Jucá não admite ficar fora da suruba
O líder do governo no Congresso enxerga na Casa do Povo uma casa de tolerância
Augusto Nunes - VEJA
Assustado com a ameaça de perder
o foro privilegiado, Romero Jucá agitou a segunda-feira com uma
comparação audaciosa: “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é
suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”. As três
frases insinuaram que, para o líder do governo no Congresso, há mais
semelhanças que diferenças entre a Praça dos Três Poderes e um bordel de
luxo frequentado exclusivamente por pais da pátria.
Hoje cedo, acuado por protestos de deputados e senadores,
mudou de ideia ─ e tratou de excluir o Parlamento dessa ilustre zona do
meretrício. “Eu tinha citado uma música dos Mamonas e isso não foi
colocado”, recitou. “Mas, se alguém se sentiu ofendido, peço desculpas”.
Em menos de 24 horas, o vigarista na mira da Lava Jato passou a ver um
templo das vestais onde havia enxergado uma casa de tolerância.
A retirada de Romero Jucá confirma: medo de cadeia afeta o juízo. E pode desandar em perigosos surtos de sinceridade.
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