Advogados de Temer, Dilma, Lula e Aécio articulam manifesto para questionar o Judiciário e o MP
Nós contra eles 2.0 Os advogados de Michel Temer
(PMDB), Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Aécio
Neves (PSDB) articulam o lançamento de um manifesto para questionar a
atuação da Justiça e do Ministério Público. Os debates se desenrolam em
um grupo de WhatsApp intitulado “Prerrogativas” — e a OAB é alvo
frequente de críticas. Nas discussões, tratam da confecção de texto que
prega o fim do que chamam de “Estado de exceção” e a “retomada do
protagonismo da advocacia”.
Criador … O “pai” do manifesto dos criminalistas é o
ex-presidente Lula. A ideia, que antes se restringia a trocas de
mensagens no grupo, ganhou força depois do ato de desagravo aos
defensores do petista, em maio, em São Paulo. Os questionamentos à
delação da JBS deram o impulso final na articulação.
… e criatura Alberto Toron, advogado de Aécio Neves e
Dilma Rousseff, Cristiano Zanin, defensor de Lula, e Antonio Mariz de
Oliveira, de Temer, estão na linha de frente da formulação do manifesto.
Todos os políticos estão na Lava Jato e foram fortemente implicados na
delação de Joesley e Wesley Batista.
Teoria e prática Outros criminalistas fazem parte do
grupo que prepara o texto. Eles discutem criar um curso para debater o
que seria “Estado de exceção”.
Gosto do freguês O resultado do julgamento do
Supremo a respeito da revisão de delações agradou a todos. Os que
queriam a prerrogativa de revogar acordos se sentiram contemplados e a
ala que defende a manutenção dos acertos disse que venceu.
Mais do que parece O ministro Edson Fachin começou a
sessão de quinta-feira (29) derrotado. Ele havia enviado aos ministros
voto em que pedia expressamente a vinculação de acordo homologado na
Justiça aos termos acertados pelo MPF. Recuou.
Olhai além Juristas que defendem a prerrogativa do
Supremo de revogar delações dizem que a fórmula final, que permite
rediscussão caso haja “ilegalidade”, os atende. Trata-se de conceito
amplo.
Errou o CEP Escolhida para suceder Rodrigo Janot,
Raquel Dodge relatou a colegas desconforto com especulações de que iria
minar a Lava Jato. Diz que pretende justamente o contrário.
Tarda… Em cerca de um mês o acordo de delação do
fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, apontado como líder no
Ministério da Agricultura do esquema investigado na Operação Carne
Fraca, deve ser finalizado.
… mas não falha A proposta de colaboração premiada
do fiscal está na PGR. Ele citou repasses ao ex-ministro da Justiça
Osmar Serraglio (PMDB-PR) — que sempre negou irregularidades.
Peso da palavra O Planalto diz ter capital político
para barrar o avanço da denúncia na Câmara. Aos que pedem menos “salto
alto” avisa que nunca viu governo ganhar batalha dessa proporção
insinuando fragilidade.
Os fins e os meios Aliados históricos de Lula no
Nordeste lamentam o que chamam de recolhimento do ex-presidente em meio à
maior crise já enfrentada pelo governo de Michel Temer.
Sem vazio Esses líderes dizem que o desencanto com a
crise comprimiu o espaço da centro-direita e abriu avenida para nomes
conservadores, como Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Pesquisas em Estados da
região em que Lula é mais forte eleitoralmente indicam crescimento
expressivo do deputado do Rio.
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