Reconstruir a Ucrânia
FSP
Uma semana depois de o Parlamento ter atendido a duas das principais reivindicações dos manifestantes na Ucrânia, permanece conflituosa a situação no país.
Na mais significativa delas, os legisladores depuseram o presidente
Viktor Yanukovich. Além disso, determinaram a libertação da ex-premiê
Yulia Timoshenko, que estava na prisão havia 30 meses.
FSP
Uma semana depois de o Parlamento ter atendido a duas das principais reivindicações dos manifestantes na Ucrânia, permanece conflituosa a situação no país.
Não foi o suficiente, contudo, para aliviar as tensões que se verificam, desde novembro, entre entusiastas da sociedade ocidental e seguidores da tradição russa.
Continua sem solução, ademais, a grave situação econômica do país. Costurar pacotes internacionais de auxílio financeiro é, nesse cenário, uma necessidade para o presidente interino Oleksandr Turchinov. Mas tal iniciativa será também seu maior desafio.
Com mandato até o fim de maio, quando haverá novas eleições, Turchinov está negociando com União Europeia, EUA e FMI. Trata-se de escolha pró-Ocidente, conforme os anseios dos protestos em Kiev e em contraposição ao que fazia o presidente deposto.
No final de 2013, Viktor Yanukovich recorrera à Rússia, em detrimento de proposta de associação comercial com a União Europeia. Foi este, aliás, o estopim das manifestações que deixaram a Ucrânia na iminência de uma guerra civil e provocaram, na semana passada, a morte de mais de 80 pessoas.
A despeito da nova inclinação, parece crucial, do ponto de vista de Kiev, manter em bom nível as relações com Moscou --que já suspendeu um prometido auxílio de US$ 15 bilhões. Nada impede que Vladimir Putin, presidente da Rússia, sufoque a economia ucraniana com um aumento no preço de gás.
No plano nacional, impõe-se a difícil tarefa de reduzir o nível de corrupção, que se tornou quase institucional no mandato de Yanukovich --o Conselho Europeu de Relações Exteriores estima perdas de US$ 8 bilhões a US$ 10 bilhões apenas entre 2010 e 2013.
Também há problemas políticos e sociais. O presidente interino alertou para os riscos de separatismo. O maior deles vem da Crimeia, uma república autônoma de maioria étnica russa. A ordem de Moscou para exercícios militares em área fronteiriça reforçou a animosidade nessa região.
Turchinov reagiu. Afirmou que movimentações de tropas russas no mar Negro serão consideradas agressão militar. Ainda que sejam, por enquanto, apenas provocações retóricas, demandam atenção da comunidade internacional. Conflitos bélicos em nada contribuiriam para a reconstrução da Ucrânia.
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