Le Monde
Matthias Balk/AFP
Ativista
do grupo de direitos dos animais Peta protesta em Munique, na Alemanha
em 25 de agosto. Na imagem, lê-se "salvar nosso clima começa em nossos
pratos"
A ONG Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) voltou a ser criticada por suas gafes. No FAQ de seu website francês, a ONG internacional coloca a questão dos direitos dos animais no mesmo plano que os dos deficientes mentais, publicação notada na terça-feira (25) pelo blog Wheelcome, que conta sobre o dia a dia de "uma jovem cadeirante parisiense".
À pergunta "O que vocês entendem por 'direitos dos animais'?", a Peta responde de forma séria que "todo animal deveria ter direitos (...), da mesma forma que um deficiente mental tem direitos, ainda que ele não seja bonitinho ou que ninguém goste dele".
Essa resposta da associação causou comoção, e chegaram a criar a hashtag #PETA no Twitter para denunciar essa comparação mais do que duvidosa, e que chegou a ser utilizada mais de 5 mil vezes em 24 horas na França
A ONG Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) voltou a ser criticada por suas gafes. No FAQ de seu website francês, a ONG internacional coloca a questão dos direitos dos animais no mesmo plano que os dos deficientes mentais, publicação notada na terça-feira (25) pelo blog Wheelcome, que conta sobre o dia a dia de "uma jovem cadeirante parisiense".
À pergunta "O que vocês entendem por 'direitos dos animais'?", a Peta responde de forma séria que "todo animal deveria ter direitos (...), da mesma forma que um deficiente mental tem direitos, ainda que ele não seja bonitinho ou que ninguém goste dele".
Essa resposta da associação causou comoção, e chegaram a criar a hashtag #PETA no Twitter para denunciar essa comparação mais do que duvidosa, e que chegou a ser utilizada mais de 5 mil vezes em 24 horas na França
Embora a ONG tenha alterado
essa resposta, ela não parece disposta a admitir que errou. Na nova
resposta a Peta parece assumir suas declarações anteriores e aproveita
para denunciar a cegueira sofrida pela sociedade:
"Podemos sentir vergonha dessa visão estreita e sectária do passado, mas nossa incapacidade de questionarmos a forma como tratamos atualmente aqueles que percebemos como 'diferentes' é um risco para a evolução moral de nossa sociedade."
"O que queríamos dizer é que, entre os animais, não deve haver discriminação como entre os homens (...) Os animais com uma pata ou um olho a menos são seres sensíveis. Assim como os humanos, eles têm a capacidade de sentir toda forma de emoção... assim como as pessoas deficientes. (...) Faz 7 ou 8 anos que essa frase foi publicada em nosso site, nunca tivemos problemas antes. Vamos retificá-la pois algumas pessoas estão nos acusando de discriminação, e isso vai contra nossa filosofia."
Mas essa alusão não é a única do gênero no FAQ da Peta. Segundo o "Le Figaro", a associação explica que "um animal provavelmente é incapaz de compreender e respeitar nossas regras, mas isso também pode se aplicar a uma criança ou a um deficiente. No entanto, não concluímos a partir disso que as crianças e os deficientes não tenham direitos".
Não é a primeira vez que a Peta faz declarações polêmicas. Em 2003, a associação comparou o abate de gado ao Holocausto perpetrado durante a Segunda Guerra Mundial. Em uma exposição intitulada "O Holocausto no seu prato", fotos de deportados em campos de concentração misturavam-se com fotos de animais enviados para o abate.
"Podemos sentir vergonha dessa visão estreita e sectária do passado, mas nossa incapacidade de questionarmos a forma como tratamos atualmente aqueles que percebemos como 'diferentes' é um risco para a evolução moral de nossa sociedade."
Explicações, mas nada de desculpas
Entrevistada pelo Buzzfeed, Isabelle Goetz, porta-voz da associação, reconheceu que a resposta foi "infeliz", mas não fez nenhum pedido de desculpas:"O que queríamos dizer é que, entre os animais, não deve haver discriminação como entre os homens (...) Os animais com uma pata ou um olho a menos são seres sensíveis. Assim como os humanos, eles têm a capacidade de sentir toda forma de emoção... assim como as pessoas deficientes. (...) Faz 7 ou 8 anos que essa frase foi publicada em nosso site, nunca tivemos problemas antes. Vamos retificá-la pois algumas pessoas estão nos acusando de discriminação, e isso vai contra nossa filosofia."
Mas essa alusão não é a única do gênero no FAQ da Peta. Segundo o "Le Figaro", a associação explica que "um animal provavelmente é incapaz de compreender e respeitar nossas regras, mas isso também pode se aplicar a uma criança ou a um deficiente. No entanto, não concluímos a partir disso que as crianças e os deficientes não tenham direitos".
Não é a primeira vez que a Peta faz declarações polêmicas. Em 2003, a associação comparou o abate de gado ao Holocausto perpetrado durante a Segunda Guerra Mundial. Em uma exposição intitulada "O Holocausto no seu prato", fotos de deportados em campos de concentração misturavam-se com fotos de animais enviados para o abate.
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