Aliado de Marina se lança ao governo paulista e desafia PSB de Campos
'Rede não nasceu para ser subserviente aos projetos políticos tradicionais', diz Ricardo Young
Isadora Peron - O Estado de S. Paulo
São Paulo - Aliado político da ex-ministra do Meio Ambiente Marina
Silva, o vereador paulistano Ricardo Young (PPS) lançou nesta
quinta-feira à noite, durante um jantar com integrantes da Rede, seu
nome ao governo de São Paulo. "A Rede não nasceu para ser subserviente
aos projetos políticos tradicionais. Nós não nascemos para passar em
branco nessas eleições. Então eu queria dizer para vocês que vou me
colocar à disposição da candidatura para governo do Estado", discursou
sob aplausos dos marineiros.
Young iria para a Rede, mas, como Marina não conseguiu assinaturas
suficientes para registrar o partido no ano passado, resolveu permanecer
no PPS. Boa parte daqueles que tentaram fundar o partido acabou
abrigada no PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
pré-candidato à Presidência.
Marina fechou um acordo com Campos segundo o qual o PSB teria
candidato próprio em São Paulo e desistiria do projeto de apoiar a
reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). O problema é que a máquina do
partido quer indicar o deputado Márcio França para o posto de candidato.
França é muito próximo dos tucanos e os integrantes da Rede temem que
uma candidatura dele seja apenas de "fachada".
"Eu acho que a política também se faz com coragem e insubordinação.
Nós estamos muito comportados. Nós não criamos a Rede para sermos
comportados, nós criamos para fazer avançar a política, para puxar o PSB
e o PPS para o nosso campo. Se a Rede considerar que o meu nome pode
contribuir para o tensionamento dessa situação, contem comigo", afirmou
Young.
A ideia inicial de Marina era lançar a deputada Luiza Erundina (PSB)
ao governo. Ela, no entanto, recusou a oferta e complicou a negociação.
Assim como o nome de França não é bem visto pelo grupo da ex-ministra, o
PSB também não mostra disposição em aceitar um quadro ligado à Rede,
como o deputado Walter Feldman.
Desponta como uma opção mais neutra o nome do advogado Pedro Dallari,
filiado ao PSB. Para concorrer, no entanto, ele teria que deixar o
posto de coordenador da Comissão Nacional da Verdade.
A chance de Young sair candidato é baixíssima, pelo menos no momento.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, afirmou que o
projeto do partido é permanecer aliado aos tucanos paulistas e apoiar a
reeleição de Alckmin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário