Thiago Kistenmacher - Instituto Liberal
Eu tenho amigos muçulmanos – alguns que
me são muito caros – que jamais pegariam em uma arma sequer ou tomariam
uma faca para degolar alguém. Muito menos um padre, como ocorreu com o
sacerdote Jacques Hamel. Lamento por eles, pois não são todos os
muçulmanos que são violentos. E isso é evidente, pois se assim fosse, a
julgar pelo seu número total, a situação estaria mil vezes pior – o
número de muçulmanos no mundo já ultrapassa os 1,6 bilhões. Porém, os
radicais devem ser combatidos impiedosamente, sem essa conversa de
islamofobia, xenofobia ou compaixão “bonitinha” que é defendida pelas
universidades e por religiosos que, em vez de lutar, preferem ser
abatidos como gados anestesiados por teorias modernas.
Uma coisa precisa ser esclarecida aqui: a
humanidade matou, mata e continuará matando. É melhor aceitar isso e
não se iludir. Olhe lá do alto para o mundo, e de lá, segundo Nietzsche,
“No cimo de certos cumes mesmo a própria tragédia deixa de parecer
trágica.” Mas, claro, não é por isso que o homicídio e o terrorismo não
devem ser rechaçados. Ao contrário, não se deve pensar que se pode
negociar com bárbaros tais como estes do Estado Islâmico. A diferença é
aceitar que nos matamos, hoje, e vamos nos matar amanhã como sempre
fizemos. Por isso mesmo a guerra é inevitável.
O ser humano não é “bonitinho” como
pregam os discípulos de Rousseau, aqueles que só sabem vociferar contra o
seu próprio lar, quer dizer, contra a civilização ocidental. Essa mãe
que, conforme inúmeras dissertações e teses, pariu a intolerância e o
individualismo. O grande aliado do jihadista, o politicamente correto,
vem exatamente daí e este é alguém que ele jamais irá combater. Acho que
é a única coisa, excluindo, naturalmente, as armas e a tecnologia, que
os terroristas amam no Ocidente. Se o jihadista é um criminoso, o
politicamente é seu cúmplice!
Enquanto o Papa, Obama e François
Hollande se solidarizam, outra faca é afiada e outra metralhadora é
carregada. Talvez quando o crucifixo no topo da Basílica de São Pedro
tiver sido trocado por uma Lua crescente e uma estrela, quando a Casa
Branca ostentar uma bandeira preta e a Torre Eiffel se tornar um grande
minarete, estas autoridades já não tenham mais nem suas próprias
gargantas para poderem se pronunciar de modo mais racional.
Talvez quando estivermos todos vivendo sob um califado, nossas mães e irmãs trajando niqabs
pretos e nós, homens, tendo que nos curvar em direção a Meca cinco
vezes por dia dentro daquilo que havia sido a Catedral da Sé, alguém
comente em voz baixa: “Você lembra daquele livro publicado em 2015 e que
se passa numa França dominada pelo islamismo? Achei que fosse de
ficção, não o relato de uma premonição.”
Espero que Michel Houellebecq, escritor e autor de Submissão,
nunca possa ser chamado de vidente. Mas, não podemos assistir
passivamente o politicamente correto continuar distribuindo faca para
carniceiros em forma de teses e glorificando o martírio, pois assim
ambos continuarão degolando o ocidente.
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