Ex-presidente divulgou nota em três idiomas para rebater acusações contra ele
O Globo
SÃO PAULO — O Instituto Lula divulgou nesta terça-feira uma ampla nota, em três idiomas (português, inglês e espanhol), para rebater as suspeitas levantadas contra o ex-presidente pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. No comunicado, Lula afirma ser alvo de um “complô”.
Lula argumenta que não é réu em nenhuma ação. “O ex-presidente Lula não é réu, ou seja: não responde a nenhuma ação judicial que o acuse de ter praticado algum crime. A denúncia apresentada contra ele por três promotores de São Paulo, notoriamente facciosos, a partir de um inquérito considerado ilegal pelo Conselho Nacional do Ministério Público, não foi aceita pela Justiça. Portanto, não há ação”, afirma o ex-presidente.
O ex-presidente reclama ainda de perseguição por parte dos investigadores e da imprensa. “Levar o ex-presidente Lula ao banco dos réus é, sim, o objetivo da plutocracia, do mass media e de agentes partidarizados da Polícia e do Ministério Público, que representam exceções dentro destas Instituições. Mas nenhum desses agentes apresentou uma acusação fundamentada para justificar a abertura de ação penal contra o ex-presidente. E não apresentou porque Lula sempre agiu dentro da lei, antes, durante e depois de ser presidente da República”
A nota diz ainda que a vida do ex-presidente foi “vasculhada em todos os aspectos”. Lula também se queixa ainda que, desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, “um exército de jornalistas, policiais, promotores, procuradores e difamadores profissionais está mobilizado com o objetivo de encontrar um crime – qualquer um – para acusar Lula e, dessa forma, afastá-lo do processo político”.
O ex-presidente ainda afirma que as movimentações ficaram “frenéticas quando ficou claro que as investigações da Operação Lava Jato não o alcançariam”. “Nenhuma conta bancária, nenhuma empresa, nenhuma delação, nada liga Lula aos desvios investigados em negócios milionários com poços de petróleo, navios, sondas e refinarias”.
Lula também alega que prestou informações ao Ministério Público sobre todas as suas viagens internacionais e sobre as palestras que realizou. Acrescenta que o Instituto Lula e a sua empresa de palestras, a Lils, prestaram informações fiscais, bancárias e contábeis de todas suas atividades. “Apesar de ter cumprido todos os mandados e solicitações e de ter prestado esclarecimentos às autoridades até voluntariamente, Lula foi submetido, de forma ilegal, injustificada e arbitrária, a uma condução coercitiva para depoimento sem qualquer intimação anterior”, afirma a nota.
O Instituto Lula ainda critica novamente o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato. “Por fim, o juiz Sérgio Moro divulgou ilegalmente conversas telefônicas privadas do ex-presidente Lula, sua mulher, Marisa Letícia, e seus filhos, com diversos interlocutores que nada têm a ver com os fatos investigados, inclusive com a presidente da República.”
Para o petista, seus direitos têm sido desrespeitados. “Nenhum líder político brasileiro teve sua intimidade, suas contas, seus movimentos tão vasculhados, num verdadeiro complô contra um cidadão, desrespeitando seus direitos e negando a presunção da inocência”, diz a nota.
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