Reinaldo Azevedo - VEJA
Noticia-se mundo afora que Israel e Hamas aceitaram um cessar-fogo de 72 horas, negociado pelos Estados Unidos e pela ONU. Ok. É um fato, mas pode ser dito de outro modo, mais de acordo com a natureza desse fato. O Hamas aceitou o cessar-fogo desta vez, o que não tinha feito até agora. Sim, esse detalhe escapava ao noticiário majoritariamente anti-Israel. Era o movimento terrorista que se recusava a suspender os ataques. Afinal, para ele, quanto mais cadáveres, melhor; quanto mais mortos, melhor; quanto mais vítimas, melhor. É assim que facínoras caíram no gosto da estupidez politicamente correta.
Consta que
a trégua é incondicional. Em situações semelhantes, no passado, ela
sempre foi rompida pelo Hamas. Mesmo nesta jornada, combinou-se um
cessar-fogo humanitário de algumas horas para atender algumas vítimas.
Os terroristas não o respeitaram. Consta ainda que haverá negociações
posteriores, encerrado esse período de três dias. Tomara! Se o Hamas
insistir no tal “fim do bloqueio a Gaza”, no entanto, não haverá acordo.
Como esquecer que, antes do início dessa nova incursão, eram os
extremistas muçulmanos que estavam no ataque, sozinhos?
E por que o
Hamas aceita agora o cessar-fogo, se é que vai levar a sério a palavra?
Porque é claro que a situação em Gaza é dramática. Segundo a ONU, há
200 mil pessoas abrigadas em suas instalações e outro tanto na casa de
parentes. O desavisado logo parte para o ataque: “Estão vendo? Israel só
agride civis…”. Não! O Hamas é que, de forma declarada, infiltra-se
entre os civis e transforma bairros em bases militares – e, portanto, em
alvos militares também. É bom não esquecer: antes desse novo conflito,
havia um clima de revolta contida contra o Hamas na Faixa de Gaza. O
terror precisa de corpos para manter o poder.
A operação
Margem Protetora está em seu 24º dia, a mais longa desde que Israel
retirou militares e civis judeus de Gaza, em 2005. Depois disso, o
Exército realizou outras duas operações: uma entre 2008 e 2009, que
durou 23 dias, e outra em 2012, durante sete dias. Esta também é a
operação que fez o maior número de soldados israelenses mortos desde a
Guerra do Líbano.
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