sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Produção da Petrobras fica 7% abaixo do previsto
Estatal vem tentando convencer mercado que é possível ampliar em 7,5% a produção de petróleo ainda este ano
VEJA
Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri (Reinaldo Canato/VEJA) 
Enquanto se esforça para convencer o mercado da viabilidade de ampliar em 7,5% a produção de petróleo no País ainda este ano, a Petrobras admitiu a seus funcionários que não cumpriu a meta de produção definida para o primeiro semestre. Em comunicado encaminhado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a companhia informou que não cumpriu as metas de refino e redução no custo de extração de petróleo, além de ter produzido 7% menos óleo que o previsto.
O documento é datado do dia 18 de agosto e indica que, nos primeiros seis meses do ano, a produção total de petróleo ficou em 1,947 milhão de barris de óleo por dia, sem considerar o gás natural extraído. A meta da companhia, no entanto, era atingir os 2,075 milhões de barris no período.
O comunicado informa que os resultados são indicadores para a "Metodologia de Definição e Pagamento de Participação de Lucros e Resultado (PLR)". Em nota, a assessoria de imprensa da Petrobras informou que os indicadores são atualizados ao final do ano. "As metas são definidas pela Diretoria Executiva e aprovadas pelo Conselho de Administração quando da revisão anual do Plano de Negócios e Gestão."
Além da produção de óleo, são utilizados indicadores como a eficiência das operações em navios, volume total de vazamentos de petróleo e derivados e o custo unitário de extração no País, desconsiderando as participações governamentais. São avaliados também os resultados de carga processada no Brasil e atendimento aos prazos de entrega de gás natural.
No refino, o volume total processado ficou em 2,080 milhões de barris por dia. O resultado ficou abaixo da meta estabelecida, de 2,090 milhões de barris, e também 1% menor que o registrado em 2013. Segundo a estatal, a redução seu deu com a parada programada da Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo.
A meta para custo de extração era atingir um valor unitário de R$ 32,60 para cada barril de óleo equivalente. O resultado verificado no período, entretanto, ficou em R$ 32,71. Já nos itens de eficiência operacional em navios, o resultado foi superior à estimativa, chegando a 86%. A entrega de gás natural alcançou a marca de 100% de atendimentos, acima da meta.
O Plano de Negócios e Gestão (PNG) da estatal prevê, para 2014, uma alta de 7,5% da produção. No primeiro semestre, o balanço da companhia indicou uma alta de 1% no volume produzido em relação a 2013. O aumento de produção aliviaria o caixa da empresa, com maior receita operacional, além de reduzir a demanda de importações.
O esforço da Petrobras para convencer o mercado sobre a viabilidade de suas metas de produção se baseia na melhora dos resultados a cada mês, em função da entrada em operação de novas unidades e poços. Em julho, a produção alcançou 2,049 milhões de barris diários, uma alta de 8,6% em relação a 2013.
A confiança da companhia na meta se baseia na entrada de três novos sistemas de produção até dezembro. No último dia 16, o navio plataforma Cidade de Mangaratiba deixou o estaleiro, em Angra dos Reis, em direção ao campo de Iracema Sul, na Bacia de Santos. A unidade irá extrair óleo da camada do pré-sal com capacidade de produzir até 150 mil barris por dia.

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