul de 2014, Dilma Rousseff bradou com todo vigor que o impasse Buenos Aires-abutres "ameaçava o sistema financeiro internacional".
O acordo obtido no início da semana tem de passar por aprovação no Congresso argentino, mais especificamente no que diz respeito ao fim da lei de bloqueio e à lei de pagamento soberano, promulgadas na administração Kischner e que hoje barrariam tais compromissos.
A propósito, o timing do acordo com os credores não poderia ser mais apropriado para a administração Macri.
Nesta terça-feira (1º) o presidente abriu o Ano Legislativo com um discurso sem ilusões sobre a realidade argentina.
E corretamente identificou que a ausência de seu país nas correntes internacionais de financiamento machuca muito mais do que o acordo que agora se estabeleceu com o restante dos credores.
Nos poucos meses desde que assumiu a Casa Rosada, Macri vem recalibrando seu país com impressionante pragmatismo.
Abandonou o malabarismo na construção dos índices oficiais de inflação e câmbio. Parece romper com a filosofia comercial protecionista que tanto marcou a posição negociadora argentina nos governos Kirchner.
Nesse contexto, comparações são inevitáveis. Muitos observadores internacionais clamam por cautela quanto ao entusiasmo que desponta para o futuro argentino caso as reformas de Macri realmente finquem raiz.
Lembram dos primeiros cem dias verdadeiramente estelares do governo Peña Nieto no México —e de como desde então o ímpeto reformista teve de arrefecer diante da força inercial do status quo.
Ainda que com duríssimos provações adiante, a Argentina vem fazendo mais do que afugentar os abutres do bolivarianismo. Tem-se permitido sonhar com o reencontro do caminho da prosperidade há muito perdido.
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