O cachorro voador foi atropelado por um carro da família antes que a Lava Jato atropelasse seus donos
Entre um pouso e uma decolagem na rota Rio-Mangaratiba, o governador encontrou tempo para divertir-se nos jantares em Paris com a Turma do Guardanapo, transformar a primeira-dama numa vitrine ambulante de joalheria, bajular Lula e Dilma nas frequentes visitas presidenciais ao Rio, achacar empresários, fraudar licitações bilionárias, inaugurar obras inventadas por Eike Batista, abrilhantar comícios de delinquentes e gerenciar uma das maiores lavanderias de dinheiro sujo do mundo. Até o momento, as investigações da Operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato, descobriram 332 casos de lavagem criminosa. Com tantos afazeres, é compreensível que Cabral não tenha reservado espaço na agenda para cuidar do Rio.
Agora engaiolado em Bangu, nosso Usain Bolt da bandidagem está menos gordo e bem mais triste. “Ele sente muita falta da vida aqui fora”, confirmou um amigo depois da recente aparição de um Cabral claramente abatido. Faz sentido. A mesma síndrome de abstinência estendeu as sombras da depressão a Adriana Ancelmo, presa a poucos metros do marido. A morte poupou de tais dissabores o cachorro Juquinha, atropelado em dezembro de 2014 por um carro da família pilotado por um segurança desatento. Se continuasse vivo, o cão voador decerto acharia muito sofrido o sumiço do helicóptero (e dos donos). E estaria latindo de medo da Lava Jato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário