sexta-feira, 22 de setembro de 2017
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Com o avanço da direita, era inevitável o surgimento dos oportunistas e picaretas
Rodrigo Constantino
Rodrigo Constantino
Estou nessa luta há décadas, desde os
tempos de Orkut, debatendo em comunidades com esquerdistas, atacando o
PT, mostrando a alternativa liberal. Já criticava Lula quando isso não
era moda nem fácil, uma vez que o homem contava com amplo poder e um
exército de vagabundos pagos na imprensa e nas redes sociais para
defendê-lo. Dizíamos, então, que os liberais enchiam uma Kombi, e nada
mais.
Os tempos mudaram. O liberalismo em
particular e a direita em geral cresceram muito, conquistaram espaços.
Há partidos novos com viés mais liberal, inúmeros institutos foram
criados (o Instituto Liberal, do qual sou presidente do Conselho, foi
fundado nos anos 1980), e diversos blogs surgiram. São os tais ventos de
mudança, que alimentam minha esperança no Brasil melhor.
Mas claro que com tanto avanço seria
inevitável o surgimento dos oportunistas e picaretas, interessados
apenas em surfar a onda. Esses são perigosos para o movimento liberal,
pois mancham sua reputação. Daí o perigo de focar mais em pessoas do que
nos valores e princípios. Corre-se o risco do personalismo, e com ele
da decepção, sem falar do tribalismo depois (proteger quem não merece
proteção, só porque “é um dos nossos”).
Trago um exemplo concreto com pesar,
para deixar claro o meu ponto. Meu xará Rodrigo Simonsen, que me
acompanha desde os tempos de Orkut, resolveu criar uma editora nova para
aproveitar esse crescimento da direita. Para ajudá-lo, resolvi publicar
meu primeiro livro de ficção, Panaceia, por sua editora, com o aval da Record. É o livro do conhecido personagem Otávio de Ramalho.
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Não foi só isso. Levei para sua editora,
também, meu amigo João Cesar de Melo, artista plástico e articulista do
Instituto Liberal. Ele escreveu um excelente livro de ficção, uma
distopia com incrível semelhança ao Brasil lulista, chamado Comunidade Progresso. Fui o autor do prefácio, e Simonsen concordou em abraçar o projeto.
Um esforço de crowdfunding foi feito, no
qual João conseguiu levantar mais de R$ 10 mil, entregues ao editor.
Pois bem: meu xará simplesmente sumiu, desapareceu, escafedeu-se! Após
realizar um evento de TEDx em Espírito Santo – talvez com os recursos do
livro de João? – nunca mais deu as caras, nem prestou contas. Foi o
mesmo com meu livro, com a diferença de que não coloquei dinheiro. Mas
jamais recebi uma só prestação de contas. Cheguei a mandar essa mensagem
em junho para ele:
Rodrigo, te mandei mensagem ontem
por Facebook e nada. Estou bastante incomodado com a postura da editora.
Não tenho feedback algum, não tive uma única prestação de contas, nem
sei quantos livros foram vendidos, nada! E soube, agora, que a situação
com João Cesar de Melo, que eu apresentei à editora, é ainda pior! Ele
levantou recursos, mas nada de publicar o livro, e tampouco responder
suas mensagens. Cara, o que está acontecendo? Isso não é postura
profissional ou ética! Da esquerda esperamos isso, mas não de liberais!
Gostaria de um retorno imediato, e também pretendo lançar meu livro
independente direto pela Amazon, se for o caso, pois não ganhei um
tostão com ele ainda…
A falta de respostas, a indiferença, o descaso, isso é muito pior do que qualquer crise ou dificuldade. Estou
considerando colocar a boca no trombone, para que meus leitores fiquem
alertas. Uma pena a forma como vc lidou com tudo isso.
Depois de muitas tentativas
infrutíferas, e finalmente a ameaça de um processo legal, eis que
Rodrigo resolveu dar as caras, por meio de um longo email onde banca a
vítima do começo ao fim (uma postura, convenhamos, um tanto
esquerdista). Diz que sua vida virou de ponta à cabeça desde o
relacionamento relâmpago com Patricia Lélis, outra que posou de
direitista apenas para denunciar vários conservadores, bancar a vítima e
se tornar feminista companheira de Maria do Rosário.
Não sei o que é verdade e o que é
mentira em sua mensagem, mas sei que para tudo há limite: inclusive para
a minha paciência budista. Posso entender as várias dificuldades pelas
quais o editor está passando, mas não posso entender o descaso, a
completa falta de transparência, o novo sumiço depois de tudo (seu email
já tem mais de dois meses). Afinal, temos os nossos próprios problemas,
e acima de tudo: nossos leitores, que merecem uma explicação.
No caso de João, há mais em jogo: sua
reputação, pois leitores colocaram dinheiro apostando no livro, que
nunca saiu da intenção. Diante disso, João resolveu partir para a única
alternativa que lhe restava: a via legal. Simonsen deve, no mínimo,
uma retratação pública, não particular, e uma explicação de por que o
livro não foi publicado ainda, e onde foi parar a grana dos
colaboradores.
Acho tudo isso muito triste, repito. É
bom que tenha mais editora interessada em autores liberais. É uma pena
que Rodrigo, que parecia tão casado com a causa liberal e uma pessoa
séria, tenha agido dessa forma, mostrando-se pouco ou nada confiável.
Mas não dá para ficar calado e deixar o público no escuro por conta da
“amizade”, ou da afinidade ideológica. Liberais prezam o império das
leis, o contrato entre as partes, a transparência.
Não pretendo entrar na Justiça contra Simonsen também. Mas quero lançar de forma independente ou por outra editora o meu Panaceia,
pois o que foi feito pela editora do Rodrigo não é sério, não é coisa
que se faça com quem estava tentando ajudar. Quem me conhece sabe que
estou sempre pronto a ajudar liberais. Já divulguei muita gente ou marca
de graça, escrevi diversos prefácios, citei inúmeras pessoas em textos e
palestrei para dezenas de eventos sem cobrar.
De vez em quando um desses tiros sairá
pela culatra, vai acabar ajudando quem não merecia ser ajudado, e
sujando um pouco a minha própria reputação. Não há como acertar sempre,
como prever a honestidade ou competência de todos. Mas fica o alerta:
não é porque se diz liberal que não será um oportunista ou um picareta,
ou mesmo uma pessoa muito complicada e meio maluca.
Era preciso fazer esse desabafo. E que o
livro do João possa ser finalmente lançado por alguma editora ou de
forma independente, pois é um livro muito divertido, e que transmite a
mensagem liberal de forma bastante didática, para leigos. Uma munição e
tanto contra o esquerdismo, que está inacessível por culpa única e
exclusiva de um editor enrolado, para dizer o mínimo.
Qual a minha opinião sobre o MBL?
João Cesar de Melo, - Instituto Liberal
Já que ainda estão criticando o MBL por ele ter incitado o boicote ao Santander, registro aqui minha opinião sobre o movimento.
A campanha de satanização da iniciativa
privada, da liberdade individual e do cristianismo faz parte do
cotidiano do país em que vivemos. Passei a vida toda escutando que os
empresários são uns crápulas que só pensam no lucro, que exploram as
pessoas e geram pobreza.
Minha mãe era uma empresária. Criou meus
irmãos e eu com muita dificuldade, lutando para manter uma pequena
escola que nunca teve mais de 60 alunos, mas sempre teve no mínimo 10
funcionários. A prioridade dela era pagar salários, impostos, contas,
fornecedores e encargos para, com sorte, obter lucro, sustentar a
família e investir na escola.
Passei a vida toda ouvindo que o
cristianismo é a desgraça da humanidade, alienando as pessoas e
alimentando preconceitos. A quase totalidade das pessoas que conheço são
cristãs. Todas trabalham e têm como grande ambição viver com algum
conforto, educar os filhos e deixar alguma herança para facilitar a vida
deles.
Foram dessas pessoas que tive exemplos de responsabilidade, honestidade e caridade.
Foi o exemplo dessas pessoas que me tornou um ser humano melhor.
São essas pessoas que representam a grande maioria da sociedade brasileira.
Mesmo os funcionários de empresas, são,
de certa forma, empresários em suas vidas particulares, gerenciando seus
rendimentos para fazer investimentos futuros.
Mesmos aqueles que não têm religião,
como eu, devem seu caráter ao cristianismo, pois foi ele que moldou a
sociedade que nos permite, entre tantas coisas, discutir essa
temática agora.
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A despeito disso tudo, essas pessoas
nunca tiveram voz. Nunca tiveram um grande canal de imprensa ou um
movimento nas ruas lhes representando. Foram obrigadas, ao longo de
décadas, a ouvir quietas todo tipo de afronta dita por jornalistas
desonestos, artistas hipócritas, professores mentirosos, socialistas
corruptos e movimentos canalhas de todo tipo.
O domínio da esquerda é tão grande que,
há menos de um ano atrás, logo depois do impeachment de uma presidente
socialista, o maior representante da direita no congresso, Jair
Bolsonaro, teve apenas 4 votos para presidência da câmara. Até a “banca
da bíblia” vota na esquerda. A CNBB apoiou o PT desde o começo e agora
apoia o PSOL. Não há um único partido liberal no congresso nacional.
Guilherme Boulos foi homenageado pela câmara dos deputados um dia depois
de ter liderado um protesto violento na esplanada. Comunistas são
convidados frequentes nos programas de entrevistas da Globo News e nas
páginas dos grandes jornais. Apresentadores e comentaristas de TV
choraram ao vivo pela morte do ditador Fidel Castro. Numa de suas
novelas, a Globo fez propaganda de um livro que transforma em poesia a
vida do assassino Che Guevara. A imprensa chama de “movimento social”
grupos terroristas como o MST. Edifícios públicos ganham nomes de
guerrilheiros comunistas. Nas escolas, nas universidades e na imprensa é
repetida sistematicamente a mentira de que o regime militar foi um
período em que a população brasileira foi esmagada por governo tirânico
que era combatido heroicamente por anjinhos comunistas. Artistas que
vivem direta ou indiretamente de dinheiro privado promovem constantes
atos contra o capitalismo, ou seja, contra pessoas comuns que ganham a
vida produzindo e vendendo coisas umas para as outras, correndo riscos,
assumindo responsabilidades. O governo nos obriga a pagar impostos que
são convertidos em financiamento de grupos que se dedicam a nos atacar!
