Estado Islâmico reivindica ataque a igreja da Normandia
Criminosos que degolaram padre e deixaram outro refém gravemente ferido disseram pertencer ao grupo extremista, confirmou Hollande
O Globo
PARIS — O Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira o ataque a uma igreja na Normandia, em que dois homens degolaram um padre e feriram gravemente outro refém, elevando ainda mais as tensões na França. Em visita ao local do ataque, em Saint-Etienne-du-Rouvray, o presidente François Hollande confirmou que os criminosos disseram pertencer ao grupo extremista.
A agência de notícias Amaq, do EI, afirmou em um comunicado que dois "soldados" do grupo realizaram o ataque. Uma pessoa foi detida no marco das investigações, segundo procuradores franceses.
"Os autores do ataque responderam aos chamados para atacar os países da coalizão internacional", que luta contra o EI no Iraque e na Síria, segundo a Amaq.
Hollande declarou que o nível de ameaça no país continua alto, e que é preciso lutar de todas as formas contra o "Daesh" (acrônimo do EI em árabe).
— O Daesh declarou guerra contra nós. Precisamos lutar esta guerra de todas as maneiras, respeitando o Estado de Direito, que nos torna uma democracia — disse ele a repórteres .
O arcebispo da cidade próxima de Rouen, Dominique Lebrun, indicou que o padre assassinado se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos.
Mais cedo, em um comunicado, o presidente condenou o "ataque terrorista vil". O primeiro-ministro Manuel Valls, por sua vez, classificou o crime como “bárbaro” e disse que foi um golpe contra todos os católicos e toda a França.
"Nós ainda estamos juntos", postou Valls no Twitter.
Os dois homens invadiram a igreja durante uma missa e fizeram cinco reféns. Momentos depois, eles foram abatidos pela polícia. A procuradoria de Paris indicou que a investigação está a cargo da unidade antiterrorista.
O episódio é o mais recente de uma série de ataques mortais na Europa e ocorre no dia do início da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, na Polônia, um encontro mundial de católicos que contará com a participação do Papa Francisco.
Em um comunicado, o Pontífice expressou "dor e horror" por este "assassinato bárbaro".
"Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus", afirmou o Vaticano em nota.
A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses — 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84 mortos no dia 14 de julho — vive mergulhada no medo de novos ataques.
Depois do último ataque em Nice, o governo francês estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris.
Vários ataques na Alemanha nos últimos dias, alguns deles reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, também aumentaram os temores na Europa.
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