Rodrigo Constantino - VEJA
Leio que organizadores de rolezinhos se filiaram
à União da Juventude Socialista. Surpreso? Nem um pouco. Se, por um
lado, os rolezinhos começaram como pura bagunça de gente desocupada, por
outro lado foi logo capturado pelos socialistas que semeiam o caos. Era
natural que alguns rolezeiros, entre os líderes, vissem nisso um
trampolim para o “sucesso” político. Eles explicam os motivos:
Segundo
Vinicius, a UJS o fez enxergar a necessidade de construir uma nova
sociedade, onde as necessidades da juventude da periferia sejam
atendidas. “Não queremos briga, arrastão e violência. Queremos
apenas nos encontrar, nos divertir, beijar na boca e ocupar todos os
espaços sem sofrer preconceito por parte da elite ou violência por parte
da polícia. Não iremos desistir e, com o apoio da UJS, vamos até o fim”, disse ele.
Ou seja, para o inferno com essa coisa de
propriedade privada e respeito ao próximo! Isso tudo é papo de liberal
chato, de pequeno-burgues. Onde já se viu alguém achar que um shopping
center, propriedade particular, pode manter afastada uma turma de mil
“manos” só porque querem dar um “rolezinho” e dançar funk na praça de
alimentação?
Preconceito? Não custa repetir o óbvio,
sempre tão ignorado nesse país: não há preconceito algum quando um
indivíduo, um casal, um pequeno grupo frequenta o shopping. O problema,
que não tem nada a ver com cor ou renda, começa apenas quando o
comportamento é inadequado para o local, especialmente com uma horda de
centenas de arruaceiros.
Mas os arruaceiros e os socialistas se
cruzaram, e foi amor à primeira vista. Uns são a cara e o focinho dos
outros. Não querem respeitar os outros. Não querem saber de propriedade
privada. Só querem o apelo à vitimização, que rende votos e poder.
Qual é a surpresa, repito, que líderes
dos rolezeiros tenham visto no socialismo uma oportunidade para subir na
vida? Alguns podem chegar até a deputado, senador, ministro,
presidente! Não temos vários precedentes? Ou o ex-presidente Lula fez
muito mais do que ficar dando rolezinhos por aí com megafone na mão
disparando bravatas raivosas contra a “zelite” no passado? Ops, e no
presente também…
Nenhum comentário:
Postar um comentário