Mais: Movimentos de esquerda nos
patrulham o tempo todo em busca de uma justificativa para nos intimidar e
agredir. Vão para cima de qualquer pessoa não alinhada cuja opinião
ganhe repercussão na internet ou na imprensa. Impedem qualquer evento
não alinhado a eles. Insultam e até cospem em qualquer pessoa que ouse
questioná-los ou criticá-los. Promovem depredações “em nome da
democracia”. Não há semana em que alguma empresa não se veja obrigada a
refazer uma campanha publicitária porque algum movimento disso ou
daquilo se sentiu ofendido. São comuns atos contra símbolos católicos.
Ninguém na grande mídia apoia o direito de uma pessoa ter uma arma para
defender suas famílias, seus negócios e suas próprias vidas. Tentam,
desde sempre, nos fazer crer que não temos o direito de reagir a
agressões. Tentam nos fazer crer que não temos o direito sequer de nos
sentir ofendidos, humilhados e ameaçados. Gritam o tempo todo que
vagabundos, ladrões e assassinos são as vítimas e os bandidos somos nós.
Até três anos atrás, não havia nenhum
movimento se contrapondo a isso. A esquerda guerreava contra a
possibilidade de alguém se levantar contra ela. A consequência foi o
petismo.
Por tudo isso, chega de papo furado!
Chega de querer mudar o rumo das coisas “debatendo ideias”. A esquerda
nasceu em guerra contra nós. A esquerda não debate. Sabota. Não há nada,
nenhuma linha na literatura ou na história do socialismo, que defenda a
tolerância com a direita ou com qualquer outro pensamento não alinhado a
ele. A esquerda é, essencialmente, um movimento autoritário e
totalitário. A esquerda rejeita qualquer nível de conciliação. Nenhuma
ideologia ou religião perseguiu, torturou e assassinou mais pessoas do
que o socialismo.
Graças à internet, hoje temos diversas
pessoas e canais difundindo ideias liberais, o que é ótimo. Temos também
editoras publicando excelentes livros. Ok. Parabéns aos envolvidos.
Porém, isso é pouco. Alguém tem que estar nas ruas.
O que o Movimento Brasil Livre faz é
encarar a guerra como ela é. Enquanto nós tentamos “endireitar” o Brasil
publicando textinhos e textões na internet, o MBL vai para o combate,
bota a cara nos protestos da esquerda e promove os seus.
Enquanto nós estávamos lamentando o
início de mais um mandato de Dilma, o MBL organizou as maiores
manifestações contra um governo na história do Brasil – sem quebrar uma
lâmpada, sem distribuição de kit mortadela. Devemos ser contra eles?
Repito: Alguém tem que fazer o serviço
sujo. Alguém tem que xingar, desmoralizar, infernizar a militância
socialista. O MBL faz isso.
É bobagem, do lado de cá, cobrar que o MBL seja o movimento dos sonhos de cada um de nós.
É medo − e tão somente medo − o
sentimento que leva a esquerda a acusar o MBL do que ela própria é –
despudorada, fascista, terrorista e assassina.
Quando a esquerda diz que o MBL “incita o ódio”, ela expressa o desconforto de provar de seu próprio veneno.
Se o MBL inflou as massas conservadoras
contra a exposição do Santander, DANE-SE! Não há dia em que a esquerda
não incite o ódio de sua militância contra alguém.
Se alguns membros do MBL viram no PSDB
uma ponte para ganhar projeção política, DANE-SE mais ainda! O PT se
juntou ao PMDB e aos mais ricos empresários do país.
DANE-SE também se o MBL não se mobiliza
contra Temer. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. A justiça e a
imprensa já estão contra ele. Portanto, o MBL tem mesmo de se concentrar
em desqualificar a esquerda.
A esquerda nunca teve escrúpulos na busca de seus objetivos.
O terrorista Carlos Marighela, um dos heróis do movimento socialista brasileiro, escreveu em seu famoso Pequeno manual de guerrilha urbana:
A expropriação dos recursos do governo e daqueles que pertencem aos grandes capitalistas, latifundiários e imperialistas, com pequenas expropriações usadas para o mantimento do guerrilheiro urbano individual e grandes expropriações para o sustento da mesma revolução.
Eu não me importo se o MBL fica indo e
vindo entre o conservadorismo e o liberalismo. O que espero dele é que
continue questionando, criticando, provocando, denunciando e atacando a
esquerda.
Nunca se esqueçam:
As pessoas que odeiam o MBL enxergam
poesia na ditadura cubana que só está de pé porque exterminou a
oposição; a imprensa que não dá voz ao MBL é a mesma que se recusa a
dizer que a Venezuela foi devastada por uma coisa chamada SOCIALISMO; a
“galera do bem” que chama o MBL de fascista é a mesma que aprova
protestos violentos que depredam a cidade e impendem pessoas comuns de
irem trabalhar.
As pessoas que criticam o MBL por ele apoiar João Dória são as mesmas que dizem que Lula é inocente.
Artistas engajados e procuradores jacobinos: uma mistura explosiva!
E ainda tem quem caia nessa?
Rodrigo Constantino
Leio no GLOBO
sobre o dia em que Caetano Veloso recebeu em casa o procurador do
powerpoint. Quer dizer que Paulinha faz canapés na Vieira Souto e não me
convida? Eu, que sou o biógrafo oficial da esquerda caviar? Os radicais
chiques de Nova York ao menos convidavam Tom Wolfe. Mas ingratidão à
parte, acho que ficou ruim foi para quem foi convidado, e aceitou. O caso do convidado de honra, claro, procurador Dartagnol, quer dizer, Dallagnol. Seguem alguns trechos:
Empratados
de comida nordestina, canapés, vinho, água e coca-cola embalaram um
improvável encontro há quatro semanas no apartamento de Caetano Veloso de
frente para o mar na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio. O
compositor recebeu para uma conversa sobre política um dos mais
comedidos integrantes da força-tarefa Lava-Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol.
O
encontro, que parece saído de uma canção tropicalista, foi “quase
clandestino”, na definição do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
responsável por levar o procurador à casa de Caetano e Paula Lavigne.
Desde o primeiro semestre ela tem promovido bate-papos reunindo artistas
e políticos para discutir a conjuntura brasileira. São convidados desde
gente mais identificada com a esquerda a grupos mais à direita, com o
intuito de vencer diferenças e fortalecer uma pauta comum.
[…]
Na
conversa, falou-se sobre a percepção de que a Lava-Jato tinha como alvo
apenas o PT. Deltan lembrou de que a mesma força-tarefa prendeu Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e inevitavelmente tem atuação limitada em relação a
políticos com foro privilegiado.
— O MPF tá
ocupando um papel que tem de cumprir, atacando à esquerda e à direita.
Ser crítico hoje ao MPF é estar aliado ao que há de mais atrasado na
política brasileira – diz Randolfe, que nos encontros tenta, segundo
ele, “traduzir um pouco das loucuras que se passam em Brasília, o
significado das coisas”.
[…]
O GLOBO
perguntou a Caetano se suas percepções iniciais sobre a Lava-Jato se
mantiveram depois do encontro, e o que o unia e o afastava, hoje, do
“procurador do powerpoint”. Caetano respondeu com um artigo,
no qual menciona os acordos de leniência como “modificadores do
capitalismo brasileiro” e alerta para a necessidade de evitar que
“movimentações importantes não venham a servir à manutenção das nossas
desigualdades”. Deltan não quis dar entrevista.
No fim do seu texto,
o compositor cita a desigualdade e a corrupção como ideias em campos
diferentes. De fato, os malfeitos com dinheiro público parecem ter
ocupado todos os espaços da agenda pública dos últimos anos. E a
preocupação com a desigualdade perdido a vez. Mas que Deltan não lhe
ouça. Para o procurador, a corrupção está para a desigualdade como dois e
dois são quatro.
Ou seja, o procurador das redes sociais
ainda levou uma espécie de pito do anfitrião, por pegar demais no pé do
PT. E claro, é preciso deixar bem claro que não há tal viés, que outros
também foram presos ou acusados (porque preso o condenado Lula ainda nem
está, não se sabe bem o motivo).
É a turma que não é “nem de esquerda nem
de direita”, e só quer combater a corrupção, em abstrato, mas nunca
punir os corruptos de carne e osso, especialmente se forem de esquerda.
As máscaras dessa turma vão caindo uma a uma. As pretensões políticas
vão ficando mais claras. Assim como os companheiros políticos, o pessoal
que joga a rede para pescar “isentões” que até ontem defendiam o PT.
Eu gostaria de fazer uma só pergunta ao procurador com viés jacobino: o que ele acha disso aqui?
Será que a função de procurador combina
com a de artista engajado que banca o revolucionário contra o “sistema”,
posando inclusive de black bloc em apoio aos vândalos baderneiros que
colocam máscaras e saem por aí depredando patrimônio público, quando não
matando inocentes?
Sobre isso tudo, sobre os ícones da esquerda caviar, sobre os “igualitários” do Projaquistão, só tenho uma coisa a dizer:
E ainda tem quem caia nessa?
terça-feira, 19 de setembro de 2017
General fala em intervenção se Justiça não agir contra corrupção
Rubens Valente - FSP
Um general da ativa no Exército, Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia e finanças da Força, afirmou, em palestra promovida pela maçonaria em Brasília na última sexta-feira (15), que seus "companheiros do Alto Comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político", em referência à corrupção de políticos.
Mourão disse que poderá chegar um momento em que os militares terão que "impor isso" [ação militar] e que essa "imposição não será fácil". Segundo ele, seus "companheiros" do Alto Comando do Exército avaliam que ainda não é o momento para a ação, mas ela poderá ocorrer após "aproximações sucessivas".
"Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso."
O general afirmou ainda: "Então, se tiver que haver, haverá [ação militar]. Mas hoje nós consideramos que as aproximações sucessivas terão que ser feitas". Segundo o general, o Exército teria "planejamentos muito bem feitos" sobre o assunto, mas não os detalhou.
Natural de Porto Alegre (RS) e no Exército desde 1972, o general é o mesmo que, em outubro de 2015, foi exonerado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e transferido para Brasília, em tese para um cargo burocrático sem comando sobre tropas armadas, após fazer críticas ao governo de Dilma Rousseff. Um oficial sob seu comando também fez na época uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, acusado de inúmeros crimes de tortura e assassinatos na ditadura militar.
A palestra de sexta-feira (15) foi promovida por uma loja maçônica de Brasília e acompanhada por integrantes do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, entre outros. Segundo o vídeo de duas horas e 20 minutos que registra o evento, postado na internet, Mourão foi apresentado no evento como "irmão", isto é, membro da maçonaria do Rio Grande do Sul.
Ele se definiu como "eterno integrante da [comunidade de] inteligência", tendo sido graduado como oficial de inteligência na ESNI (Escola do Serviço Nacional de Informações). Criado após o golpe militar de 64 e extinto em 1990, o SNI era o braço de inteligência do aparato de repressão militar para ajudar a localizar e prender opositores do governo militar, incluindo sindicalistas, estudantes e militantes da esquerda armada.
Um dos organizadores do evento, o "irmão" Manoel Penha, brincou, no início da palestra, que havia outros militares à paisana na plateia, com "seu terninho preto, sua camisa social". Ele afirmou em tom de ironia: "A intervenção que foi pedida, se feita, será feita com muito amor".
Rubens Valente - FSP
Um general da ativa no Exército, Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia e finanças da Força, afirmou, em palestra promovida pela maçonaria em Brasília na última sexta-feira (15), que seus "companheiros do Alto Comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político", em referência à corrupção de políticos.
Mourão disse que poderá chegar um momento em que os militares terão que "impor isso" [ação militar] e que essa "imposição não será fácil". Segundo ele, seus "companheiros" do Alto Comando do Exército avaliam que ainda não é o momento para a ação, mas ela poderá ocorrer após "aproximações sucessivas".
"Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso."
O general afirmou ainda: "Então, se tiver que haver, haverá [ação militar]. Mas hoje nós consideramos que as aproximações sucessivas terão que ser feitas". Segundo o general, o Exército teria "planejamentos muito bem feitos" sobre o assunto, mas não os detalhou.
Natural de Porto Alegre (RS) e no Exército desde 1972, o general é o mesmo que, em outubro de 2015, foi exonerado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e transferido para Brasília, em tese para um cargo burocrático sem comando sobre tropas armadas, após fazer críticas ao governo de Dilma Rousseff. Um oficial sob seu comando também fez na época uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, acusado de inúmeros crimes de tortura e assassinatos na ditadura militar.
A palestra de sexta-feira (15) foi promovida por uma loja maçônica de Brasília e acompanhada por integrantes do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, entre outros. Segundo o vídeo de duas horas e 20 minutos que registra o evento, postado na internet, Mourão foi apresentado no evento como "irmão", isto é, membro da maçonaria do Rio Grande do Sul.
Ele se definiu como "eterno integrante da [comunidade de] inteligência", tendo sido graduado como oficial de inteligência na ESNI (Escola do Serviço Nacional de Informações). Criado após o golpe militar de 64 e extinto em 1990, o SNI era o braço de inteligência do aparato de repressão militar para ajudar a localizar e prender opositores do governo militar, incluindo sindicalistas, estudantes e militantes da esquerda armada.
Um dos organizadores do evento, o "irmão" Manoel Penha, brincou, no início da palestra, que havia outros militares à paisana na plateia, com "seu terninho preto, sua camisa social". Ele afirmou em tom de ironia: "A intervenção que foi pedida, se feita, será feita com muito amor".
PT estuda boicotar eleições de 2018 se Lula não puder ser candidato
"O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula seria uma fraude nas eleições. (O boicote) é uma coisa que não está sendo oficialmente discutida ainda, mas vai caminhar para isso se ele for impedido de ser candidato. É um processo que não tem base jurídica", afirmou à BBC Brasil a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
O ex-presidente já tem uma condenação em primeira instância no âmbito da operação Lava Jato - no processo ele é acusado de receber um tríplex da construtora OAS como forma de propina, o que Lula nega - e viu sua situação jurídica e política se complicar com a confissão do aliado de primeira hora e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Se a sentença do juiz Sergio Moro for confirmada em segunda instância - o que mesmo os mais otimistas petistas acreditam que acontecerá - a candidatura de Lula ficará barrada pela Lei da Ficha Limpa.
Para setores do PT de correntes como Construindo um Novo Brasil (CNB) e Novo Rumo ouvidos pela BBC Brasil, boicotar as eleições seria uma saída honrosa para o partido, que tem adotado o discurso de vítima de perseguição política pelo Ministério Público e pelo Judiciário brasileiros.
A estratégia extrema contaria com a anuência do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cuja imagem de líder dos princípios petistas tem sido resgatada diante de delações de antigos companheiros, como Palocci. Já Lula assiste às discussões olímpico. Como é de seu feitio, deixa os diferentes aliados defenderem suas posições na arena partidária sem demonstrar preferências até o momento da decisão.
"Existem duas hipóteses claras. A primeira é de forçar a candidatura, apelando ao Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão da condenação. A segunda hipótese é de boicotar as eleições, sob a justificativa de que não querem deixar o povo decidir. E aí vai ser uma convulsão social, um risco de guerra civil no país", afirma o deputado estadual José Américo (PT-SP).
Na teoria política clássica, um dos pilares da democracia é a confiança dos partidos no sistema político eleitoral e na sua possibilidade de chegar ao poder seguindo as regras do jogo. Enquanto parte do PT defende que o partido não mais acredita nisso - daí o boicote, outra ala enxerga a postura dos correligionários como "arrogância".
"Acompanho esta discussão e Lula é certamente o meu candidato. Mas esta posição de não ter candidato, boicotando as eleições se Lula não puder concorrer, é o resquício de uma velha arrogância de uma parte do PT, que acha que não existe vida inteligente, de esquerda, fora do nosso partido. O campo democrático de centro esquerda tem candidatos possíveis para nos representar, tanto à esquerda de Lula, como mais ao centro", afirmou à BBC Brasil o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, da corrente Mensagem ao Partido.
Genro antecipa tensões que devem se impor se o PT levar adiante o plano de tirar o 13 da urna eletrônica no ano que vem. De saída, o partido perderia alguns quadros, atraídos para outras legendas pela possibilidade de se candidatar.
Petistas a favor do boicote já começaram a rascunhar uma lista de defecções. O tema é especialmente sensível entre aqueles que são alvos da Lava Jato e buscam na reeleição a manutenção do foro privilegiado.
"Alguns parlamentares já ameaçaram sair, mas eles não mandam no partido. Se o partido decidir boicotar, boicota", diz Américo.
Para conseguir registrar a própria candidatura na Justiça Eleitoral, o candidato precisa da assinatura da presidência nacional do partido ou de seus diretores regionais. Portanto, se a direção do PT fechar questão sobre o assunto, nenhum político conseguirá fazer o registro sob o número 13.
"Temos trabalhado muito as redes sociais com esses slogans", afirma a presidente do PT.
O lema tem aparecido ainda nas declarações de quadros do partido. Pouco depois da condenação de Lula, em julho, o presidente do diretório petista em São Paulo e ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, foi um dos primeiros a enunciá-lo:
"Processo eleitoral no ano que vem sem Lula candidato não é eleição democrática, é fraude eleitoral", disse.
Na semana passada, depois de disparados os petardos de Palocci, foi a vez do deputado federal Paulo Pimenta repetir à BBC Brasil a mesma ideia. "Não aceitaremos de maneira alguma a legitimidade de uma eleição que o Lula não participe", afirmou.
Para ganhar no Supremo, o PT conta com três elementos a seu favor: o primeiro, o cenário caótico ao qual o boicote poderia levar o país - aspecto que os ministros certamente gostariam de evitar.
O segundo, a tese defendida por Gilmar Mendes no julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, em junho. Na ocasião, Gilmar afirmou que os juízes não devem brincar de "aprendizes de feiticeiros" ao votar contra a cassação do mandato do presidente Michel Temer. "A Constituição valoriza a soberania popular, a despeito dos valores das nossas decisões. Mas é muito relevante", disse.
Para petistas, raciocínio semelhante se aplicaria à candidatura Lula, que desponta na primeira posição da preferência de eleitores em pesquisas de opinião recentes.
Por fim, o PT confia no bom trânsito de Lula com os mais diversos ministros da corte: a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, fez questão de convidar Lula para sua posse no cargo, há um ano, quando o ex-presidente já era investigado no âmbito da Lava Jato. E o próprio Gilmar Mendes ligou para Lula para prestar condolências quando da morte da ex-primeira dama Marisa Letícia, em um diálogo emotivo.
"No fundo, o boicote é um movimento para jogar mais responsabilidade e pressão sobre a direita, os empresários e o próprio Judiciário quanto à instabilidade que a interdição do Lula pode causar", resume um dos estrategistas petistas no Congresso.
Questionada sobre a interpretação, a senadora Gleisi Hoffmann nega que se trate apenas de chantagem, mas reconhece o poder de causar tensão de uma eventual retirada do PT do próximo pleito:
"Não é colocar a faca no pescoço dos ministros nem de ninguém, mas (a intenção) é alertá-los sobre a gravidade dessa situação para a democracia brasileira. É algo que nos questiona como país democrático, como economia, internacionalmente é péssimo."
As movimentações de quadros como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que tem viajado o Brasil e dado entrevistas, irritou setores do PT. Também causou ciúme o burburinho em torno do nome do ex-governador da Bahia Jaques Wagner. A ideia do boicote serviria para sedimentar definitivamente a ideia de que não existe um plano B ao nome de Lula para o partido.
