Advogados nos EUA reúnem investidores para processar JBS e BRF
Isabela Fleck - FSP
Escritórios de advocacia americanos estão em busca de investidores de
JBS e BRF nos EUA que se sentiram lesados pelas empresas após a Operação
Carne Fraca para se juntarem a ações na Justiça.
Pelo menos três escritórios de Nova York —Faruqi & Faruqi, Rosen Law
e Pomerantz— ofereceram seus serviços desde o dia 17, quando a Polícia
Federal revelou um esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos
no Brasil.
Ao menos uma ação já foi protocolada em corte nos EUA contra a JBS, pela
Leonforte Holdings —cliente do escritório Rosen Law—, em nome de outros
investidores.
A ação questiona se a empresa e seus executivos violaram leis dos EUA e
se as declarações feitas por ela em relatórios nos últimos dois anos
maquiaram a sua real situação "financeira, de negócios, de operações e
gerencial".
"Com base na ação da polícia no Brasil, achamos que esses casos precisam
de investigação e que investidores individuais podem ter sido afetados
por isso", disse à Folha o advogado Richard Gonnello, da Faruqi & Faruqi, que busca possíveis clientes para integrarem essa ação.
Poderá se juntar ao processo qualquer empresa ou indivíduo que tiver
adquirido ADRs (recibos de ações negociados no mercado dos EUA) da JBS
entre 2 de junho de 2015 e 17 de março de 2017.
Procurada pela reportagem, a JBS disse que não comentaria o assunto por não ter sido informada formalmente da ação nos EUA.
A Faruqi & Faruqi também está buscando investidores da BRF que
tenham perdido mais de US$ 100 mil e queiram integrar uma ação contra a
empresa –essa ainda não foi protocolada.
A BRF não respondeu ao contato da Folha para comentar a atuação dos advogados.
Os três escritórios são especializados nesse tipo de ação. A Pomerantz,
por exemplo, destaca em seu site ações coletivas nos EUA contra a
Embraer, a Samarco e a "histórica" ação contra a Petrobras, movida após
ter sido deflagrada a Operação Lava Jato.
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