quarta-feira, 22 de junho de 2016

A patética audiência com os que querem continuar mamando nas tetas da EBC
Presidente do Conselho diz: “Não vamos deixar que toquem na EBC”. É mesmo? Eles privatizaram a empresa pública?
Reinaldo Azevedo - VEJA
Aconteceu nesta terça-feira uma audiência pública na Câmara para debater os rumos da EBC — a dita Empresa Brasileira de Comunicação, que foi transformada, na prática, num diretório do PT e esquerdistas associados. Como se sabe, o governo Temer demitiu Ricardo Melo, diretor-geral, que conseguiu uma liminar na Justiça para continuar no cargo. O governo estuda, entre outras medidas, extinguir a TV Brasil, a chamada TV Traço. Custa quase R$ 250 milhões por ano. E ninguém vê.
A coisa era uma piada em si. Os ditos “debatedores” estavam, ora vejam, todos de um lado só. Não havia ninguém favorável à reestruturação da empresa. Lá estavam, por exemplo, o próprio Melo e Rita Freire, presidente do Conselho. Também presente a representante de uma tal Frente de Defesa da EBC, Bia Barbosa.
E todos falavam em favor da chamada “comunicação pública”, um conceito curioso. Em “esquerdês”, que é o idioma das pessoas destituídas de lógica, mas com bastante amor pelas tetas do governo, isso quer dizer “comunicação sem público”. Era patético ver toda aquela gente reunida em defesa dos próprios interesses, mas fingindo falar em nome do povo brasileiro.
A tal Rita, presidente do Conselho, disse o seguinte:
“Nós confiamos que, nesta Casa, conseguimos fazer uma mobilização para barrar isso. Nós não vamos deixar que toquem na EBC. E, se tocarem, vamos estar juntos também para reverter. A não ser que a gente rasgue, mais uma vez, a Constituição”.
“Nós” quem, cara pálida? A EBC é intocável? É uma corporação acima da lei e das instâncias democráticas? Sobre a mesa, havia um cartaz em que se lia “Liberdade de expressão”. Que patético! A liberdade de expressão, na EBC petista, consiste em contratar a peso de ouro jornalistas para defender o PT, atacar seus adversários e agredir a imprensa independente e parte do judiciário.
Quando dona Rita diz “não vamos deixa que toquem na EBC”, está querendo dizer o seguinte: “A EBC é do PT e continuará a ser”.
Melo não ficou atrás:
“Há um ataque político à democracia”. É mesmo? Ele chama de democracia o uso de dinheiro público para garantir o monopólio de um ponto de vista.
Para este senhor, é irrelevante saber ser a TV Brasil tem público ou não. E soltou esta pérola:
“A questão não é simplesmente de audiência. Se fosse por aí, a TV Globo estaria fechada, também a Folha, que vendia 1,5 milhão de exemplares na década de 90, quando trabalhei lá, e agora vende 300 mil exemplares. Mas a importância política desses órgãos de comunicação continua sendo inquestionável. Seja de que lado e de que posição eles estiveram.”
Hein? Como? Melo compara a emissora de maior audiência do país com aquela que ele comanda, que ninguém vê. Na década de 90, a Internet era ainda incipiente, e não havia os produtos eletrônicos da Folha e de outros veículos.
Eis a qualidade dos argumentos do que defendem que nada mude. Afinal, a EBC é deles, certo?
Que Temer não desista!

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