Contra o EI, Putin quer 'coalizão parecida com a que derrotou Hitler'
Em
seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente russo afirmou que
as forças de Bashar Assad são as únicas que lutam efetivamente contra o
Estado Islâmico
VEJA
O presidente russo Vladimir Putin discursa na 70ª Assembleia das Nações Unidas(Mike Segar/Reuters)
Em
seu primeiro discurso em 10 anos para a Assembleia Geral das Nações
Unidas em Nova York, o presidente russo Vladimir Putin pediu apoio para a
criação de uma ampla coalizão antiterrorista,
Incluindo até as forças
do regime sírio, para lutar contra os jihadistas do grupo Estado
Islâmico no Iraque e na Síria. "Seria parecida com a coalizão contra
Hitler", na II Guerra Mundial, e os países árabes "teriam um
papal-chave", afirmou Putin nessa segunda-feira. O presidente russo
espera que o Ocidente apoie o ditador sírio Bashar Assad na luta contra
os terroristas. "Seria um erro enorme não cooperar com aqueles que
combatem frontalmente o terrorismo", enfatizou. Para ele, as únicas
forças lutando efetivamente contra o Estado Islâmico são as comandadas
por Assad.
Putin também apontou as consequências desestabilizadoras de
intervenções internacionais no Oriente Médio e na África, que, segundo
ele, tentaram exportar "a chamada revolução democrática" e criticou a
estratégia americana de armar a chamada oposição moderada a Assad. Em
sua opinião, a ação levará ao surgimento de novos grupos extremistas,
equipados com a ajuda dos Estados Unidos.
Putin usou a situação no Iraque e na Líbia como exemplo das
consequências negativas de intervenções externas nas regiões. O primeiro
foi alvo de uma guerra unilateral iniciada pelos Estados Unidos em 2003
e o segundo, palco de ação militar aprovada pela ONU em 2011. Segundo
ele, milhares de combatentes que se unem às fileiras do Estado Islâmico
saem do Iraque e da Líbia "destruída" pela intervenção da ONU.
Mais cedo, o presidente Barack Obama,
em um ataque direto à Rússia e ao Irã por seu apoio militar ao regime
sírio, denunciou o suporte a Assad, afirmando que ele é responsável pela
morte de milhares de crianças. "Após tanto derramamento de sangue, não
podemos voltar ao 'status quo' na Síria", ressaltou Obama, que
acrescentou que "não há respostas fáceis" para resolver o conflito
sírio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário