Grã-Bretanha e EUA espionaram comunicação militar de Israel
De
acordo com documentos confidenciais revelados pelo ex-analista de
segurança Edward Snowden, EUA e Grã-Bretanha espionaram os israelenses
por, pelo menos, 10 anos
VEJA
O
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu se cumprimentam durante encontro no Salão
Oval da Casa Branca, em Washington(Kevin Lamarque/Reuters)
Os
Estados Unidos e a Grã-Bretanha monitoraram comunicações e missões
secretas da Força Aérea de Israel por meio de uma operação de invasão de
computadores realizada em 1998, de acordo com documentos atribuídos aos
vazamentos feitos pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional
(NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Edward Snowden. Israel
manifestou desapontamento com as revelações, que foram publicadas nesta
sexta-feira em três diferentes veículos de comunicação nos EUA, Alemanha
e Israel; e podem agravar ainda mais as tensões nas relações com
Washington, após anos de desentendimentos sobre questões envolvendo o
Irã e os palestinos.
O jornal israelense Yedioth Ahronoth informou que a NSA,
especializada em vigilância eletrônica, e sua homóloga britânica, o
Escritório Governamental de Comunicações (GCHQ, na sigla em inglês),
espionaram missões da Força Aérea israelense na Faixa de Gaza, Síria e
no Irã. A operação de espionagem, com o codinome "Anarchist", foi
realizada a partir de uma base em Chipre e teve como alvo também outros
países do Oriente Médio.
As revelações foram feitas também pela revista alemã Der Spiegel e a publicação on-line The Intercept,
que lista entre seus associados Glenn Greenwald, colaborador de
Snowden. "Esse acesso é indispensável para manter um entendimento sobre o
treinamento e as operações militares israelenses, e assim dar um
insight sobre possíveis desenvolvimentos na região", disse um relatório
de 2008 da GCHQ, segundo a The Intercept. Não se sabe
exatamente quando a operação terminou, mas é sabido que os EUA e a
Grã-Bretanha espionaram as comunicações da Força Aérea israelense por,
pelo menos, dez anos.
Naquele ano, Israel entrou em guerra contra soldados do Hamas em
Gaza, e começou a expressar ameaças cada vez mais exaltadas de atacar
instalações militares iranianas, caso considerasse a diplomacia
internacional insuficiente para impedir que seu inimigo se tornasse
capaz de fabricar uma bomba atômica. Ao serem questionados, os EUA e a
Grã-Bretanha disseram através de porta-vozes que não discutiriam temas
diplomáticos publicamente.
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