Olivier Faye - Le Monde
Pascal Rossignol/Reuters
Líder
da Frente Nacional, partido de extrema direita, Marine Le Pen, deixa a
cabine de votação em Henin-Beaumont, norte da França, nas eleições de
março deste ano
Para Marine Le Pen, o desafio
neste retorno às atividades parlamentares é tentar fazer com que as
pessoas se esqueçam do conflito iniciado com seu pai há quase seis
meses. Ao decidir pura e simplesmente expulsar Jean-Marie Le Pen da
Frente Nacional no dia 20 de agosto, o partido de extrema direita fez um
esforço para cumprir essa missão impossível. A presidente da FN
continuou nessa linha no sábado (29), em Brachay (Haute-Marne), ao
evitar mencionar o assunto em seu discurso de volta do recesso
parlamentar.
A deputada europeia preferiu se concentrar em temas
da atualidade a princípio essenciais para seu movimento: a imigração e o
terrorismo. "A imigração na França hoje está fora de controle", disse a
líder da Frente Nacional. "Tudo foi feito durante os mandatos de
Nicolas Sarkozy e de François Hollande para que a onda de imigração
crescesse e estourasse com tudo em nosso país."
Sua proposta de expulsar do território francês os estrangeiros fichados pelas agências de inteligência por suas ligações suspeitas com o islamismo radical havia causado polêmica, um dia após o ataque do Thalys, em 21 de agosto, mas a presidente da FN repetiu seus posicionamentos sobre o assunto. "Vamos expulsar os estrangeiros islamitas e vamos fechar as mesquitas radicais. E expulsemos os imames estrangeiros que as comandam", afirmou.
Desde 2013, a presidente da Frente Nacional vem reservando todos os anos seu discurso de retorno às atividades parlamentares para Brachay, pequeno vilarejo rural de 57 habitantes que lhe deu 72% de seus votos na última eleição presidencial. Na véspera das eleições regionais de dezembro, Le Pen justificou sua declaração com base na decadência econômica de parte do país, um argumento que contribui para o sucesso da FN no leste e no norte da França.
Longe da sede do partido, em Nanterre, e de Marseille, local dos encontros de fim de verão da Frente Nacional, que serão realizados nos dias 5 e 6 de setembro, Marine Le Pen encontrou em Brachay um breve instante de respiro dentro do conflito com Jean-Marie Le Pen, que deverá continuar nos terrenos político e judiciário. O cofundador da FN, cuja presença não é bem-vinda em Marseille, já manifestou sua intenção de agitar o retorno às atividades parlamentares do partido de extrema direita na cidade. O departamento de Haute-Marne parecerá então distante para a presidente da FN.
"O islamismo radical deve ser subjugado"
Usando como argumento a crise dos imigrantes que vem abalando a Europa há vários meses, Le Pen criticou o papel exercido pela União Europeia e a suposta "obediência" dos dirigentes franceses a esta última. "Não existe um acordo possível com a União Europeia. Nenhum político europeísta consegue fazer um décimo daquilo que estamos propondo", ela avaliou. "O governo na França não está mais a serviço do povo francês. Ele foi submerso por uma série de crises que não consegue controlar." Ela promete que, se for eleita em 2017, irá "deter a imigração legal e clandestina".Sua proposta de expulsar do território francês os estrangeiros fichados pelas agências de inteligência por suas ligações suspeitas com o islamismo radical havia causado polêmica, um dia após o ataque do Thalys, em 21 de agosto, mas a presidente da FN repetiu seus posicionamentos sobre o assunto. "Vamos expulsar os estrangeiros islamitas e vamos fechar as mesquitas radicais. E expulsemos os imames estrangeiros que as comandam", afirmou.
Desde 2013, a presidente da Frente Nacional vem reservando todos os anos seu discurso de retorno às atividades parlamentares para Brachay, pequeno vilarejo rural de 57 habitantes que lhe deu 72% de seus votos na última eleição presidencial. Na véspera das eleições regionais de dezembro, Le Pen justificou sua declaração com base na decadência econômica de parte do país, um argumento que contribui para o sucesso da FN no leste e no norte da França.
François Hollande, "presidente preguiçoso"
Depois de pegar carona na crise agrícola que dominou parte do verão, voltando a prometer o fim da política agrícola comum, a deputada europeia definiu François Hollande como um "presidente preguiçoso", adotando o adjetivo que Nicolas Sarkozy usava contra Jacques Chirac. "Hoje só nos restam o Partido Socialista e cópias dele", ela disse referindo-se ao presidente do partido Les Républicains.Longe da sede do partido, em Nanterre, e de Marseille, local dos encontros de fim de verão da Frente Nacional, que serão realizados nos dias 5 e 6 de setembro, Marine Le Pen encontrou em Brachay um breve instante de respiro dentro do conflito com Jean-Marie Le Pen, que deverá continuar nos terrenos político e judiciário. O cofundador da FN, cuja presença não é bem-vinda em Marseille, já manifestou sua intenção de agitar o retorno às atividades parlamentares do partido de extrema direita na cidade. O departamento de Haute-Marne parecerá então distante para a presidente da FN.
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