Rodrigo Constantino - VEJA
O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou
déficit primário de 20,399 bilhões de reais em setembro, pior resultado
da série histórica, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. Este
é o quinto resultado mensal negativo consecutivo registrado nas contas
do Governo Central em 2014. Apenas em três meses (janeiro, março e
abril), as contas do governo ficaram no azul em 2014. O resultado de
setembro ficou também abaixo da mediana dos analistas de mercado, que
esperavam um valor negativo de 12,9 bilhões de reais.
Os dados confirmam
a rápida deterioração das contas públicas em 2014. O resultado reflete,
sobretudo, o aumento dos gastos do governo nas eleições, as concessões
com desonerações de tributos e baixo crescimento que derrubou a
arrecadação.
O secretário
do Tesouro Nacional, Arno Augustin, informou que o governo encaminhará
ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da meta de superávit
primário para 2014 e da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). Segundo
ele, o resultado de setembro foi crucial para essa decisão. Ele disse
que a nova meta será anunciada até o próximo decreto de programação
orçamentária que será divulgado em 22 de novembro. “O resultado de
setembro colocou esse necessidade”, disse. Ele disse que não está sendo
discutida a alteração da meta de superávit primário em 2015, conforme
revelou o Broadcast. O governo quer fazer o ajuste de 2015 por meio de
aumento de receitas e queda de despesas.
Agora sabemos o motivo do atraso na
divulgação dos dados em época eleitoral… A verdade é que o governo Dilma
vem dilapidando os cofres públicos, o último pilar do legado da era
FHC, do tripé macroeconômico: a responsabilidade fiscal.
Existem apenas três formas de o governo
se financiar: emitir dívidas, arrecadar impostos e apelar para o imposto
inflacionário, disfarçado. O governo Dilma já elevou nosso
endividamento para patamares extremamente preocupantes, acima de 60% do
PIB; aumentou a carga tributária, que já chega a quase 40% do PIB,
patamar escandinavo apesar dos serviços africanos; e já deixou a
inflação sair de controle e rodar em torno de 7% ao ano, patamar
extremamente elevado.
Por trás de tudo isso está um governo
perdulário, gastador, e incompetente na gestão da economia, fruto de um
ranço ideológico. O desenvolvimentismo nacionalista é um fracasso
retumbante, uma vez mais. O governo acredita que basta estimular demanda
com crédito e gasto público, que a oferta vem atrás. Ledo engano.
O resultado está aí: todas as contas
públicas no vermelho. Alguém acha que o governo vai realmente pisar no
freio em seus gastos agora? Duvido! Vai é tentar aumentar arrecadação,
ainda mais, e continuar apelando para o imposto inflacionário. É um
modelo terrível, como aquele adotado na Argentina. E vale notar que
esses dados contam com receitas extraordinárias, que não se repetem. O
quadro real é ainda pior:
“O socialismo dura até acabar o dinheiro
dos outros”, disse Thatcher. O governo do PT vem gastando o que não tem,
como se não houvesse amanhã. Há. E sob o próprio governo petista, que
terá de arcar com a fatura. Como governos não quebram, eles quebram as
nações. Somos nós, indivíduos, que seremos obrigados a pagar pela
irresponsabilidade dessa gestão.
E pensar que ainda tem gente, até
economista do BNDES, falando em “inflação do bem” e pedindo mais gastos
públicos, mais crédito estatal, mais do veneno que vem nos matando.
Afinal, austeridade virou sinônimo de palavrão na cabeça dos incautos. E
os incautos estão no poder!
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