sábado, 25 de junho de 2016

Teori contraria Procuradoria e envia denúncia contra Lula para Justiça do DF
Felipe Dana - 6.jun.16/Associated Press
Brazil's Former President Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a rally in defense of public companies and against Brazil's interim President Michel Temer in Rio de Janeiro, Brazil, Monday, June 6, 2016. Lula criticized Brazil's interim president Temer and defended Petrobras, the state run oil company which was once a symbol of Brazil's prosperity and is now at the center of a corruption investigation. (AP Photo/Felipe Dana) ORG XMIT: XFD105
Ex-presidente Lula, que foi denunciado sob acusação de tentar evitar a delação de Cerveró
A decisão contraria a posição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que defendeu que o caso ficasse com o juiz do Paraná Sergio Moro.
Teori entendeu que o caso é de responsabilidade da Justiça do DF porque a tentativa do crime teria sido praticada em preponderância na capital federal, mesmo tendo fatos no Rio de Janeiro e em São Paulo. O ministro cita, por exemplo, que o fato-chave do caso ocorreu em Brasília, onde o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) foi gravado em uma conversa na qual ofereceu auxílio financeiro para evitar a colaboração premiada de Cerveró.
Segundo Teori, o próprio Supremo já fixou que casos que não tenham conexão direta com a corrupção na estatal não devem ficar a cargo da Justiça do Paraná. Tais fatos não possuem relação de pertinência imediata com as demais investigações relacionadas às fraudes no "âmbito da Petrobras".
Na semana passada, o ministro enviou para Moro e a força-tarefa da Lava Jato a maior parte das investigações sobre Lula –16 procedimentos– como os casos do tríplex em Guarujá e o sítio de Atibaia, em São Paulo.
A denúncia contra Lula também tem como alvos Delcídio, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, seu filho, Maurício Bumlai, o banqueiro Andre Esteves, Diogo Ferreira, ex-assessor do ex-senador, e Edson Ribeiro, ex-advogado de Cerveró. A ideia seria evitar que eles fossem delatados pelo ex-diretor.
Segundo a Procuradoria, eles teriam atuado para comprar por R$ 250 mil o silêncio de Cerveró.
A acusação tramitava no Supremo porque Delcídio tinha foro privilegiado. Ele, no entanto, foi cassado após se tornar delator da Lava Jato e implicar vários senadores do governo e oposição.
A Procuradoria afirmou ao STF que Lula "impediu e ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai, e Maurício de Barros Bumlai", e pede a condenação de todos por obstrução da Justiça.
Os investigadores analisaram e-mail, extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis.
Em depoimento à Procuradoria, Lula disse que jamais discutiu com Delcídio a tentativa de obstruir a delação de Cerveró. A defesa de José Carlos Bumlai tem negado acusações. A defesa de André Esteves declarou que ele não cometeu nenhuma irregularidade.

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