quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dilma culpa o PT por pagamentos ilegais a João Santana
Presidente afastada comentou as alegações feitas pelo publicitário ao juiz Sergio Moro, de que recebeu US$ 4,5 milhões de caixa dois de sua campanha
Depois de dizer que não autorizou repasse de dinheiro sujo ao marqueteiro João Santana, a presidente afastada Dilma Rousseff culpou diretamente o PT nesta quarta-feira pelo pagamento de caixa dois ao responsável pelas campanhas que a levaram ao Planalto por duas vezes. Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, o casal João Santana e Mônica Moura admitiu que dinheiro desviado dos cofres da Petrobras pagou dívidas de campanha de Dilma.
“Se ele recebeu 4,5 milhões de dólares, não foi da organização da minha campanha, porque ele diz que recebeu isso em 2013. A campanha começa em 2010 e, até o fim do ano, antes da diplomação, ela é encerrada. Tudo que ficou pendente sobre pagamentos da campanha passa a ser responsabilidade do partido. Minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se dívida remanescente da campanha de 2010. Não é a mim que você tem de perguntar isso. Ele [João Santana] tratou essa questão com a tesouraria do PT”, afirmou Dilma, na manhã desta quarta-feira, em entrevista à Rádio Educadora, de Uberlândia (MG).
Ainda que nos bastidores já admita que não tem chance de barrar a aprovação do impeachment no Senado, como mostrou reportagem de VEJA, Dilma afirmou que está disposta a “lutar até o fim”. “Eu não estou cansada”, disse.
A presidente afastada disse não ser verdade existirem perspectivas desfavoráveis a ela sobre a futura votação no Senado. Segundo ela, à medida que se aproxima o dia do julgamento do mérito pelos senadores, haverá uma “guerra de informação”, com um lado dizendo que tem os votos necessários e o outro desmentindo. “É que nem jogo de futebol, que se joga até o fim da partida. Eu vou lutar até o fim para ganhar e fazer com que a democracia ganhe”.
Segundo Dilma, sua defesa será entregue até quinta-feira, 28, para a Comissão Especial do Impeachment. Ontem, a comissão concedeu mais um dia de prazo, após os advogados de Dilma alegarem que não conseguiram acessar o site do Senado para obter documentos do processo. “Nossa defesa está praticamente pronta e será entregue amanhã, isso é algo trivial”, comentou.

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