Governador do Espírito Santo fez duras críticas ao movimento da PM local
Miguel Caballero - O Globo
Governador em exércio e interino do Espírito Santo falou sobre crise na segurança pública nesta quarta - Reprodução
VITÓRIA - O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, classificou nesta quarta-feira de "chantagem" e "método da vergonha" a paralisação da PM no estado. Ele disse que o governo não vai "pagar o resgate" pelo que chamou de sequestro da liberdade da população e fez um apelo para que os policiais voltem às ruas. Foi a primeira vez que ele se pronunciou sobre a crise de segurança que traz caos ao estado desde sábado. Hartung retirou um tumor da bexiga na última sexta e está licenciado do cargo até semana que vem.
- É um caminho errado (o movimento). Rasga a Constituição do país. O que está acontecendo no Espírito Santo é chantagem. Aberta. Se aceitarmos, é hoje aqui no Espírito Santo e amanhã em outros estados - afirmou.
- É sequestrar a liberdade do cidadão capixaba e cobrar resgate. Não pode pagar resgate. Não se paga resgate nem pelo aspecto ético, nem descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Não foi só Hartung que criticou o movimento. Nesta quarta-feira, o governador em exercício César Colnago afirmou que a população está em 'cárcere privado' e pediu mais tropas ao governo federal.
Depois de dar uma entrevista sobre sua situação médica e acompanhar as declarações do governador em exercício, César Colnago, Hartung fez um apelo, até em tom emocionado, aos policiais.
- Eu me dirijo aos policiais da PM, homens e mulheres sérios, de bem. Quero olhar no olho desses policiais e pedir que respeitem a sua constituição. Respeite nosso estado. Quem paga essa conta é o cidadão capixaba. O patrão é o cidadão, é quem paga. Nós somos um governo passageiro.
E prosseguiu com o apelo:
- Pela historia que tenho no ES, quero falar ao coração de vocês. É um movimento ilegal, inconstitucional. método da vergonha, da chantagem, sequestrar o direito do nosso povo e cobrar resgate.
Paulo Hartung afirmou ainda que a reposição das perdas salariais face à inflação pelos policiais representaria um custo imediado de R$ 500 milhões, o que o governo não tem condições de fazer no momento.
O governado em exercício, César Colnago, já havia afirmado que o governo não dará aumento aos PMs. O último reajuste, segundo ele, foi dado em abril de 2014.
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