Pedro Ladeira - 27.abr.2016/Folhapress | ||
Michel Temer se reúne com Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG) |
Na Câmara, a perspectiva é a de que sua base fique em torno dos 367
votos dados a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Formam esse grupo
de apoio o PMDB, a maior legenda da Casa, os principais partidos de
oposição e o chamado "centrão" –PP, PR, PTB, PSD, PRB e outras legendas
menores.
Para que mudanças na Constituição sejam aprovadas é preciso o voto de pelo menos 308 dos 513 deputados, 60% do total da Casa.
Escolhido como líder informal desse "centrão", o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) afirma não ver entrave nem mesmo na pouca popularidade do vice –58% da população defende seu impeachment e 60%, sua renúncia, segundo pesquisa do Datafolha do início de abril.
"Essa impopularidade se dá mais pelo desconhecimento do que por qualquer outra coisa. Ele [Temer] tem tudo para fazer um bom governo de transição, vai dar uma levantada no astral do país e do mercado", afirma Quintella.
Como exemplo do tamanho da base de Temer, ele cita o seu PR, que deu 26 dos 40 votos da bancada a favor do impeachment. "A expectativa é a de que o partido participe como um todo do governo Temer. Quem votou contra o impeachment não votou contra o Michel."
Os partidos claramente contrários a Temer representam hoje a minoria –PT, PC do B, PSOL, PDT e Rede têm só 96 das 513 cadeiras.
O PP, que tem a quarta maior bancada da Casa, com 47 deputados, negocia ministérios importantes com Temer, como a Saúde –disputado também com o PMDB–, e se reuniu na semana que passou para definir propostas que levará para o peemedebista.
No Senado, a base de Temer só terá uma mensuração mais precisa após a votação da abertura do processo de impeachment, prevista para 11 de maio. Levando-se em conta a configuração partidária, o peemedebista tem uma perspectiva de contar com 51 dos 81 votos, número também suficiente para aprovar alterações na Constituição (49).
OBSTÁCULOS
Apesar da aparente folga, o caminho do vice no Congresso tende a abrigar importantes obstáculos. O primeiro é a promessa do PT e de legendas de esquerda de fazer oposição aguerrida, sob argumento de que Temer assume mediante golpe legislativo.
O segundo problema é que a composição do possível novo governo certamente resultará em desavenças e dissidências nos partidos que agora lhe prometem apoio.
Para resolver parte disso, Temer já admitiu a aliados que o corte no número de ministérios não será do tamanho desejado inicialmente.
Um sinal das dificuldades que o peemedebista enfrentará já é facilmente detectável nos gabinetes da Câmara. Há uma reclamação de que Temer comete um mesmo erro de Dilma, o de negociar apenas com presidentes e líderes, como se eles tivessem domínio total do "baixo clero" –deputados de baixíssima projeção nacional, mas que são a maioria na Casa.
Some-se a isso a delicada situação do aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cuja saída é cobrada diariamente por adversários, durante as sessões no plenário.
Para que mudanças na Constituição sejam aprovadas é preciso o voto de pelo menos 308 dos 513 deputados, 60% do total da Casa.
Escolhido como líder informal desse "centrão", o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) afirma não ver entrave nem mesmo na pouca popularidade do vice –58% da população defende seu impeachment e 60%, sua renúncia, segundo pesquisa do Datafolha do início de abril.
"Essa impopularidade se dá mais pelo desconhecimento do que por qualquer outra coisa. Ele [Temer] tem tudo para fazer um bom governo de transição, vai dar uma levantada no astral do país e do mercado", afirma Quintella.
Como exemplo do tamanho da base de Temer, ele cita o seu PR, que deu 26 dos 40 votos da bancada a favor do impeachment. "A expectativa é a de que o partido participe como um todo do governo Temer. Quem votou contra o impeachment não votou contra o Michel."
Os partidos claramente contrários a Temer representam hoje a minoria –PT, PC do B, PSOL, PDT e Rede têm só 96 das 513 cadeiras.
O PP, que tem a quarta maior bancada da Casa, com 47 deputados, negocia ministérios importantes com Temer, como a Saúde –disputado também com o PMDB–, e se reuniu na semana que passou para definir propostas que levará para o peemedebista.
No Senado, a base de Temer só terá uma mensuração mais precisa após a votação da abertura do processo de impeachment, prevista para 11 de maio. Levando-se em conta a configuração partidária, o peemedebista tem uma perspectiva de contar com 51 dos 81 votos, número também suficiente para aprovar alterações na Constituição (49).
OBSTÁCULOS
Apesar da aparente folga, o caminho do vice no Congresso tende a abrigar importantes obstáculos. O primeiro é a promessa do PT e de legendas de esquerda de fazer oposição aguerrida, sob argumento de que Temer assume mediante golpe legislativo.
O segundo problema é que a composição do possível novo governo certamente resultará em desavenças e dissidências nos partidos que agora lhe prometem apoio.
Para resolver parte disso, Temer já admitiu a aliados que o corte no número de ministérios não será do tamanho desejado inicialmente.
Um sinal das dificuldades que o peemedebista enfrentará já é facilmente detectável nos gabinetes da Câmara. Há uma reclamação de que Temer comete um mesmo erro de Dilma, o de negociar apenas com presidentes e líderes, como se eles tivessem domínio total do "baixo clero" –deputados de baixíssima projeção nacional, mas que são a maioria na Casa.
Some-se a isso a delicada situação do aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cuja saída é cobrada diariamente por adversários, durante as sessões no plenário.
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