"Não temos plano B. Plano B para quê? Haddad? Jaques Wagner? Plano B é para perder a eleição? Nosso nome competitivo é o Lula e é com ele que vamos para a eleição", diz Gleisi exaltada após ser questionada pela BBC Brasil sobre a possibilidade de outro cabeça de chapa petista.
Por trás da reação, está a leitura de que a eleição de 2018 tem um caráter plebiscitário para o PT: se Lula vencer, é como se o voto popular chancelasse as teses do PT de que houve golpe e de que o partido e seu principal líder são vítimas de perseguição das elites, e não autores de malfeitos. Se perder com Lula, os líderes do PT admitiriam a possibilidade de se reinventar.
Mas sem Lula, os petistas descartam possibilidade de vitória. Não estariam dispostos a testar suas teses e arriscar sua própria sobrevivência nessas condições.
Por outro lado, para os petistas contrários ao boicote, ao se ausentar da eleição o partido pode deixar de discutir a vida política, econômica e social do país. Arrisca-se a perder o protagonismo que possui há décadas na arena política como representante de certos setores e ideias.
Nas palavras de Tarso Genro, o PT vive o dilema entre "ser apenas mais um partido democrático, tradicional, como terminaram sendo os partidos sociais-democratas europeus que hoje aplicam as receitas liberal-rentistas" ou um partido apto a "se renovar, para ser o cabeça de ponte de uma esquerda capaz de redespertar os sentimentos utópicos, que sempre motivaram as grandes transformações sociais".
"A grande questão será a seguinte: que programa de transição apresentaremos para retirar o país do atoleiro econômico e social em que nos encontramos? Isso é o que importará no momento das eleições", questiona Genro.
Se optar por sair do pleito, o PT não responderá a essa questão.
Mariana Sanches - BBC Brasil
Pressionado pela
constatação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
dificilmente poderá ser candidato a presidente, o PT trabalha com um
plano C para as eleições de 2018: o boicote.
Nesse caso, além de
não disputar a Presidência, um dos maiores partidos brasileiros também
não lançaria candidatos ao Senado ou à Câmara dos Deputados e se
dedicaria a uma corrida internacional para propalar o que considera mais
uma rachadura na democracia do país. "O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula seria uma fraude nas eleições. (O boicote) é uma coisa que não está sendo oficialmente discutida ainda, mas vai caminhar para isso se ele for impedido de ser candidato. É um processo que não tem base jurídica", afirmou à BBC Brasil a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
O ex-presidente já tem uma condenação em primeira instância no âmbito da operação Lava Jato - no processo ele é acusado de receber um tríplex da construtora OAS como forma de propina, o que Lula nega - e viu sua situação jurídica e política se complicar com a confissão do aliado de primeira hora e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Se a sentença do juiz Sergio Moro for confirmada em segunda instância - o que mesmo os mais otimistas petistas acreditam que acontecerá - a candidatura de Lula ficará barrada pela Lei da Ficha Limpa.
Para setores do PT de correntes como Construindo um Novo Brasil (CNB) e Novo Rumo ouvidos pela BBC Brasil, boicotar as eleições seria uma saída honrosa para o partido, que tem adotado o discurso de vítima de perseguição política pelo Ministério Público e pelo Judiciário brasileiros.
A estratégia extrema contaria com a anuência do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cuja imagem de líder dos princípios petistas tem sido resgatada diante de delações de antigos companheiros, como Palocci. Já Lula assiste às discussões olímpico. Como é de seu feitio, deixa os diferentes aliados defenderem suas posições na arena partidária sem demonstrar preferências até o momento da decisão.
"Existem duas hipóteses claras. A primeira é de forçar a candidatura, apelando ao Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão da condenação. A segunda hipótese é de boicotar as eleições, sob a justificativa de que não querem deixar o povo decidir. E aí vai ser uma convulsão social, um risco de guerra civil no país", afirma o deputado estadual José Américo (PT-SP).
Na teoria política clássica, um dos pilares da democracia é a confiança dos partidos no sistema político eleitoral e na sua possibilidade de chegar ao poder seguindo as regras do jogo. Enquanto parte do PT defende que o partido não mais acredita nisso - daí o boicote, outra ala enxerga a postura dos correligionários como "arrogância".
"Acompanho esta discussão e Lula é certamente o meu candidato. Mas esta posição de não ter candidato, boicotando as eleições se Lula não puder concorrer, é o resquício de uma velha arrogância de uma parte do PT, que acha que não existe vida inteligente, de esquerda, fora do nosso partido. O campo democrático de centro esquerda tem candidatos possíveis para nos representar, tanto à esquerda de Lula, como mais ao centro", afirmou à BBC Brasil o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, da corrente Mensagem ao Partido.
Genro antecipa tensões que devem se impor se o PT levar adiante o plano de tirar o 13 da urna eletrônica no ano que vem. De saída, o partido perderia alguns quadros, atraídos para outras legendas pela possibilidade de se candidatar.
Petistas a favor do boicote já começaram a rascunhar uma lista de defecções. O tema é especialmente sensível entre aqueles que são alvos da Lava Jato e buscam na reeleição a manutenção do foro privilegiado.
"Alguns parlamentares já ameaçaram sair, mas eles não mandam no partido. Se o partido decidir boicotar, boicota", diz Américo.
Para conseguir registrar a própria candidatura na Justiça Eleitoral, o candidato precisa da assinatura da presidência nacional do partido ou de seus diretores regionais. Portanto, se a direção do PT fechar questão sobre o assunto, nenhum político conseguirá fazer o registro sob o número 13.
A tese do boicote na rua
Embora mantenha o boicote como uma questão aberta, o partido já colocou a tese na rua. Duas frases, repetidas por integrantes do partido, sinalizam a estratégia: "Eleição sem Lula é fraude" e "Eleição sem Lula é golpe"."Temos trabalhado muito as redes sociais com esses slogans", afirma a presidente do PT.
O lema tem aparecido ainda nas declarações de quadros do partido. Pouco depois da condenação de Lula, em julho, o presidente do diretório petista em São Paulo e ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, foi um dos primeiros a enunciá-lo:
"Processo eleitoral no ano que vem sem Lula candidato não é eleição democrática, é fraude eleitoral", disse.
Na semana passada, depois de disparados os petardos de Palocci, foi a vez do deputado federal Paulo Pimenta repetir à BBC Brasil a mesma ideia. "Não aceitaremos de maneira alguma a legitimidade de uma eleição que o Lula não participe", afirmou.
A saída pelo Supremo
Na estratégia petista, o cenário do boicote serve não só como posicionamento político, mas como instrumento de pressão. O partido já decidiu que irá recorrer ao Supremo para liberar Lula a concorrer em caso de condenação em segunda instância - o petista está disposto a fazer boa parte da campanha sub júdice.Para ganhar no Supremo, o PT conta com três elementos a seu favor: o primeiro, o cenário caótico ao qual o boicote poderia levar o país - aspecto que os ministros certamente gostariam de evitar.
O segundo, a tese defendida por Gilmar Mendes no julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, em junho. Na ocasião, Gilmar afirmou que os juízes não devem brincar de "aprendizes de feiticeiros" ao votar contra a cassação do mandato do presidente Michel Temer. "A Constituição valoriza a soberania popular, a despeito dos valores das nossas decisões. Mas é muito relevante", disse.
Para petistas, raciocínio semelhante se aplicaria à candidatura Lula, que desponta na primeira posição da preferência de eleitores em pesquisas de opinião recentes.
Por fim, o PT confia no bom trânsito de Lula com os mais diversos ministros da corte: a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, fez questão de convidar Lula para sua posse no cargo, há um ano, quando o ex-presidente já era investigado no âmbito da Lava Jato. E o próprio Gilmar Mendes ligou para Lula para prestar condolências quando da morte da ex-primeira dama Marisa Letícia, em um diálogo emotivo.
"No fundo, o boicote é um movimento para jogar mais responsabilidade e pressão sobre a direita, os empresários e o próprio Judiciário quanto à instabilidade que a interdição do Lula pode causar", resume um dos estrategistas petistas no Congresso.
Questionada sobre a interpretação, a senadora Gleisi Hoffmann nega que se trate apenas de chantagem, mas reconhece o poder de causar tensão de uma eventual retirada do PT do próximo pleito:
"Não é colocar a faca no pescoço dos ministros nem de ninguém, mas (a intenção) é alertá-los sobre a gravidade dessa situação para a democracia brasileira. É algo que nos questiona como país democrático, como economia, internacionalmente é péssimo."
Plano B para perder a eleição?
Petistas afirmam ainda que a ideia do boicote pode servir para "conter precipitações do ponto de vista de disputas internas" ou evitar um novo "dedaço" de Lula, que poderia impor ao partido um substituto, como fez com Dilma Rousseff, trauma do qual o PT ainda não se recuperou.As movimentações de quadros como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que tem viajado o Brasil e dado entrevistas, irritou setores do PT. Também causou ciúme o burburinho em torno do nome do ex-governador da Bahia Jaques Wagner. A ideia do boicote serviria para sedimentar definitivamente a ideia de que não existe um plano B ao nome de Lula para o partido.
"Não temos plano B. Plano B para quê? Haddad? Jaques Wagner? Plano B é para perder a eleição? Nosso nome competitivo é o Lula e é com ele que vamos para a eleição", diz Gleisi exaltada após ser questionada pela BBC Brasil sobre a possibilidade de outro cabeça de chapa petista.
Por trás da reação, está a leitura de que a eleição de 2018 tem um caráter plebiscitário para o PT: se Lula vencer, é como se o voto popular chancelasse as teses do PT de que houve golpe e de que o partido e seu principal líder são vítimas de perseguição das elites, e não autores de malfeitos. Se perder com Lula, os líderes do PT admitiriam a possibilidade de se reinventar.
Mas sem Lula, os petistas descartam possibilidade de vitória. Não estariam dispostos a testar suas teses e arriscar sua própria sobrevivência nessas condições.
Por outro lado, para os petistas contrários ao boicote, ao se ausentar da eleição o partido pode deixar de discutir a vida política, econômica e social do país. Arrisca-se a perder o protagonismo que possui há décadas na arena política como representante de certos setores e ideias.
Nas palavras de Tarso Genro, o PT vive o dilema entre "ser apenas mais um partido democrático, tradicional, como terminaram sendo os partidos sociais-democratas europeus que hoje aplicam as receitas liberal-rentistas" ou um partido apto a "se renovar, para ser o cabeça de ponte de uma esquerda capaz de redespertar os sentimentos utópicos, que sempre motivaram as grandes transformações sociais".
"A grande questão será a seguinte: que programa de transição apresentaremos para retirar o país do atoleiro econômico e social em que nos encontramos? Isso é o que importará no momento das eleições", questiona Genro.
Se optar por sair do pleito, o PT não responderá a essa questão.
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Europa: Jihadistas Levam Vantagem nos Benefícios do Sistema de Bem-Estar Social
Soeren Kern - gatestoneinstitute.org
Soeren Kern - gatestoneinstitute.org
- Ao mesmo tempo que embolsava dinheiro dos contribuintes suíços, Abu Ramadan, conhecido salafista, pediu a introdução da Lei Islâmica (Sharia) na Suíça, urgindo os muçulmanos para que evitem se integrar na sociedade suíça. Ele também ressaltou que muçulmanos que cometem crimes na Suíça não devem estar sujeitos às leis suíças.
- "O escândalo é tão grande que é difícil de acreditar. Aos imãs que pregam ódio contra cristãos e judeus, que criticam a depravação do Ocidente, são concedidos asilo e eles vivem confortavelmente como refugiados recebendo os proventos da assistência social. Tudo isso com a cumplicidade de autoridades covardes e incompetentes que dão carta branca aos assistentes complacentes e ingênuos do sistema de asilo e de bem-estar social". − Adrian Amstutz, parlamentar suíço.
- Autoridades municipais em Lund continuam determinadas: elas lançaram um projeto piloto destinado a fornecer aos jihadistas suecos, que estão retornando da Síria: moradia, emprego, educação e ajuda financeira - tudo graças aos contribuintes suecos.
Um imã líbio que pediu a Alá que "elimine" todos os não muçulmanos,
recebeu mais de US$600.000 em proventos de assistência social do governo
suíço de acordo com a emissora suíça SRF.
Abu Ramadan chegou à Suíça em 1998, a quem foi concedido asilo em 2004 por alegar que o governo líbio o estava perseguindo por sua afiliação à Irmandade Muçulmana. Desde então Ramadan recebeu US$620.000 em proventos de assistência social, de acordo com a SRF.
Embora Ramadan esteja morando na Suíça há quase 20 anos, ele mal fala francês ou alemão e nunca teve um emprego fixo. Ramadan, de 64 anos, logo terá direito de receber uma pensão estadual suíça.
Ao mesmo tempo que embolsava dinheiro dos contribuintes suíços, Ramadan, conhecido salafista, pediu a introdução da Lei Islâmica (Sharia) na Suíça, urgindo os muçulmanos que evitem se integrar na sociedade suíça. Ele também ressaltou que muçulmanos que cometem crimes na Suíça não devem estar sujeitos às leis suíças. Em um sermão proferido por Ramadan recentemente em uma mesquita perto de Berna, ele assinalou:
Adrian Amstutz, deputado federal jogou a culpa da situação no multiculturalismo suíço:
O escândalo de Ramadan é recorrente em países da Europa, onde potencialmente milhares de jihadistas violentos e não violentos estão usando proventos de assistência social para financiar suas atividades. O guia para os jihadistas no Ocidente - "Como Sobreviver no Ocidente" - emitido pelo Estado islâmico em 2015 orienta: "se você tiver condições de reivindicar benefícios extras de um governo, reivindique!".
Na Áustria mais de uma dezena de jihadistas amealharam proventos de assistência social para financiar suas viagens à Síria. Entre os detidos estava Mirsad Omerovic, 32, um pregador islâmico extremista que, segundo a polícia, levantou centenas de milhares de euros para ajudar na guerra na Síria. Omerovic, pai de seis filhos que vive exclusivamente às custas da assistência social da Áustria, obteve mais benefícios por intermédio da licença-paternidade.
Na Bélgica, vários dos jihadistas que participaram dos ataques em Bruxelas e Paris que resultaram na morte de 162 pessoas em 2015 e 2016 receberam mais US$59.000 em proventos de assistência social, que eles usaram para conspirações terroristas. Fred Cauderlier, porta-voz do primeiro-ministro belga, defendeu os proventos: "vivemos em uma democracia. Não temos ferramentas para checar como as pessoas usam os benefícios".
Somente na Brabante Flamengo e em Bruxelas, dezenas de jihadistas que lutaram na Síria receberam pelo menos US$150.000 em benefícios ilegais, de acordo com o Ministério da Justiça.
Anteriormente, o jornal flamengo De Standaard denunciou que 29 jihadistas da Antuérpia e Vilvoorde continuaram a receber US$1.200 por mês em benefícios do sistema de bem-estar social, apesar de terem viajado para a Síria e o Iraque para engrossarem as fileiras do Estado islâmico. O prefeito de Antuérpia Bart de Wever ressaltou: "é injusto que essas pessoas se beneficiem de programas sociais e usem, por exemplo, os proventos do seguro desemprego para financiarem sua participação na luta na Síria".
Em fevereiro de 2017, a RVA Agência Nacional de Emprego revelou que 16 jihadistas que voltaram para a Bélgica depois de lutarem na Síria receberam seguro desemprego. O porta-voz da RVA, Wouter Langeraert, salientou:
Salman Abedi, homem-bomba de Manchester, usava o crédito educativo financiado pelos contribuintes e benefícios para financiar o atentado terrorista. Abedi recebeu pelo menos US$7.000 da Companhia de Crédito Educativo, financiada pelos contribuintes, depois de começar um curso de administração de empresas na Universidade de Salford em outubro de 2015. Segundo consta, ele recebeu mais £7.000 no ano letivo de 2016, embora ele já tivesse abandonado o curso naquela época. Acredita-se que Abedi tenha recebido auxílio moradia e uma espécie de subsídio salarial no valor de £250 por semana.
David Videcette, ex-detetive da polícia metropolitana que trabalhou na investigação dos atentados de 7 de julho em Londres, se pronunciou da seguinte maneira sobre o sistema de crédito educativo:
Enquanto isso, Shahan Choudhury, um jihadista de 30 anos de idade, de origem bengalesa, que se radicalizou em uma prisão britânica, usava dinheiro de assistência social para pagar a viagem de toda a família, incluindo três crianças pequenas, para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A família desapareceu da noite para o dia, deixando todas os seus pertences no apartamento situado na região leste de Londres, de acordo a proprietária do imóvel.
Em 2015, veio à tona que três irmãs de Bradford que viajaram para a Síria ainda reivindicavam benefícios. Khadija de 30 anos, Zohra de 33 e Sugra Dawood de 34, que viajaram para a Síria juntamente com os nove filhos, usaram o dinheiro do programa de renda mínima e o programa de auxílio ao menor para financiar a viagem.
Mais recentemente, um pedido baseado na Lei de Liberdade de Informação revelou que Anjem Choudary, islamista que cumpre pena de cinco anos e meio por pedir apoio ao Estado Islâmico, recebeu mais de US$180.000 de assistência jurídica, dinheiro do contribuinte, pela tentativa fracassada de evitar a prisão. A cifra irá aumentar à medida que seus advogados continuarem a apresentar pedidos de indenização. A reivindicação desse pai de cinco filhos chega a US$640.000 em benefícios, aos quais ele se referiu como "subsídio de investigador da Jihad".
Choudary acredita que os muçulmanos têm direito a proventos de assistência social porque eles são uma espécie de jizya, uma taxa imposta aos não muçulmanos como lembrete de que eles são, eternamente, inferiores e subservientes aos muçulmanos.
A mídia britânica revelou
que antes de seu encarceramento, Choudary estava recebendo mais de
US$32.000 por ano em benefícios do sistema de bem-estar social. Entre
outros auxílios, Choudary recebia £15.600 por ano em auxílio moradia
para sustentar uma casa no valor de £320.000 em Leytonstone, East
London. Ele também recebia £1.820 em benefícios da seguridade social,
US$5.200 do programa de renda mínima e £3.120 algo equivalente ao
salário família. Pelo fato dos proventos de assistência social não serem
tributados, seu rendimento era equivalente a um salário de US$42.000.
Em comparação, o salário anual médio dos trabalhadores em tempo integral
na Grã-Bretanha era US$36.500 em 2016.
Para acessar mais exemplos de abuso em cima da assistência social por jihadistas na Grã-Bretanha clique aqui.
Na Dinamarca o Serviço de Segurança e Inteligência (PET) denunciou também que jihadistas estavam doentes demais para trabalhar, mas suficientemente saudáveis para lutar ao lado do Estado Islâmico, estavam recebendo benefícios do estado dinamarquês de aposentadoria antecipada, invalidez e doença.
Anteriormente, um documento emitido pelo Ministério do Trabalho revelou que mais de 30 jihadistas dinamarqueses continuaram recebendo proventos de assistência social, totalizando 672.000 coroas dinamarquesas (US$92.000), mesmo depois de terem se juntado ao Estado islâmico na Síria.
O Ministro do Trabalho Troels Lund Poulsen ressaltou:
Na Alemanha Anis Amri, tunisiano de 23 anos de idade que realizou o atentado que deixou mortos e feridos na feira natalina em Berlim, usava múltiplas identidades para receber ilegalmente proventos de assistência social. As autoridades alemãs, ao que tudo indica, sabiam da fraude, mas nada fizeram.
