Governo Dilma elevou gastos, mesmo com queda nas receitas
Alvaro Gribel - O Globo
Em apresentação no Senado, o ministro Nelson Barbosa
mostrou gráficos que são reveladores. As despesas do governo começaram a
crescer de forma preocupante no início do governo Dilma, em 2011, ao
mesmo tempo em que as receitas já davam sinais de queda.
Dilma tomou posse herdando uma despesa primária (que não conta o
pagamento de juros) em 16% do PIB. Praticamente o mesmo percentual de
oito anos antes, no fim do governo Fernando Henrique (vejam no gráfico).
A partir daí, o que se vê é aumento de gastos, com o percentual
chegando a 18% em 2014, e com projeções do próprio Ministério da Fazenda
de subir a 18,5% ou até 19% este ano. As despesas obrigatórias, que são
definidas por lei, saltaram de 12,1% em 2010 para 14,6% do PIB no ano
passado. O discurso do governo de que tem cortado despesas não se
sustenta.
Os gastos com Previdência e a Lei Orgânica de Assistência Social
(Loas) já correspondem a 44% do total. Se foram somados os gastos com
servidores públicos ativos e inativos, a conta sobe para 66% do PIB. Ao
mesmo tempo, a receita primária, segundo o próprio ministro Nelson
Barbosa, está "em queda desde 2010 e atingiu um nível abaixo do
observado em 2002".
Barbosa tem dito que o governo tem um orçamento engessado, com mais
90% de despesas obrigatórias, e que por isso precisa aprovar medidas
como a CPMF. De fato, é verdade. Mas o que enfraquece o seu argumento é
que essas despesas cresceram fortemente durante o governo que ele
próprio faz parte.
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