Mursi é acusado pelos militares de espionar e conspirar contra o país
Outros 35 integrantes da Irmandade Muçulmana estão sendo julgados e podem ser condenados à morte
FSP
A Justiça do Cairo detalhou ontem as acusações contra o ex-presidente
egípcio Mohammed Mursi, atribuindo a ele o vazamento de informações
secretas para a Guarda Revolucionária do Irã.
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As autoridades não informaram o conteúdo que teria sido revelado à tropa de elite iraniana, mas afirmaram que se trata de "segredos de Defesa", que poderiam desestabilizar a segurança do Egito.
Esse é o quarto processo aberto pelo governo militar contra Mursi, que foi derrubado em julho do ano passado e é ligado ao movimento Irmandade Muçulmana.
Desde então, as autoridades ligadas ao governo militar vêm chamando a Irmandade Muçulmana de terrorista e reprimindo com extrema violência seus partidários.
Neste processo, Mursi é acusado de espionagem, conspiração e tentativa de desestabilizar o Egito. Outros 35 membros da Irmandade Muçulmana foram denunciados.
O novo julgamento foi iniciado em 16 de fevereiro e teve ontem a segunda audiência. A próxima oitiva está marcada para o dia 27.
O ex-presidente foi ouvido separadamente dentro de uma cabine envidraçada e à prova de som para impedir que os outros acusados tumultuassem o interrogatório.
Mas tal expediente não impediu que seus apoiadores, ligados à Irmandade Muçulmana, gritassem a palavra "falso" para rejeitar as acusações contra ele.
Se forem condenados, o ex-presidente e os demais réus, que também são acusados de conspirar com o palestino Hamas e o libanês Hezbollah, podem ser condenados à morte.
Fundador do Partido da Liberdade e da Justiça, Mursi foi o primeiro presidente civil eleito democraticamente. Ele foi deposto pelos militares após protestos violentos contra o seu governo.
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