Cessar-fogo é quebrado poucas horas após seu início
Logo nas primeiras horas
da trégua, o governo israelense acusou o Hamas de violar o acordo e
palestinos relataram oito mortes em bombardeio em Rafah
VEJA
Os combates entre o Exército de
Israel e o Hamas foram retomados nesta sexta-feira poucas horas depois
da entrada em vigor de um cessar-fogo humanitário de 72 horas – os dois
lados do conflito se acusam um ao outro de ter violado a trégua. Segundo
a rede CNN, oito palestinos foram mortos e quinze ficaram feridos por
bombardeios de artilharia israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Um funcionário israelense disse à CNN que o Hamas atacou as forças
israelenses dentro de Gaza na manhã desta sexta, descrevendo o ato como
"uma grave violação" do cessar-fogo. As Forças de Defesa de Israel se
recusou a comentar sobre os relatórios de palestinos de bombardeio em
Rafah. Apesar do episódio, a BBC relata que o resto da Faixa de Gaza
amanheceu em relativa tranquilidade. O cessar-fogo humanitário de 72 horas na Faixa de Gaza teve
início nesta sexta, mas após ataques de ambos os lados, ainda não está
claro se os envolvidos vão continuar tentando realizar uma trégua.
Israel e Hamas concordaram com a trégua na quinta-feira e a medida
entrou em vigor às 8 horas desta manhã, pelo horário local (2h de
Brasília).
Acordo – Israel
e Hamas concordaram com o cessar-fogo humanitário depois de 24 dias de
um conflito que deixou mais de 1.400 palestinos e 56 soldados de Israel
mortos. O anúncio foi feito em comunicado conjunto do secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon e do secretário de Estado americano, John Kerry na
quinta-feira. Durante o período do cessar-fogo, "as forças no terreno
vão permanecer no local", diz o comunicado, indicando que as tropas
israelenses que entraram em Gaza na ofensiva terrestre vão continuar na
região. A operação israelense foi lançada no dia 8 deste mês, com o
objetivo de minar a capacidade do Hamas de disparar foguetes contra seu
território. No dia 17 teve início a operação por terra, destinada à
destruição de túneis clandestinos usados por radicais.
Cerca de um quarto dos 1,8 milhão de habitantes de Gaza, pequeno e
empobrecido território ao oeste de Israel, foram deslocadas por causa do
conflito, de acordo com a ONU. O cessar-fogo tinha o intuito de
permitir a entrada de alimentos e suprimentos médicos, prestar melhor
atendimento aos feridos e sepultar os mortos. Sob a trégua, funcionários
israelenses e palestinos deveriam se reunir no Cairo para tentar chegar
a um "cessar-fogo durável", disse o comunicado da ONU e dos EUA.
“Este cessar-fogo é crítico para dar a civis inocentes um necessário
alívio em meio a violência. Durante este período, civis em Gaza vão
receber ajuda humanitária urgentemente necessária, e terão a
oportunidade de realizar tarefas vitais, incluindo enterrar os mortos,
cuidar dos feridos e reabastecer os estoques de alimentos. Consertos em
infraestrutura essencial de água e energia que estavam atrasados também
poderão ser retomados neste período”, enumera o texto.
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