sábado, 25 de março de 2017

Doria rebate FH e diz que ex-presidente errou em dois prognósticos sobre ele
Ex-presidente considerou ‘prematuro’ pensar no nome do prefeito para 2018
 
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já errou dois prognósticos sobre sua carreira política, mas não se prolongou quando o tema da conversa foi uma possível candidatura à Presidência em 2018. O tucano, que participou de uma reunião-almoço no Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), centro da capital, referia-se à entrevista de FH publicada hoje no jornal O GLOBO.
Ao jornal, o ex-presidente disse que Doria "está começando" e que considera "prematuro" pensar no nome dele para 2018, "porque ele tem um mês de governo". FH afirmou ainda que "credibilidade não é igual a popularidade" e que um ano e meio à frente da Prefeitura de São Paulo não é suficiente para construir uma liderança, "mas pode dar voto".
— Respeito muito o Fernando Henrique, pela sua trajetória e sabedoria, mas só lembro que o ex-presidente também disse que eu não seria eleito para ser candidato pelo PSDB nas prévias. Ele apoiou outro candidato — apontou Doria, para continuar.
— E ele mesmo já confessou que quando comecei a campanha para a prefeitura de São Paulo também acreditava que eu não seria eleito. Venci nas duas (ocasiões).
Questionado, na sequência, se a resposta que acabara de dar era um indício de que ele acredita que venceria em 2018, Doria sorriu.
— Não estou falando isso. Apenas que o presidente Fernando Henrique, com todo o respeito que ele merece, e a minha profunda admiração, errou nos dois prognósticos.
Num discurso para advogados, Doria passou 10 dos 34 minutos lembrando do passado humilde, com o pai deputado federal cassado e o "exemplo da mãe lutadora". Falou que os motivos para se tornar prefeito foram "o descalabro no país" e o "petismo irresponsável" dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Mas fez questão de dizer que respeita quem tem opinião diferente e que trata bem "até o candidato do PT" que disputou a prefeitura com ele. Doria se referia a Fernando Haddad, que tentou a reeleição.
Bastante aplaudido, o prefeito terminou a fala, pregando humildade e pedindo por mais solidariedade para evitar "o mau" em 2018.
— Se não tivermos capacidade de compreender que o ato solidário é um ato que protege a comunidade, muito em breve, em 2018, alguém com o mesmo discurso populista, barato, mentiroso, falso, vai vir nos palanques, na TV, nas rádios e redes sociais se dizendo salvador — afirmou, para continuar dizendo que é preciso mais mobilização.
— Temos que proteger o Brasil de um mal que não pode voltar — finalizou ele, aplaudido de pé.

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