quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Então era essa a tal “Pátria Educadora”?
A politicagem falou mais alto, e mesmo o ministro alinhado ideologicamente não conseguiu se preservar no cargo, pois é preciso realocar Mercadante de alguma forma.
Rodrigo Constantino - VEJA
Fonte: Folha
Fonte: Folha
A presidente Dilma Rousseff fechou nesta quarta-feira (30) com seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que ele irá assumir o Ministério da Educação, que hoje é comandada por Renato Janine Ribeiro.
A saída do petista foi acertada em meio a fortes pressões de aliados do governo para que deixe a gerência do governo. Com isso, Mercadante retorna à pasta que ocupava antes de assumir a Casa Civil.
Muito desgastado, Dilma acatou a pressão de PMDB e integrantes do PT para colocar no lugar do petista alguém com menos desgastes e que possa auxiliar Dilma Rousseff a enfrentar a crise. O mais cotado para a Casa Civil é o petista Jaques Wagner (Defesa).
Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) iria para a Defesa no lugar de Wagner. E Ciência e Tecnologia ficaria com o PSB.
É tudo tão absurdo que mal sei por onde começar! Vejamos: Mercadante foi um total fracasso como cão fiel de Dilma na articulação política, pois é arrogante, além de ignorante em relação ao que se passa com nosso país. Dilma se viu na necessidade de comprar mais apoio do PMDB, e fez sua  “reforma ministerial” com base nos “conselhos” de Lula, que participou da reunião sem ter cargo algum no governo. Ou seja, é escancarado que o ex-presidente é quem governa, ainda que informalmente.
Mas o que fazer com Mercadante, o homem de confiança de Dilma e desafeto de Lula? Como prêmio de consolação por perder o cargo, ele vai parar no ministério de Educação, substituindo Janine, que tinha ideologia de esquerda, mas era apartidário. Dilma é fiel ao companheiro, não aos estudantes brasileiros.
Quando Janine Ribeiro foi escolhido para o ministério, muitos “intelectuais” vibraram, e alguns tiveram até coragem de sair da toca e assumir que tinham votado em Dilma mesmo. Era a “Pátria Educadora” priorizando o setor fundamental que está em frangalhos. Durou muito pouco.
A politicagem falou mais alto, e mesmo o ministro alinhado ideologicamente não conseguiu se preservar no cargo, pois é preciso realocar Mercadante de alguma forma. Dilma mostra, assim, como valoriza a educação pública brasileira: ela é um encosto para aliados fiéis, um buraco a ser preenchido por quem não consegue se mostrar eficiente na função de articulação política. Era essa a tal “Pátria Educadora” então?
Para o lugar de Mercadante, um homem de Lula, para mostrar logo, sem rodeios, quem manda nessa bagunça toda. O criador cansou de falar por meio da criatura, que andava um tanto ousada e independente, e resolveu acabar com a farra. É preciso sentar mais no colo do PMDB para manter a cabeça no pescoço, diz Lula a Dilma. E deixa que o meu ministro faça isso, pois o seu se mostrou um fracasso total. A única meta é chegar vivo até 2018, e pro inferno o Brasil!
Por fim, vai para a pasta de Jaques Wagner ninguém menos que Aldo Rebelo, o comunista! Qual a pasta mesmo? Ah sim: o ministério de Defesa! Ou seja, teremos um comunista cuidando do setor de defesa dos militares, não é incrível? Algo como colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro, ou um “frei” Betto da vida para ser logo o papa de uma vez. Querem acabar com nossa Defesa? Não havia caminho mais fácil.
A capacidade de o PT destruir de vez o país jamais pode ser subestimada. No desespero de se perpetuar no poder, apesar de todo o estrago que já causou, o partido tenta de tudo, sem levar em conta por um só segundo o bem-estar dos brasileiros. Depois dessa “reforma” ministerial, acho que os últimos “intelectuais” que confessavam ter votado em Dilma vão desaparecer de vez…

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