Aos governantes do PT
João Bosco Leal*
Dizer
que nosso país está um caos é redundante, mas penso que realmente
precisamos discutir o que está ocorrendo, como chegamos aqui e para onde
estamos caminhando.
Um
governo como o do Partido dos Trabalhadores, com uma máquina
administrativa tão inchada que possui 39 ministros para 24 ministérios
e, mesmo assim, o país que governa encontra-se praticamente destruído em
todas as áreas, não pode ser considerado eficiente e nem mesmo levado a
sério (pastas como a Casa Civil e o Banco Central, que na prática são
órgãos auxiliares, mas cujos titulares têm status de primeiro escalão,
provocam a diferença entre os dois números).
O
governo que aí está foi capaz de - com empregos para apadrinhados
políticos, retenção artificial de preços, aquisições ou construções
superfaturadas - fazer desmoronar uma das maiores empresas do mundo, a
Petrobrás, que por décadas foi o orgulho de todos os brasileiros. Também
em nome de controlar a inflação, manipulou o preço da energia de tal
maneira que as empresas do setor estão sendo "socorridas" com bilhões de
reais por mês, para também não falirem.
Por
ordem do governo, os departamentos de crédito do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica Federal não avaliam, como qualquer outro banco, os
riscos de empréstimos quando os mesmos se destinam a tomadores das
classes C e D e, como consequência, claro, o risco passa a ser do
contribuinte brasileiro que, mais uma vez, certamente será chamado a
cobrir os rombos provocados nos patrimônios da União, mas isso, sem
dúvida, após as eleições.
Nossas
lideranças políticas cometem tantos erros e declaram tantas bobagens
que, internacionalmente, é comum serem motivos de chacotas, como a
atualmente realizada por jornalistas europeus de que, se Lula cumprisse
sua promessa de atravessar o oceano a nado caso o Brasil perdesse a
copa, causaria indigestão nos tubarões, ou rirem da declaração de Dilma
de que o Brasil faria a "Copa das Copas".
Nossa presidente, que criticou a política econômica da chanceler alemã Angela Merkel, dizendo que ela provocava um "tsunami monetário", ouviu como resposta: "Essa
senhora vem à Alemanha nos dizer o que temos que fazer? Ora, a Alemanha
vai bem, obrigado, apesar de tudo. Mas eu vou aproveitar para dar um
conselho a ela... antes de vir aqui reclamar das nossas políticas
econômicas, por que ela não diminui os gastos do governo dela e diminui
os juros que são exorbitantes no Brasil? Se eu posso emprestar dinheiro a
juros baixos e o meu povo pode ganhar juros absurdos lá no país dela,
não vou ser eu que direi ao meu povo para não fazer isso. Ela que torne a
especulação no país dela menos atraente".
As
últimas duas bobagens foram uma nota do governo brasileiro, que
classificou como "inaceitável" a escalada desproporcional da ofensiva
militar sobre Gaza e a declaração do assessor especial do governo para
assuntos internacionais, "chanceler" Marco Aurélio Top Top Garcia, de
que Israel estaria cometendo um genocídio na Faixa de Gaza. Em
resposta, Yigal Palmor, porta-voz da diplomacia israelense disse que,
apesar de ser a 7ª economia do mundo, o Brasil era "irrelevante" em
termos políticos, um anão diplomático e que "desproporcional" é uma
derrota por 7 a 1 no futebol.
Tentando diminuir a besteira dita por Top Top Garcia, a presidente Dilma, em sabatina da Folha de São Paulo disse: "Na Faixa de Gaza está havendo um massacre, uma ação desproporcional, não um genocídio". Claro que não
se pode concordar com a matança que vem ocorrendo na Faixa de Gaza,
tragédia decorrente do radicalismo que separa os líderes do Hamas e de
Israel, mas é preciso cuidado para tratar de assunto tão delicado.
O
Brasil não pode opinar sobre o conflito entre árabes e judeus ao mesmo
tempo em que se cala diante do abate - com um míssil russo do
"companheiro" Vladimir Putin -, de um avião na Ucrânia, que matou 298
civis de vários países do mundo; nada diz sobre todos os crimes
cometidos pelos irmãos Castro, em Cuba; apoia Hugo Chávez e Nicolás
Maduro na Venezuela - que levaram seu país a uma destruição total de sua
economia e a uma radical ditadura socialista -, ou silencia sobre a
destruição econômica, a censura e a perseguição política dos oponentes,
promovidas por Cristina Kirchner e Evo Morales na Argentina e na
Bolívia.
A
política externa brasileira nos governos do PT, além de ser
"irrelevante", insignificante, têm sido a de apoiar os "companheiros"
socialistas, marxistas, castristas ou bolivarianos, e de clara oposição
aos países democratas e capitalistas.
Esquecem-se
nossos governantes de que todos esses países não são economicamente
fortes e que, para construirmos escolas, hospitais, rodovias, portos,
geradoras de energia e tudo o que o país precisa para se desenvolver, só
há uma saída: vender o que produzimos para quem pode comprar e, claro,
não será para os países governados por estes "companheiros" que
venderemos, pois além de possuírem economias muito pequenas ou falidas,
não possuem sequer quantidade suficiente de consumidores para nossa
produção.
"Senhores governantes do PT, antes de sequer olhar para a casa do vizinho, cuidem da sua".
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e empresário
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