Não foi por acaso que Temer omitiu a reforma da Previdência do discurso
que fez minutos depois do fim da votação na Câmara. O Planalto saiu do
plenário com placar mais magro que os 308 votos necessários para aprovar
aquela que é atualmente a principal bandeira do governo.
Há pouco mais de dois meses, o governo estava praticamente morto. No dia seguinte à divulgação da delação de Joesley Batista, parlamentares da base de Temer se reuniram para tramar sua derrubada. Com inegável destreza política, o presidente se reergueu, venceu um processo no Tribunal Superior Eleitoral e, agora, enterrou a primeira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele.
Como a sobrevivência de Temer foi pactuada diretamente com o deputados, estes se fortaleceram como fiadores do governo e, também, da agenda de reformas que o presidente pretendia construir como sua marca.
Apesar do fôlego que a vitória lhe confere, o presidente terá um trabalho árduo para atravessar os 17 meses que restam de seu mandato. Será especialmente custoso manter a fidelidade desses 263 deputados e ainda conquistar os 45 que faltam para fazer avançar na Câmara o projeto previdenciário.
Assim como o parlamentar que o visitou no Planalto há alguns dias, muitos deputados votaram para derrubar a denúncia, mas não querem arcar com o ônus de apoiar uma reforma impopular a menos de um ano da campanha.
A principal esperança do governo para construir esse placar é o PSDB, que ficou dividido na votação desta quarta, mas tem viés pró-reformas.
No auge da crise, Temer cogitou romper com os tucanos, mas se convenceu de que precisará do apoio de ao menos parte da bancada da legenda para aprovar sua agenda.
Esse movimento, entretanto, dependerá de uma reengenharia da base aliada, que tende a provocar descontentamento principalmente no grupo de partidos que votaram massivamente a seu favor e o mantiveram vivo –o chamado "centrão".
O presidente chegou a sinalizar a dirigentes dessas siglas que distribuiria a eles cargos atualmente ocupados pelo PSDB, mas os planos mudaram. A matemática para manter a lealdade desses dois campos até o fim de 2018 será complexa.
Essa reformulação da coalizão governista será feita tanto de olho na perspectiva futura quanto para quitar débitos adquiridos no esforço feito para enterrar a denúncia por corrupção passiva.
Temer já liberou emendas e destravou nomeações para se manter no cargo, mas também precisou distribuir notas promissórias: muitos deputados aceitaram votar com o presidente nesta quarta sob a garantia de que receberão o quanto antes o pagamento pelos serviços prestados.
Apesar da força obtida, o peemedebista terá que compartilhar necessariamente com o Congresso o mérito de sua pauta –em especial com o chefe da Câmara, Rodrigo Maia. Se a prioridade era sobreviver, Temer teve sucesso. "Esqueça o resto, por enquanto."
Há pouco mais de dois meses, o governo estava praticamente morto. No dia seguinte à divulgação da delação de Joesley Batista, parlamentares da base de Temer se reuniram para tramar sua derrubada. Com inegável destreza política, o presidente se reergueu, venceu um processo no Tribunal Superior Eleitoral e, agora, enterrou a primeira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele.
Como a sobrevivência de Temer foi pactuada diretamente com o deputados, estes se fortaleceram como fiadores do governo e, também, da agenda de reformas que o presidente pretendia construir como sua marca.
Apesar do fôlego que a vitória lhe confere, o presidente terá um trabalho árduo para atravessar os 17 meses que restam de seu mandato. Será especialmente custoso manter a fidelidade desses 263 deputados e ainda conquistar os 45 que faltam para fazer avançar na Câmara o projeto previdenciário.
Assim como o parlamentar que o visitou no Planalto há alguns dias, muitos deputados votaram para derrubar a denúncia, mas não querem arcar com o ônus de apoiar uma reforma impopular a menos de um ano da campanha.
A principal esperança do governo para construir esse placar é o PSDB, que ficou dividido na votação desta quarta, mas tem viés pró-reformas.
No auge da crise, Temer cogitou romper com os tucanos, mas se convenceu de que precisará do apoio de ao menos parte da bancada da legenda para aprovar sua agenda.
Esse movimento, entretanto, dependerá de uma reengenharia da base aliada, que tende a provocar descontentamento principalmente no grupo de partidos que votaram massivamente a seu favor e o mantiveram vivo –o chamado "centrão".
O presidente chegou a sinalizar a dirigentes dessas siglas que distribuiria a eles cargos atualmente ocupados pelo PSDB, mas os planos mudaram. A matemática para manter a lealdade desses dois campos até o fim de 2018 será complexa.
Essa reformulação da coalizão governista será feita tanto de olho na perspectiva futura quanto para quitar débitos adquiridos no esforço feito para enterrar a denúncia por corrupção passiva.
Temer já liberou emendas e destravou nomeações para se manter no cargo, mas também precisou distribuir notas promissórias: muitos deputados aceitaram votar com o presidente nesta quarta sob a garantia de que receberão o quanto antes o pagamento pelos serviços prestados.
Apesar da força obtida, o peemedebista terá que compartilhar necessariamente com o Congresso o mérito de sua pauta –em especial com o chefe da Câmara, Rodrigo Maia. Se a prioridade era sobreviver, Temer teve sucesso. "Esqueça o resto, por enquanto."
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