Josias de Souza - UOL
Ao
assumir o seu segundo mandato, Dilma tomou duas providências que
considerou prioritárias na época. Numa, acomodou amigos em poltronas que
eram ocupadas por olheiros de Lula no Planalto. Noutra, deflagrou um
plano para esvaziar o PMDB. Decorridos nove meses, Dilma descobriu-se
sitiada por Lula e pelo PMDB. Para não cair, rendeu-se.
Ao ampliar
a participação do PMDB num gabinete que prometera enxugar, Dilma
entregou os anéis. Ao incluir a pasta da Saúde na cota do pseudo-aliado,
ela sacrificou os dedos. Ao mexer na trincheira da Casa Civil, trocando
Aloizio Mercadante, seu mais fiel assessor, por Jaques Wagner, um chapa
de Lula, Dilma repassou sua alma ao padrinho político.
Está
entendido que a maior influência sobre Dilma na redefinição do gabinete
ministerial veio de Lula. Afora o fato de ter retomado espaços físicos
que perdera —além da Casa Civil, a coordenação política, com Ricardo
Berzoini— o morubixaba do PT orientou a elevação do cacife do PMDB.
O
que vem por aí depende de duas respostas: 1) como Dilma vai lidar com a
ideia de ser uma espécie de ex-presidente da República no cargo? 2) o
que Lula planeja fazer com a política econômica do governo? Já se sabe
que o dono de Dilma não está satisfeito com o ajuste fiscal de Joaquim
Levy.
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