Ocorre
que esta estratégia, semelhante à que Fernando Collor utilizou sem
sucesso quando seu governo entrou em crise e à que Lula utilizou com
sucesso após o mensalão, expõe uma enorme mazela da administração
pública nacional: a utilização de ministérios e secretarias estaduais ou
municipais como moedas de troca política, o que perverte o foco desses
órgãos, levando-os a deixar de lado o interesse público e a eficiência
em benefício dos usufrutos políticos e eleitorais.
Além
disso, Dilma leva esse tipo de estratégia a um novo patamar, com o toma
lá dá cá escancarado à luz do dia, nos mostrando as cotas de
participação exigidas por cada partido, os orçamentos desejados, as
disputas pela indicação do nome específico para cada pasta, a vontade da
Presidente de não desagradar A ou B, etc. Em nenhum momento se discutem
projetos, políticas públicas, metas e coisas do gênero. Apenas cargos,
recursos e poder.
Sem
dúvida é natural na política que os governos busquem apoio parlamentar
e, para isso, aceitem exigências de parceiros, destaquem espaços da
administração para serem geridos por membros da aliança que dá suporte à
gestão, entre outras medidas. É assim no mundo inteiro e não devemos
demonizar o caráter negocial da política em si. Mas as nomeações são,
necessariamente, acompanhadas de compromissos programáticos e feitas com
base na capacidade gerencial e intelectual e no conhecimento sobre a
área dos que serão eventualmente nomeados.
No
Brasil petista de Dilma, o interesse público foi esquecido, a
eficiência foi deixada de lado e a relação do nome do indicado com a
pasta que irá gerir é tratada como algo menor. Só sobrou a política de
sobrevivência, que na verdade tem um outro nome: politicagem.
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