Andrei Netto - OESP
É um francês de origem árabe, muçulmano e ex-jihadista na guerra civil da Síria o principal suspeito de ter matado quatro pessoas no atentado do Museu Judaico de Bruxelas no dia 24. Mehdi Nemmouche, preso na sexta-feira em Marselha, no sul da França, teria gravado um vídeo no qual reivindicou o ataque antissemita.
O ataque ao Museu Judaico aconteceu no bairro de Sablon, um dos mais tradicionais de Bruxelas. Imagens do circuito interno de TV da instituição mostraram o suspeito, que ingressou no prédio sem ter de enfrentar sistemas de segurança, disparando contra alvos escolhidos de forma aleatória. Morreram no atentado dois israelenses, uma francesa e um belga, que trabalhava no museu.
Nemmouche, de 29 anos, foi condenado por sete crimes na Justiça francesa e preso por cinco deles. Ele foi detido perto da estação de trens de Saint-Charles, quando chegava em um ônibus de Amsterdã. O homem carregava um fuzil AK-47, um revólver e munições - as mesmas armas usadas no atentado na Bélgica. Também foram encontrados um boné, semelhante ao que o suspeito usava no momento do ataque, e uma câmera de vídeo, semelhante à que estava presa junto aos pertences do assassino no museu.
Foi nessa câmera que os investigadores encontraram um dos maiores indícios contra Memmouche. De acordo com o Ministério Público de Paris, no cartão de memória da máquina estava um arquivo com imagens e uma gravação, que admitia a responsabilidade pelo crime.
“O homem filma suas armas e declara ter cometido o atentado contra os judeus em Bruxelas”, afirmou o procurador federal Frederic Van Leeuw, do Ministério Público da Bélgica.
A voz seria semelhante à do suspeito, mas o procurador disse que exames complementares serão necessários. Não há detalhes a respeito das motivações para o crime. O suspeito ficou em silêncio no interrogatório.
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