Enquanto isso, um jihadista residente em Wolfsburg que levou a sua esposa e dois filhos pequenos para a Síria continuou recebendo proventos de assistência social da Alemanha no montante de dezenas de milhares de euros durante um ano, depois de ter deixado o país. Autoridades locais salientaram que as leis de privacidade alemãs tornaram impraticável saber que a família tinha deixado o país.
No cômputo geral, foi constatado que mais de 20% dos jihadistas alemães, que estão combatendo na Síria e no Iraque, recebem benefícios do sistema de bem-estar social do Estado, os jihadistas também são elegíveis a receberem benefícios, de novo, após retornarem à Alemanha. O Ministro do Interior bávaro Joachim Herrmann salientou:
A lei para rescindir os proventos de assistência social aos jihadistas não se estendem ao crédito educativo: o vice-primeiro ministro Lodewijk Asscher realçou que a rescisão seria contraproducente, porque tornaria mais complicada a reintegração dos jihadistas que voltassem ao país.
Na Espanha Saib Lachhab, jihadista marroquino de 41 anos, residente na cidade basca de Vitoria, acumulou US$11.000 em proventos de assistência social para financiar um plano para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A cada mês ele recebia US$750 do governo central além de US$300 do governo basco. Ele também recebia US$1.075 por mês a título de seguro desemprego.
Samir Mahdjoub, jihadista argelino de 44 anos de idade residente na cidade basca de Bilbao, recebia mensalmente US$780 a título de assistência social e US$300 em auxílio moradia. Redouan Bensbih, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de Barakaldo, recebia proventos de assistência social de US$1.000 por mês, mesmo depois de ter sido morto em um campo de batalha na Síria. A polícia acabou prendendo cinco muçulmanos no país basco que interceptavam os pagamentos e os transferiam para o Marrocos. As autoridades bascas disseram que os pagamentos eram realizados porque elas não foram notificadas de sua morte.
Ahmed Bourguerba, jihadista argelino de 31 anos residente em Bilbao, recebia US$750 por mês em proventos de assistência social e US$300 em auxílio moradia até ele ser encarcerado por atos de terrorismo. Mehdi Kacem, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de San Sebastian, recebia US$950 por mês em proventos de assistência social até ser preso por pertencer ao Estado islâmico.
Antes disso, um casal paquistanês residente em Vitoria foi acusado de falsificar documentos de identidade para obter proventos de assistência social fraudulentamente para dez indivíduos fantasmas. A polícia disse que o casal fraudou o governo basco em mais de US$475.000 por um período de três anos.
Na Suécia, um relatório divulgado pela National Defense University constatou que 300 cidadãos suecos recebiam proventos de assistência social mesmo depois de terem deixado o país para engrossarem as fileiras do Estado islâmico na Síria e no Iraque. Na maioria dos casos, os jihadistas usavam amigos e familiares para administrar a papelada com o objetivo de criar a ilusão de que eles ainda se encontravam na Suécia.
O muçulmano convertido Michael Skråmo, por exemplo, recebia mais de 50.000 coroas suecas (US$5.000) em proventos de assistência social depois de ter se mudado para a Síria com a esposa e quatro filhos. Foi somente um ano depois de Skråmo ter deixado Gotenburgo que seus benefícios foram cortados.
Magnus Ranstorp, um dos autores do relatório, disse que os pagamentos expuseram a ineficiência dos mecanismos de controle da Suécia:
Autoridades municipais em Lund continuam determinadas: elas lançaram um projeto piloto destinado a fornecer aos jihadistas suecos que estão retornando da Síria: moradia, emprego, educação e ajuda financeira - tudo graças aos contribuintes suecos.
Abu Ramadan chegou à Suíça em 1998, a quem foi concedido asilo em 2004 por alegar que o governo líbio o estava perseguindo por sua afiliação à Irmandade Muçulmana. Desde então Ramadan recebeu US$620.000 em proventos de assistência social, de acordo com a SRF.
Embora Ramadan esteja morando na Suíça há quase 20 anos, ele mal fala francês ou alemão e nunca teve um emprego fixo. Ramadan, de 64 anos, logo terá direito de receber uma pensão estadual suíça.
Ao mesmo tempo que embolsava dinheiro dos contribuintes suíços, Ramadan, conhecido salafista, pediu a introdução da Lei Islâmica (Sharia) na Suíça, urgindo os muçulmanos que evitem se integrar na sociedade suíça. Ele também ressaltou que muçulmanos que cometem crimes na Suíça não devem estar sujeitos às leis suíças. Em um sermão proferido por Ramadan recentemente em uma mesquita perto de Berna, ele assinalou:
"Oh, Alá, peço-lhe que destrua os inimigos de nossa religião, destrua os judeus, os cristãos, os hindus, os russos e os xiitas. Deus, peço que os destrua a todos e que devolva ao Islã sua antiga glória."Saïda Keller-Messahli, uma ativista dos direitos humanos suiça/tunisiana realçou que Ramadan é perigoso devido à sua oposição à integração muçulmana: "não se trata de alguém que estimule abertamente a jihad, mas ele semeia em solo fértil para tanto".
Adrian Amstutz, deputado federal jogou a culpa da situação no multiculturalismo suíço:
"O escândalo é tão grande que é difícil de acreditar. Aos imãs que pregam ódio contra cristãos e judeus, que criticam a depravação do Ocidente, são concedidos asilo e eles vivem confortavelmente como refugiados recebendo os proventos de assistência social. Tudo isso com a cumplicidade de autoridades covardes e incompetentes que dão carta branca aos assistentes complacentes e ingênuos do sistema de asilo e de bem-estar social".Beat Feurer, assessor parlamentar municipal em Biel, cidade suíça onde Ramadan vive há 20 anos solicitou às autoridades suíças que dessem início a uma investigação: "pessoalmente, sou da opinião que essas pessoas não têm nada para fazer aqui. Elas devem ser expulsas".
O escândalo de Ramadan é recorrente em países da Europa, onde potencialmente milhares de jihadistas violentos e não violentos estão usando proventos de assistência social para financiar suas atividades. O guia para os jihadistas no Ocidente - "Como Sobreviver no Ocidente" - emitido pelo Estado islâmico em 2015 orienta: "se você tiver condições de reivindicar benefícios extras de um governo, reivindique!".
Na Áustria mais de uma dezena de jihadistas amealharam proventos de assistência social para financiar suas viagens à Síria. Entre os detidos estava Mirsad Omerovic, 32, um pregador islâmico extremista que, segundo a polícia, levantou centenas de milhares de euros para ajudar na guerra na Síria. Omerovic, pai de seis filhos que vive exclusivamente às custas da assistência social da Áustria, obteve mais benefícios por intermédio da licença-paternidade.
Na Bélgica, vários dos jihadistas que participaram dos ataques em Bruxelas e Paris que resultaram na morte de 162 pessoas em 2015 e 2016 receberam mais US$59.000 em proventos de assistência social, que eles usaram para conspirações terroristas. Fred Cauderlier, porta-voz do primeiro-ministro belga, defendeu os proventos: "vivemos em uma democracia. Não temos ferramentas para checar como as pessoas usam os benefícios".
Somente na Brabante Flamengo e em Bruxelas, dezenas de jihadistas que lutaram na Síria receberam pelo menos US$150.000 em benefícios ilegais, de acordo com o Ministério da Justiça.
Anteriormente, o jornal flamengo De Standaard denunciou que 29 jihadistas da Antuérpia e Vilvoorde continuaram a receber US$1.200 por mês em benefícios do sistema de bem-estar social, apesar de terem viajado para a Síria e o Iraque para engrossarem as fileiras do Estado islâmico. O prefeito de Antuérpia Bart de Wever ressaltou: "é injusto que essas pessoas se beneficiem de programas sociais e usem, por exemplo, os proventos do seguro desemprego para financiarem sua participação na luta na Síria".
Em fevereiro de 2017, a RVA Agência Nacional de Emprego revelou que 16 jihadistas que voltaram para a Bélgica depois de lutarem na Síria receberam seguro desemprego. O porta-voz da RVA, Wouter Langeraert, salientou:
"Nós vivemos em um estado de direito. Nem todo combatente sírio que voltou está na prisão. Alguns satisfazem todos os requisitos legais: eles não estão na prisão, eles voltaram a se registrar em seu município e estão procurando emprego e assim por diante".Na Grã-Bretanha, os contribuintes financiaram Khuram Butt, que chefiou o ataque contra a London Bridge e o Borough Market, nos quais oito pessoas foram assassinadas e outras 48 ficaram feridas.
Salman Abedi, homem-bomba de Manchester, usava o crédito educativo financiado pelos contribuintes e benefícios para financiar o atentado terrorista. Abedi recebeu pelo menos US$7.000 da Companhia de Crédito Educativo, financiada pelos contribuintes, depois de começar um curso de administração de empresas na Universidade de Salford em outubro de 2015. Segundo consta, ele recebeu mais £7.000 no ano letivo de 2016, embora ele já tivesse abandonado o curso naquela época. Acredita-se que Abedi tenha recebido auxílio moradia e uma espécie de subsídio salarial no valor de £250 por semana.
David Videcette, ex-detetive da polícia metropolitana que trabalhou na investigação dos atentados de 7 de julho em Londres, se pronunciou da seguinte maneira sobre o sistema de crédito educativo:
"é uma maneira fácil de um terrorista proceder e financiar suas atividades às custas do contribuinte. Basta ingressar em uma universidade e pronto! Muitas vezes eles nem têm a intenção de frequentar as aulas."O professor Anthony Glees, diretor do Centro de Estudos de Segurança e Inteligência da Universidade de Buckingham, ressaltou: "o sistema britânico disponibiliza facilmente fundos aos estudantes jihadistas sem nenhuma checagem. Faz-se necessário um inquérito em relação a isso".
Enquanto isso, Shahan Choudhury, um jihadista de 30 anos de idade, de origem bengalesa, que se radicalizou em uma prisão britânica, usava dinheiro de assistência social para pagar a viagem de toda a família, incluindo três crianças pequenas, para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A família desapareceu da noite para o dia, deixando todas os seus pertences no apartamento situado na região leste de Londres, de acordo a proprietária do imóvel.
