Reinaldo Azevedo -VEJA
Ai, ai, sinto vergonha até de transcrever um trecho de reportagem de
Pedro Venceslau, publicada pelo Estadão. Netinho de Paula, o pagodeiro
do PCdoB que é secretário da Igualdade Racial de Fernando Haddad,
aproveitou a sua aproximação com os rolezeiros para atrair a molecada
para o PCdoB. Ele só se esqueceu de avisar os jovens. Leiam trecho.
*
A polêmica em torno dos “rolezinhos” de
jovens da periferia em shoppings de São Paulo começa a ganhar contornos
partidários. Três dos principais organizadores dos encontros combinados
pela internet que dividiram a opinião pública se filiaram anteontem à
União da Juventude Socialista (UJS), entidade que representa a juventude
do PC do B e dirige a União Nacional dos Estudantes (UNE).
A ponte
entre os jovens e a organização, que foi fundada em 1984 pelo então
líder estudantil Aldo Rebelo, atual ministro dos Esportes, foi feita
pelo secretário de Igualdade Racial da prefeitura paulistana, Netinho de
Paula, que integra o partido. Ele foi escalado pelo prefeito Fernando
Haddad (PT) para negociar um acordo entre os “rolezeiros” e os
comerciantes que reclamam do movimento.
A filiação
do trio ocorreu durante o seminário nacional de formação política da
UJS. Também participaram do evento os ex-ministros Luiz Dulci e Orlando
Silva, e Renato Rabelo, presidente nacional do PC do B. “A aproximação
com eles reforça nossa atuação na periferia”, afirmou Camila Lima,
presidente da UJS paulistana.
Apesar do
entusiasmo da UJS, o principal líder dos “rolezeiros” demonstrou espanto
ao ser informado pelo Estado que a entidade a qual se filiou é ligada a
um partido político. “Eu não sabia que era um grupo político. Eles
disseram que a UJS é um grupo de amigos e que ela não tem nada a ver com
partido. Se tiver, eu vou me afastar”, disse o estudante Vinicius
Andrade, de 17 anos, morador do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
Com quase
cem mil seguidores no Facebook, ele afirma que os polêmicos encontros
não têm o objetivo de fazer uma denúncia social. “Nosso objetivo é
curtir, tirar umas fotos e dar uns beijos. Não queremos saber de
política. A gente não queria essa polêmica toda”, disse Vinicius.
(…)
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