Mauro Cunha, conselheiro independente da estatal, afirmou que ficou sabendo da decisão do governo por meio do fato relevante enviado ao mercado
Ana Clara Costa - VEJA
Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, Rio de Janeiro
(Marcelo Sayão/EFE)
Participaram da reunião do CNPE a presidente Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ministro da Casa-Civi,l Aloisio Mercadante, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o secretário de Petróleo e Gás do MME, Marco Antonio Almeida. Mantega é também presidente do Conselho de Administração da Petrobras, enquanto Miriam Belchior ocupa uma cadeira entre os conselheiros. A canetada que impôs à estatal (que é a empresa de petróleo mais endividada do mundo) uma conta de 2 bilhões de reais — apenas para 2014 — foi dada sem que nada fosse discutido em reunião do conselho de administração. Os outros 13 bilhões serão pagos em antecipação de barris de petróleo. Segundo a agenda do ministro Mantega, a última reunião do conselho de administração ocorreu onze dias antes da decisão do CNPE, sem que a operação tivesse sido colocada em pauta.
Procurada, a Petrobras não se pronunciou até o fechamento da reportagem. A decisão arbitrária preocupa analistas porque há o risco de a estatal ter de postergar, ou até mesmo cancelar, alguns de seus investimentos para conseguir arcar com a conta este ano. Essa foi a maior preocupação dos analistas do Itaú BBA em relatório divulgado logo após o fato relevante. Diz o texto que a operação "confirmou seus piores medos" e que não há forma de a Petrobras antecipar a produção do volume previsto no acordo a menos que adie outros projetos em seu portfólio. "Em outras palavras, a Petrobras vai pagar 15 bilhões de reais ao governo em cinco anos para barris que serão produzidos no longo prazo", a partir de 2021, afirmou banco em relatório a seus clientes.
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