Márcia Tiburra e a ampliação forçada do termo “fascismo”
Olavo de Carvalho - MSM
Segundo
a sapientíssima Márcia Tiburra, o “fascista” nega ao seu adversário o
direito de existir, ou pelo menos de ser ouvido. Mas há maneira mais
brutal e eficiente de negar a alguém o direito de existir e de ser
ouvido do que chamá-lo de “fascista”? Tão logo assim carimbado pelo
crime hediondo de ser contra o aborto ou de não querer transexuais
sambando no altar durante a missa, o cidadão se torna automaticamente
culpado de todas as atrocidades cometidas pelos nazistas — e quem vai
querer uma peste dessas falando do alto de uma cátedra universitária ou
escrevendo em jornais respeitáveis como a Fôia e o Grobo?
*
A esquerda usa a mesma tática mil vezes, e, neste mundo de trouxas,
continua funcionando: Inventa alguma exigência bem ofensiva ao senso
comum — missa gay, direitos das galinhas, culto da Mãe Terra, abaixo
Cristóvão Colombo — e, quando as pessoas comuns se ofendem, chama-as de
racistas e fascistas. Assustadas, elas pedem desculpas e concordam com
tudo só para provar que não são racistas e fascistas.
*
A ampliação forçada do significado do termo “fascismo”, destinada a
aprisionar nele qualquer um que seja desagradável aos esquerdistas,
levou meio século para se transmutar de pura fraude intelectual em
ameaça totalitária presente e atuante. Mutatis mutandis, meio
século decorreu para que as primeiras reações literárias ao golpe de
1964 se transformassem na completa reestruturação da estratégia
esquerdista que acabou entregando o país nas mãos de uma quadrilha de
larápios comunistas que o arruinaram.
Essas coisas são sempre assim. Idiotas que só acompanham a política
pela mídia boicotam e inibem qualquer investigação mais séria das raízes
profundas do poder e assim impedem que os males sejam curados antes de
tornar-se catástrofes irreversíveis.
O ódio que essas criaturas sentem aos que compreenderam o processo
antes deles é imensurável e insaciável. Elas fazem tudo para tirá-los do
caminho e destrui-los, seja para usurpar o lugar deles, seja,
simplesmente, para abafar o vexame que passaram.
Leiam (ou releiam) este meu artigo de 2012:
http://midiasemmascara.org/arquivos/visao-curta-e-visao-mais-curta/
*
O ÚNICO — repito: ÚNICO — brasileiro que algum dia teve a sua
existência negada ao ponto de se reduzir à condição de não-pessoa foi o
Cabo Anselmo, e quem lhe impôs essa condenação foram os correligionários
da Dra. Tiburra. Isso é ou não é uma confirmação da profecia de Winston
Churchill, segundo a qual os fascistas do futuro se chamariam
antifascistas?
*
Mais ainda: O ÚNICO jornalista brasileiro que foi banido de toda a
grande mídia impressa fui eu mesmo. Portanto, eu SEI o que é negar a
alguém o direito de existir. Dona Tiburra não sabe. Fala no vazio, só
por boniteza. Nem percebe que está praticando o “Acuse-os do que você
faz, xingue-os do que você é.”
*
No tempo da ditadura, NEM UM ÚNICO jornalista de esquerda foi banido
de toda a mídia. Perdia um emprego, tinha outro no dia seguinte.
*
Como é lisonjeiro ter tantos odiadores e nenhum concorrente!
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