Felipe Frazão - VEJA
Aeronave Cessna 560XLS+ Citation Excel (Reprodução TV Globo/AFP)
Entre
as revelações da Operação Turbulência da Polícia Federal, está a
constatação pelo COAF de que circulou pela conta bancária da empresa
Geovane Pescados a quantia de 21 milhões de reais, desde 2013, quando
foi aberta. A empresa não existe na prática. A conta da peixaria é uma
das 25 usadas no emaranhado de créditos e débitos que a organização
criminosa movimentava para lavar dinheiro de origem espúria -
possivelmente oriundo de corrupção e desvios de verbas públicas, segundo
os investigadores, e que abasteceu campanhas eleitorais. Recursos que
bancariam a compra do jatinho Cessna PR-AFA que caiu e matou o
ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014
saíram da conta dessa mesma peixaria. A peixaria recebeu ainda dinheiro
de uma empresa fantasma de terraplanagem, de uma galeria de arte e de
uma empresa de pneus de Goiás. "Sobreleva apontar, ainda, a equivalência
entre o montante total creditado (R$ 10.491.801,12) e o montante total
debitado (R$ 10.491.031,50) da conta da Geovane Pescados Eireli nesse
período, sugerindo tratar-se de mera conta de passagem dos recursos,
constituindo-se em indicativo de lavagem de dinheiro", diz a Polícia
Federal.
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