PF prende 4 em ação que liga avião de Eduardo Campos a empresas suspeitas de lavagem de dinheiro
'Operação Turbulência' cumpre 60 mandados judiciais em Pernambuco
O Globo
RIO — A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Turbulência com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro que atuava em Pernambuco e Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. A investigação foi iniciada a partir da análise de movimentações financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas envolvidas na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência, Eduardo Campos, no acidente que levou a sua morte em agosto de 2014.
Cerca de 200 policiais federais cumprem, ao todo, 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Até o momento foram cumpridos quatro dos cinco mandados de prisão. De acordo com o "G1", João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite foram presos quando desembarcavam em São Paulo, mas já estão sendo trazidos para o Recife. Já Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos na capital pernambucana. O quinto mandado, ainda em aberto, é para Paulo César de Barros Morato.
Há suspeita de que parte dos recursos serviam para pagamento de propina a políticos e formação de caixa 2 de empreiteiras, desdede 2010. A PF constatou que essas empresas eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”, e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas investigadas na Operação Lava-Jato.
Também são cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.
Os mandados judiciais são cumpridos em 16 cidades pernambucanas, além do Aeroporto de Guararapes: Boa Viagem, Vitória de Santo Antão, Pau Amarelo, Imbiribeira, Piedade, Cordeiro, Espinheiro, Alto Santa Terezinha, Barra de Jangada, Ibura, Moreno, Várzea, Lagoa de Itaenga, Pina, Muribeca e Prazeres.
Tanto os presos como os conduzidos coercitivamente serão levados à sede da Polícia Federal em Recife. Os envolvidos responderão, na medida de seu grau de participação no esquema criminoso, nos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
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