A República dos Silvas
Daniel Rabetti* - IL
O Brasil do companheiro Silva teve lá seu progresso. Se por
consequências da administração pública, frutos de gestões anteriores ou
na carona do progresso mundial, difícil saber.
O principal motivo que levou Silva à Presidência da República foi,
sem dúvidas, sua história. Não podemos negar: aquele metalúrgico que
superou Deus e o mundo para chegar à presidência da república foi um
fenômeno social que raramente acontece. Porém o que era exceção
tornou-se regra.
Como diria Rui Barbosa – advogado, diplomata, filósofo, pensador,
escritor membro da Academia Brasileira de Letras e co-autor da
constituição da Primeira República, foi um dos maiores intelectuais de
sua época – “A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é o maior elemento da estabilidade.”
Liberdade essa que aflorou na década de noventa, durante o renascimento
democrático Brasileiro e a conscientização do voto, se perdeu durante o
Governo de Silva.
O Governo de Silva estatizou nossa liberdade. Transformamo-nos em
reféns da política partidária fundamentalista do PT que: polarizou a
política, desmantelou nossa diplomacia, ludibriou o Judiciário e nos
colocou nas mãos de Marx e Engels em rumo ao inexistente e utópico mundo
perfeito.
O socialismo fundamentalista do Partido dos Trabalhadores foi além e
se estabeleceu de vez no mandato da Silvete, a sucessora de Silva. Que
sem nenhuma experiência política, chegou a governança à custa da
popularidade de seu antecessor.
Durante o Governo de Silvete, testemunhamos as interferências na
soberania brasileira dos ideais socialistas importados do Foro de São
Paulo. O Brasil, dos últimos quatro anos, se transformou em uma máquina
de manipulação esquerdista na América Latina, sobre as rédeas do Partido
Comunista de Cuba e às fumaças do charuto de Raul Castro. Não é à toa
que Marco Aurélio Garcia, frequentador assíduo e organizador do foro,
hoje coordena a política externa Brasileira.
Aquele velho sonho marxista e a devota admiração a Cuba e Rússia por
Silva e Silvete transformaram o Brasil, que tinha de tudo para dar
certo, nessa grande República vermelho desbotada. Lá se foram doze anos
empregados no ofício.
A corrupção aflorou. Aqueles que diziam defender os interesses das
massas, o progresso do Brasil, se corromperam. Exilados que fugiram da
prisão militar durante o regime, encontraram na máquina democrática e na
justiça de outro Barbosa, o atalho merecido às jaulas – impugnado nas
entrelinhas judiciais.
O Brasil, que quase não cresceu, fez muito pouco. Ficou a sombra de
países menores do Sul da América. A mesma sombra que em outros tempos
levara ao genocídio Paraguaio. Mas isso é outra história.
Não fosse suficiente o vexame. Os quase duzentos milhões de
Brasileiros foram forçados a pegar esse trem boliviano rumo ao
futuro incerto do grande bloco de países socialistas da América Latina.
Estamos a vésperas da instauração de uma União Soviética Latina. Até
mesmo cego, vê. Por consequência, os Sul-Americanos escolhem seus
líderes fundamentados no homem espetáculo e não em seu conteúdo. A mão
invisível do Foro escolhe a dedo quem governará as massas.
A Silvete fez pouco para o crescimento do Brasil, porém muito aos
ideais de seu partido anacrônico. Juntam-se ao mandato de Silvete outras
dezenas de escândalos e acusações de corrupção.
Internacionalmente, o Brasil é visto com descredibilidade, um gigante
sem forças, avassalado por altos índices de corrupção, aliado de
Estados autocratas e grupos terroristas e por fim, fundamentada em
conceitos socialistas ultrapassados. Quem é o maluco de investir no
Brasil? Só sendo Chinês, Russo ou Iraniano mesmo!
Agora, temos outra Silva como candidata que, segundo as pesquisas, será a próxima presidente do Brasil. Será?
Será que ela é diferente do Silva e da Silvete? Será que anos
dedicados a causas socialistas enquanto filiada ao PT e ao PSOL trarão
outras cores ao Brasil que não só o vermelho-desbotado? Quem sabe.
Talvez Eduardo Campos soubesse.
Rui Barbosa, há um século, apropriadamente abrasileirou as sábias palavras de Maistre “cada povo tem o governo que merece”.
Esta citação nunca antes se fez tão verdadeira. Hoje, podíamos
adaptá-la para “cada povo tem o Silva que merece”. Embora refutemos,
veementemente, a silvalização do Brasil, algo que parece inevitável,
sofremos impotentes a perca de nossa liberdade pagando o alto preço das
oportunidades perdidas.
Lá, em um futuro não muito distante, nossas crianças irão estudar, em
suas classes de história, sobre um período brasileiro marcado por
escândalos de corrupção, subdesenvolvimento econômico e inúmeras
revoltas populares clamando por melhorias nos sistemas vitais do país,
como educação, saúde e transporte público.
Um período negro, ou vermelho desbotado, onde mega espetáculos
captaram a atenção das massas enquanto o corpo partidário desmantelava a
Diplomacia e a Justiça brasileira. Este período será chamado de a
República dos Silvas. Resta-nos votar para que esta página na história
jamais seja escrita.
*Professor assistente na Interdisciplinary Center
Herzliya, Israel, e escreve para os jornais The Jerusalem Post e Times
of Israel. Alguns de seus artigos foram publicados em blogs, revistas e
jornais de grande circulação em Israel e no Brasil
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