Em 2015, veio à tona que três irmãs de Bradford que viajaram para a Síria ainda reivindicavam benefícios. Khadija de 30 anos, Zohra de 33 e Sugra Dawood de 34, que viajaram para a Síria juntamente com os nove filhos, usaram o dinheiro do programa de renda mínima e o programa de auxílio ao menor para financiar a viagem.
Mais recentemente, um pedido baseado na Lei de Liberdade de Informação revelou que Anjem Choudary, islamista que cumpre pena de cinco anos e meio por pedir apoio ao Estado Islâmico, recebeu mais de US$180.000 de assistência jurídica, dinheiro do contribuinte, pela tentativa fracassada de evitar a prisão. A cifra irá aumentar à medida que seus advogados continuarem a apresentar pedidos de indenização. A reivindicação desse pai de cinco filhos chega a US$640.000 em benefícios, aos quais ele se referiu como "subsídio de investigador da Jihad".
Choudary acredita que os muçulmanos têm direito a proventos de assistência social porque eles são uma espécie de jizya, uma taxa imposta aos não muçulmanos como lembrete de que eles são, eternamente, inferiores e subservientes aos muçulmanos.
Anjem
Choudary, islamista britânico que está cumprindo pena de prisão por
pedir apoio ao Estado Islâmico, acredita que os muçulmanos têm direito a
proventos de assistência social porque eles são uma espécie de jizya,
uma taxa imposta aos não muçulmanos como lembrete de que eles são,
eternamente, inferiores e subservientes aos muçulmanos. Ele recebeu
cerca de US$640.000 em benefícios, aos quais ele se referiu como
"subsídio de investigador da Jihad". (Foto Oli Scarff/Getty Images)
|
Para acessar mais exemplos de abuso em cima da assistência social por jihadistas na Grã-Bretanha clique aqui.
Na Dinamarca o Serviço de Segurança e Inteligência (PET) denunciou também que jihadistas estavam doentes demais para trabalhar, mas suficientemente saudáveis para lutar ao lado do Estado Islâmico, estavam recebendo benefícios do estado dinamarquês de aposentadoria antecipada, invalidez e doença.
Anteriormente, um documento emitido pelo Ministério do Trabalho revelou que mais de 30 jihadistas dinamarqueses continuaram recebendo proventos de assistência social, totalizando 672.000 coroas dinamarquesas (US$92.000), mesmo depois de terem se juntado ao Estado islâmico na Síria.
O Ministro do Trabalho Troels Lund Poulsen ressaltou:
"é totalmente inaceitável e uma vergonha. Isso tem que ser estancado. Se você viaja para a Síria para participar da jihad, para se tornar um combatente do ISIS, então obviamente, você não deveria ter nenhum direito de receber benefícios do governo dinamarquês".Na França, o governo fez um corte nos benefícios do sistema de bem-estar social de cerca de 300 pessoas identificadas como jihadistas. A França é o maior exportador de combatentes estrangeiros para o Iraque e a Síria, com mais de 900 jihadistas estando no exterior.
Na Alemanha Anis Amri, tunisiano de 23 anos de idade que realizou o atentado que deixou mortos e feridos na feira natalina em Berlim, usava múltiplas identidades para receber ilegalmente proventos de assistência social. As autoridades alemãs, ao que tudo indica, sabiam da fraude, mas nada fizeram.
Enquanto isso, um jihadista residente em Wolfsburg que levou a sua esposa e dois filhos pequenos para a Síria continuou recebendo proventos de assistência social da Alemanha no montante de dezenas de milhares de euros durante um ano, depois de ter deixado o país. Autoridades locais salientaram que as leis de privacidade alemãs tornaram impraticável saber que a família tinha deixado o país.
No cômputo geral, foi constatado que mais de 20% dos jihadistas alemães, que estão combatendo na Síria e no Iraque, recebem benefícios do sistema de bem-estar social do Estado, os jihadistas também são elegíveis a receberem benefícios, de novo, após retornarem à Alemanha. O Ministro do Interior bávaro Joachim Herrmann salientou:
"Isso jamais poderia ter acontecido. O dinheiro dos contribuintes alemães nunca deveria financiar direta ou indiretamente o terrorismo islamista. Os benefícios desses terroristas parasitas devem ser eliminados imediatamente. Não trabalhar e disseminar o terror às custas do Estado alemão não é somente extremamente perigoso, também é a pior provocação e infâmia".Na Holanda, o governo estancou proventos de assistência social de dezenas de jihadistas, depois que um combatente holandês chamado Khalid Abdurahman apareceu em um vídeo no YouTube com cinco cabeças decapitadas. Vindo do Iraque, Abdurahman vivia na Holanda às custas de proventos de assistência social por mais de uma década antes de engrossar as fileiras do Estado islâmico na Síria. Os serviços sociais holandeses atestaram que ele era incapaz de exercer qualquer atividade profissional e os contribuintes pagaram a medicação para tratá-lo de claustrofobia e esquizofrenia.
A lei para rescindir os proventos de assistência social aos jihadistas não se estendem ao crédito educativo: o vice-primeiro ministro Lodewijk Asscher realçou que a rescisão seria contraproducente, porque tornaria mais complicada a reintegração dos jihadistas que voltassem ao país.
Na Espanha Saib Lachhab, jihadista marroquino de 41 anos, residente na cidade basca de Vitoria, acumulou US$11.000 em proventos de assistência social para financiar um plano para se juntar ao Estado islâmico na Síria. A cada mês ele recebia US$750 do governo central além de US$300 do governo basco. Ele também recebia US$1.075 por mês a título de seguro desemprego.
Samir Mahdjoub, jihadista argelino de 44 anos de idade residente na cidade basca de Bilbao, recebia mensalmente US$780 a título de assistência social e US$300 em auxílio moradia. Redouan Bensbih, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de Barakaldo, recebia proventos de assistência social de US$1.000 por mês, mesmo depois de ter sido morto em um campo de batalha na Síria. A polícia acabou prendendo cinco muçulmanos no país basco que interceptavam os pagamentos e os transferiam para o Marrocos. As autoridades bascas disseram que os pagamentos eram realizados porque elas não foram notificadas de sua morte.
Ahmed Bourguerba, jihadista argelino de 31 anos residente em Bilbao, recebia US$750 por mês em proventos de assistência social e US$300 em auxílio moradia até ele ser encarcerado por atos de terrorismo. Mehdi Kacem, jihadista marroquino de 26 anos residente na cidade basca de San Sebastian, recebia US$950 por mês em proventos de assistência social até ser preso por pertencer ao Estado islâmico.
Antes disso, um casal paquistanês residente em Vitoria foi acusado de falsificar documentos de identidade para obter proventos de assistência social fraudulentamente para dez indivíduos fantasmas. A polícia disse que o casal fraudou o governo basco em mais de US$475.000 por um período de três anos.
Na Suécia, um relatório divulgado pela National Defense University constatou que 300 cidadãos suecos recebiam proventos de assistência social mesmo depois de terem deixado o país para engrossarem as fileiras do Estado islâmico na Síria e no Iraque. Na maioria dos casos, os jihadistas usavam amigos e familiares para administrar a papelada com o objetivo de criar a ilusão de que eles ainda se encontravam na Suécia.
O muçulmano convertido Michael Skråmo, por exemplo, recebia mais de 50.000 coroas suecas (US$5.000) em proventos de assistência social depois de ter se mudado para a Síria com a esposa e quatro filhos. Foi somente um ano depois de Skråmo ter deixado Gotenburgo que seus benefícios foram cortados.
Magnus Ranstorp, um dos autores do relatório, disse que os pagamentos expuseram a ineficiência dos mecanismos de controle da Suécia:
"Durante um bom tempo Michael Skråmo foi um dos simpatizantes do Estado Islâmico mais conhecido. A polícia deve, de alguma forma, soar o alarme e informar todas as autoridades quando alguém vai para aquela região".Enquanto isso, a agência estatal de emprego, Arbetsförmedlingen, cancelou um projeto piloto destinado a ajudar imigrantes a encontrarem emprego depois que veio à tona que funcionários muçulmanos da agência estavam recrutando jihadistas suecos. Os agentes do Estado islâmico, segundo consta, subornavam - e, em alguns casos, ameaçavam - funcionários da agência para que recrutassem combatentes da Suécia.
Autoridades municipais em Lund continuam determinadas: elas lançaram um projeto piloto destinado a fornecer aos jihadistas suecos que estão retornando da Síria: moradia, emprego, educação e ajuda financeira - tudo graças aos contribuintes suecos.
Soeren Kern é membro sênior do Instituto Gatestone sediado em Nova Iorque.
Original em inglês: Europe: Jihadists Exploit Welfare Benefits
Tradução: Joseph Skilnik
Caso Santander: opiniões, direito, Antonio Obá e a resposta de Felipe Diehl
Olavo de Carvalho - MSM
O caminho normal da formação de opiniões passa por três fases: partimos de um SÍNTESE CONFUSA de várias impressões, em seguida procedemos à sua ANÁLISE e por fim chegamos a uma SÍNTESE DISTINTA.
Esse trajeto, no Brasil, tornou-se proibitivo. Incapaz de análise, cada um se apega à sua síntese confusa inicial e a defende com unhas e dentes, batendo no peito com o orgulho sublime de ser um paladino da verdade e da justiça.
Isso acontece EM TODO E QUALQUER DEBATE PÚBLICO DE QUALQUER ASSUNTO QUE SEJA.
Tudo palhaçada, teatro, pose e, no fim das contas, loucura.
O caso Santander não poderia ser exceção.
A eventual IMORALIDADE de uma obra artística ou literária pode ser absorvida e transcendida pela sua forma estética, porque a finalidade dela está na forma e não no mero assunto representado. Por isso é que uma mesma obra pode ser interpretada segundo valores morais, políticos e religiosos opostos entre si, sem que seja possível alegá-la, conclusivamente, em favor de uns ou dos outros. Por isso há um Dostoiévski marxista e um Dostoiévski reacionário, o mesmo acontecendo com Balzac. Por isso há um Baudelaire cristão e um Baudelaire anticristão, e haverá sempre.
