segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
Um grupo de manifestantes tentou impedir uma fala do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, em uma palestra na Universidade Columbia, em Nova York (EUA), nesta segunda-feira (6).
Moro é um dos convidados do evento para discutir governança e combate à corrupção no Brasil, que ocorre até amanhã. O procurador da Lava Jato Paulo Roberto Galvão e a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, também estão na lista de palestrantes. A ministra não confirmou sua participação.
O protesto contra Moro começou logo que ele entrou no auditório. Da plateia mulher começou a gritar acusando o juiz de ser "tendencioso". Com faixas, um grupo a acompanhou com vaias e grito de "bias" (viés, em inglês).
Aparentemente constrangido, Moro aguardou no palco o grupo ser retirado. Antes de o evento começar, cerca de dez estudantes e professores protestaram com cartazes na frente da universidade.
O grupo afirma que o evento mostra apenas um lado da situação política brasileira atual.
"Sugerimos outros nomes [de palestrantes], que também tenham uma visão mais crítica com relação à atuação do juiz Sergio Moro, mas eles não aceitaram", diz a carioca Luiza Nassif, 29, estudante de economia da New School, que também organiza a palestra em parceria com Columbia.

Renata Cafardo/Folhapres
Manifestantes na porta da Universidade Columbia, em Nova York, onde o juiz Sergio Moro, daria palestra
Manifestantes na porta da Universidade Columbia, em Nova York, onde o juiz Sergio Moro, daria palestra
'BOA SORTE'
Ao final de sua palestra, o juiz desejou "boa sorte" a Alexandre Moraes, que será anunciado como novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda (6).
Avisado pela imprensa sobre a notícia, reagiu com a expressão "uau" e disse em seguida que "não esperava ser escolhido".
Moro também foi questionado pela Folha se a morte da ex-primeira dama Marisa Letícia influenciaria de alguma forma seu julgamento na Lava Jato. Ele pediu desculpa e disse que não iria responder à pergunta. "Não acho apropriado."
O juiz ainda comentou a foto em que apareceu sorrindo recentemente ao lado de Aécio Neves (PSDB-MG). "Eu estava em um evento público e ele estava ao meu lado, não conversamos sobre a Lava Jato."
Durante sua palestra, o juiz falou por mais de meia hora e explicou didaticamente a operação Lava Jato para uma plateia essencialmente brasileira, que o aplaudiu.
"Espero que daqui alguns anos, a Lava Jato tenha deixado a democracia mais forte no Brasil, e que corrupção seja uma uma lembrança do passado", disse o juiz. "Não podemos assegurar que isso vai acontecer, mas temos que ter esperança."

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