Não é o único. As operações antiterrorismo desencadeadas pelos atentados da última semana
revelam quase diariamente novos suspeitos e ligações nas células
jihadistas plantadas na Europa — estimativas da imprensa belga e
norte-americana sugerem que há pelo menos oito radicais conhecidos em
fuga. A rede do grupo Estado Islâmico é mais vasta do que as polícias
europeias suspeitavam. Vai mesmo para além daquilo que indicaram
François Hollande e Manuel Valls — Presidente e primeiro-ministro franceses — quando se começaram a revelar as ligações entre os jihadistas de Bruxelas e Paris. A teia está espalhada e as operações deste fim-de-semana demonstram-no.
No sábado, as autoridades italianas capturaram um argelino de 40 anos chamado Djamal Eddine em Bellizzi, no Sul do país, procurado desde Janeiro por suspeitas de ser o chefe de uma antiga fábrica de documentos falsos montada em Bruxelas. Das suas mãos terão saído documentos falsificados para vários terroristas do grupo Estado Islâmico, incluindo alguns jihadistas que atacaram Paris em Novembro e para pelo menos um dos bombistas que se fez explodir na capital belga há uma semana.
No domingo, seguindo um outro rasto, a polícia holandesa capturou um francês de 32 anos em Roterdão, este suspeito de fazer parte de um novo plano de atentado contra a capital francesa, travado na última semana a poucos dias de ser posto em prática. No mesmo dia, uma cadeia de 13 rusgas em Bruxelas acabou com nove detenções. Seis pessoas acabaram por ser libertadas, mas três foram acusadas esta segunda-feira de “actividades terroristas”. A procuradoria belga identifica-os simplesmente como Yassine A., Mohamed B. e Aboubaker O. e recusa-se por enquanto a dizer mais para além de garantir que, por enquanto, não há“ligação estabelecida com os atentados” em Bruxelas.
A Bélgica acusou sete pessoas de ligação a organizações terroristas,
actividades terroristas ou “homicídios terroristas” desde a passada
quinta-feira — as acusações contra Cheffou mantêm-se, apesar de ele ter
sido libertado. Poucos suspeitos — se algum — estarão directamente
ligados aos ataques contra Bruxelas ou Paris. Sujeitos como
Abderahmane Ameuroud, por exemplo, o veterano jihadista dramaticamente
baleado e detido numa paragem de eléctrico em Schaerbek, parecem ter
ligações aos planos de atentado falhado contra Paris. Os outros fazem
parte da estrutura montada pelo Estado Islâmico na Europa, cuja verdadeira dimensão só agora se começa a revelar.
O Wall Street Journal revela esta segunda-feira que a teia de ligações entre presumíveis jihadistas na Europa atingiu uma dimensão tal que, nos últimos dias, procuradores belgas e franceses decidiram pedir ajuda aos Estados Unidos de forma a “mapearem a extensão da rede”. A tarefa não é fácil, escreve o especialista em segurança do Financial Times, Sam Jones, que, em conversa com responsáveis dos serviços de informação e antiterrorismo na Europa, explica que o grupo Estado Islâmico tem vários meses de vantagem: a decisão de direccionar dinheiro para células fora do Médio Oriente, argumenta, foi tomada ainda em 2014.
“Não há um único cérebro atrás disto. Há uma série de grupos cujo objectivo é planear operações na Europa que parecem estar a trabalhar de forma independente, cada um filiado a uma diferente unidade militar do Estado Islâmico”, escreve Sam Jones. O resultado, “com o qual as forças de segurança sentem ainda dificuldades em lidar”, é uma rede “dinâmica e multifacetada” que se tem revelado um alvo “evasivo e adaptável”. “Os serviços de informação ocidentais subestimaram as ambições do Estado Islâmico durante meses”, conclui Sam Jones no Financial Times.
Cumprida uma semana dos atentados, as instituições europeias reabrem esta terça-feira com medidas de segurança reforçadas. Estava previsto acontecer o mesmo com o aeroporto de Zaventem, que esperava já uma reabertura parcial para o mesmo dia, mas a sociedade gestora anunciou que afinal não há data prevista para se retomarem os voos de passageiros. Os estragos causados na zona de embarque exigem que o aeroporto reabra com estruturas temporárias, que começam a ser testadas terça-feira.
No sábado, as autoridades italianas capturaram um argelino de 40 anos chamado Djamal Eddine em Bellizzi, no Sul do país, procurado desde Janeiro por suspeitas de ser o chefe de uma antiga fábrica de documentos falsos montada em Bruxelas. Das suas mãos terão saído documentos falsificados para vários terroristas do grupo Estado Islâmico, incluindo alguns jihadistas que atacaram Paris em Novembro e para pelo menos um dos bombistas que se fez explodir na capital belga há uma semana.
No domingo, seguindo um outro rasto, a polícia holandesa capturou um francês de 32 anos em Roterdão, este suspeito de fazer parte de um novo plano de atentado contra a capital francesa, travado na última semana a poucos dias de ser posto em prática. No mesmo dia, uma cadeia de 13 rusgas em Bruxelas acabou com nove detenções. Seis pessoas acabaram por ser libertadas, mas três foram acusadas esta segunda-feira de “actividades terroristas”. A procuradoria belga identifica-os simplesmente como Yassine A., Mohamed B. e Aboubaker O. e recusa-se por enquanto a dizer mais para além de garantir que, por enquanto, não há“ligação estabelecida com os atentados” em Bruxelas.
O Wall Street Journal revela esta segunda-feira que a teia de ligações entre presumíveis jihadistas na Europa atingiu uma dimensão tal que, nos últimos dias, procuradores belgas e franceses decidiram pedir ajuda aos Estados Unidos de forma a “mapearem a extensão da rede”. A tarefa não é fácil, escreve o especialista em segurança do Financial Times, Sam Jones, que, em conversa com responsáveis dos serviços de informação e antiterrorismo na Europa, explica que o grupo Estado Islâmico tem vários meses de vantagem: a decisão de direccionar dinheiro para células fora do Médio Oriente, argumenta, foi tomada ainda em 2014.
“Não há um único cérebro atrás disto. Há uma série de grupos cujo objectivo é planear operações na Europa que parecem estar a trabalhar de forma independente, cada um filiado a uma diferente unidade militar do Estado Islâmico”, escreve Sam Jones. O resultado, “com o qual as forças de segurança sentem ainda dificuldades em lidar”, é uma rede “dinâmica e multifacetada” que se tem revelado um alvo “evasivo e adaptável”. “Os serviços de informação ocidentais subestimaram as ambições do Estado Islâmico durante meses”, conclui Sam Jones no Financial Times.
Número de mortos aumenta
A ministra belga da Saúde revelou esta segunda-feira que quatro pessoas feridas nos atentados em Bruxelas morreram no hospital, o que eleva o número de vítimas para 35, incluindo os três bombistas-suicidas. “As equipas médicas fizeram tudo o que era possível”, garantiu a ministra. Há ainda sete vítimas por identificar. A maioria das vítimas é belga, mas contam-se também 12 pessoas de nove nacionalidades diferentes.Cumprida uma semana dos atentados, as instituições europeias reabrem esta terça-feira com medidas de segurança reforçadas. Estava previsto acontecer o mesmo com o aeroporto de Zaventem, que esperava já uma reabertura parcial para o mesmo dia, mas a sociedade gestora anunciou que afinal não há data prevista para se retomarem os voos de passageiros. Os estragos causados na zona de embarque exigem que o aeroporto reabra com estruturas temporárias, que começam a ser testadas terça-feira.
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