Partido não vai lançar candidato próprio à Prefeitura de Salvador, capital de um Estado que era considerado um reduto eleitoral da companheirada; 21,15% dos prefeitos da sigla eleitos em 2012 mudaram de partido
Não só
isso: a crise chega depois de 13 anos de poder, sendo que os 22 que o
antecederam foram dedicados à construção da imagem do monopolista da
ética e da moralidade pública, atacando todas as outras forças políticas
porque supostamente comprometidas com a corrupção.
Um dos
sinais dessa dificuldade se revelou nesta quarta-feira. Embora esteja
exercendo o terceiro mandato consecutivo na Bahia — agora com Rui Costa,
depois de dois com Jaques Wagner —, o partido não terá candidatura
própria à Prefeitura de Salvador. O Estado era um dos redutos eleitorais
mais fortes do partido. É bem verdade que a legenda nunca conseguiu
administrar a capital.
Os
petistas vão se juntar ao PSB — que é petista-dilmista no Estado — e ao
PCdoB para lançar uma candidata dessa legenda, a deputada Alice
Portugal. ACM Neto, do DEM, atual prefeito, disputa a reeleição e é
considerado por todos o favorito.
As
pré-candidaturas do PT não teriam a menor chance de vingar. Um nome era
Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, que é simplesmente ignorado pelas
bases do partido e pelo eleitorado mais pobre. Outro, o deputado
federal Valmir Assunção, é mero braço do MST e afasta o eleitorado de
classe média. Um terceiro, o vereador Gilmar Santiago, não conseguiu se
eleger nem deputado estadual em 2014.
É claro
que isso reflete a crise por que passa o partido. Já está certo que
outras capitais do Nordeste também não terão candidatos próprios:
Teresina, Aracaju, São Luís e João Pessoa. Ocorre que as dificuldades
não se limitam a ser cabeça de chapa.
Segundo
levantamento de abril, o partido perdeu 135 dos l38 prefeitos eleitos em
2012 (21,15%). Em alguns Estados, a situação é dramática. Em São Paulo,
caíram fora 35 dos 73 (48%); no Paraná, 18 dos 40 (45%); no Rio, 7 dos
11 (63,63%).
Isso
demonstra que nem os petistas acreditam nas histórias contadas pela
direção do PT. A cada vez que vemos Lula ou Dilma, com suas bazófias, a
anunciar amanhãs sorridentes para a legenda, devemos nos lembrar de qual
é o sentimento real do eleitor.
Ora, um
partido não consegue lançar um candidato quando não está em conexão com o
sentimento das ruas. E vê a fuga de seus filiados quando já não
consegue mais lhes oferecer um horizonte.
Que caminhe para a extinção, abandonado pelo povo. É o justo! É o merecido.
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