Também por essa razão é que qualquer obra de real valor estético tem o direito de ficar imune ao julgamento da censura de diversões públicas.
Totalmente diferente é o caso de uma obra que infrinja, não os meros códigos morais majoritários (ou a censura de diversões públicas, o que dá na mesma), mas a LEI PENAL VIGENTE. Nesse caso a qualidade artística não exime o artista de culpabilidade, mas, ao contrário, a agrava. É o que acontece com o ultraje a culto (art. 208 do C.P.). Se o próprio conteúdo da obra constitui um vilipêndio a objeto de culto em vez de simplesmente representar esse vilipêndio, absorvendo-o e neutralizando-o na forma estética, a qualidade artística dessa obra já não constitui a sua FINALIDADE, mas apenas o INSTRUMENTO usado para a prática do crime, instrumento que configura e prova o intuito deliberado e doloso com que o artista a produziu. Tanto mais deliberado e doloso quanto mais aprimorada a forma artística.
Tanto os críticos quanto os defensores da exposição do Santander se mostraram incapazes de fazer essa distinção, os primeiros oferecendo aos segundos o subterfúgio capcioso de alegar-se vítimas de “censura”, os segundos aproveitando-se gostosamente desse subterfúgio.
*
O que DEFINE o caráter estético de uma obra é justamente a impossibilidade prática de julgá-la conclusivamente por um critério fora do estético, toda tentativa nesse sentido resultando em conclusões mutuamente contraditórias.
No caso das obras do Antonio Obá, no entanto, não existe a menor possibilidade lógica de interpretá-las num sentido pró-cristão, como se pode fazer, por exemplo, com os poemas de Baudelaire, cujo satanismo jamais se saberá se é literal ou irônico, ou com os livros de Henry Miller, que são imorais sob certo aspecto e altamente moralizantes por outro.
Os quadros do referido pintor não desfrutam dessa ambiguidade característica da obra estética: são decididamente e conclusivamente anticristãos. O ultraje a culto, quando neles se manifesta, não é simplesmente o seu assunto, mas a sua finalidade.
*
Nesse sentido, o Obá é um pintor, mas não um artista. Ele é um propagandista de idéias, que usa a habilidade artística como mero instrumento.
*
Até as peças de Bertolt Brecht, que na intenção eram pura propaganda comunista, podem ser apreciadas fora e contra essa finalidade, o que prova que, boas ou más, são obras de arte. Mas tire o anticristianismo dos quadros do Obá. e eles ficarão totalmente esvaziados de sentido.
A finalidade dos quadros desse pintor é ofender o mais artisticamente possível a sensibilidade cristã. Nada mais.
*
Se o intuito de estimular a pedofilia é difícil de provar, de vez que a mera representação pictórica não configura tomada de posição em favor do objeto representado, o crime de ultraje a culto é um dado objetivo, inegável e mais que demonstrado no caso do Santander, e é também uma constante nas obras do Antonio Obá. Se o ultraje é “artístico” ou não, é uma questão que pode ser debatida, inconclusivamente, até o fim dos tempos. Esse debate faria sentido no caso de um ato de censura, nas não na qualificação puramente penal do episódio. A exposição do Santander não está sendo enquadrada em nenhum Código de Censura de Diversões Públicas, e sim no Código Penal Brasileiro. O Art. 208 do Código Penal não admite nenhuma ressalva artística e não tem NADA a ver com considerações estéticas. Se o próprio Michelangelo Buonarotti saísse do túmulo e pintasse um quadro de hóstias com a inscrição “cu”, ele talvez não merecesse ter a sua obra censurada, mas sem a menor sombra de dúvida estaria enquadrado no Art. 208. Mesmo porque o quadro não seria a mera representação de um ultraje, e sim o próprio ultraje em ação, exatamente como no caso presente: O artista, nesse episódio, não pintou alguém escrevendo palavrões nas hóstias, mas ele mesmo tomou a iniciativa de escrevê-los. Ele não está “representando” um crime, mas cometendo-o. Isso é tão óbvio e patente que qualquer tentativa de desconversa só pode ser canalhice ou estupidez.
*
No caso do Santander, não são só os defensores da exposição que confundem, como verdadeiros retardados mentais, censura de diversões públicas com enquadramento penal. Os próprios líderes do movimento CONTRA a exposição já entraram em cena confundindo essas duas coisas, dando margem, portanto, a que os santanderistas devotos posassem de vítimas de censura.
O Roberto Campos dizia que a burrice, no Brasil, tinha um passado glorioso e um futuro promissor. O FUTURO JÁ CHEGOU.
*
O Felipe Diehl confirma honestamente o que eu disse a seu respeito. Parabéns pela sua franqueza, Felipe.
NOTA DE ESCLARECIMENTO Nunca declarei, seja para a Época, seja para qualquer outro veículo de imprensa, ser aluno do Prof. Olavo de Carvalho. Não declarei, primeiro porque seria mentira (nunca me inscrevi no COF), segundo porque sei o meu lugar e teria vergonha de me equiparar com isso a amigos que são infinitamente mais inteligentes, capazes e dedicados do que eu. No mundo olavético, sou um admirador genérico do professor como outros tantos milhares que se limitaram a ler o Mínimo e compartilham seus posts. Sei o meu humilde lugar.
De fato, afirmar que eu seja “devotado ao ideário” (seja lá o que isso signifique) do Olavo de Carvalho não é a única imprecisão da matéria da Época. Ela também atribui a mim uma camiseta que jamais usei e reproduz a mentira mil vezes repetida da esquerda de que o Rafinha BK teria agredido a Dep. Juliana Brizola (só se tiver sido com perigosas perguntas), entre outras coisas.
Peço perdão ao Prof. Olavo se, ainda que involuntariamente, fui motivo de constrangimento para ele. Tudo o que faço de bom ou de ruim, de útil ou contraproducente, faço exclusivamente em nome deste grosseirão de Uruguaiana aqui.
Olavo de Carvalho - MSM
O caminho normal da formação de opiniões passa por três fases: partimos de um SÍNTESE CONFUSA de várias impressões, em seguida procedemos à sua ANÁLISE e por fim chegamos a uma SÍNTESE DISTINTA.
Esse trajeto, no Brasil, tornou-se proibitivo. Incapaz de análise, cada um se apega à sua síntese confusa inicial e a defende com unhas e dentes, batendo no peito com o orgulho sublime de ser um paladino da verdade e da justiça.
Isso acontece EM TODO E QUALQUER DEBATE PÚBLICO DE QUALQUER ASSUNTO QUE SEJA.
Tudo palhaçada, teatro, pose e, no fim das contas, loucura.
O caso Santander não poderia ser exceção.
A eventual IMORALIDADE de uma obra artística ou literária pode ser absorvida e transcendida pela sua forma estética, porque a finalidade dela está na forma e não no mero assunto representado. Por isso é que uma mesma obra pode ser interpretada segundo valores morais, políticos e religiosos opostos entre si, sem que seja possível alegá-la, conclusivamente, em favor de uns ou dos outros. Por isso há um Dostoiévski marxista e um Dostoiévski reacionário, o mesmo acontecendo com Balzac. Por isso há um Baudelaire cristão e um Baudelaire anticristão, e haverá sempre.
Também por essa razão é que qualquer obra de real valor estético tem o direito de ficar imune ao julgamento da censura de diversões públicas.
Totalmente diferente é o caso de uma obra que infrinja, não os meros códigos morais majoritários (ou a censura de diversões públicas, o que dá na mesma), mas a LEI PENAL VIGENTE. Nesse caso a qualidade artística não exime o artista de culpabilidade, mas, ao contrário, a agrava. É o que acontece com o ultraje a culto (art. 208 do C.P.). Se o próprio conteúdo da obra constitui um vilipêndio a objeto de culto em vez de simplesmente representar esse vilipêndio, absorvendo-o e neutralizando-o na forma estética, a qualidade artística dessa obra já não constitui a sua FINALIDADE, mas apenas o INSTRUMENTO usado para a prática do crime, instrumento que configura e prova o intuito deliberado e doloso com que o artista a produziu. Tanto mais deliberado e doloso quanto mais aprimorada a forma artística.
Tanto os críticos quanto os defensores da exposição do Santander se mostraram incapazes de fazer essa distinção, os primeiros oferecendo aos segundos o subterfúgio capcioso de alegar-se vítimas de “censura”, os segundos aproveitando-se gostosamente desse subterfúgio.
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O que DEFINE o caráter estético de uma obra é justamente a impossibilidade prática de julgá-la conclusivamente por um critério fora do estético, toda tentativa nesse sentido resultando em conclusões mutuamente contraditórias.
No caso das obras do Antonio Obá, no entanto, não existe a menor possibilidade lógica de interpretá-las num sentido pró-cristão, como se pode fazer, por exemplo, com os poemas de Baudelaire, cujo satanismo jamais se saberá se é literal ou irônico, ou com os livros de Henry Miller, que são imorais sob certo aspecto e altamente moralizantes por outro.
Os quadros do referido pintor não desfrutam dessa ambiguidade característica da obra estética: são decididamente e conclusivamente anticristãos. O ultraje a culto, quando neles se manifesta, não é simplesmente o seu assunto, mas a sua finalidade.
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Nesse sentido, o Obá é um pintor, mas não um artista. Ele é um propagandista de idéias, que usa a habilidade artística como mero instrumento.
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Até as peças de Bertolt Brecht, que na intenção eram pura propaganda comunista, podem ser apreciadas fora e contra essa finalidade, o que prova que, boas ou más, são obras de arte. Mas tire o anticristianismo dos quadros do Obá. e eles ficarão totalmente esvaziados de sentido.
A finalidade dos quadros desse pintor é ofender o mais artisticamente possível a sensibilidade cristã. Nada mais.
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Se o intuito de estimular a pedofilia é difícil de provar, de vez que a mera representação pictórica não configura tomada de posição em favor do objeto representado, o crime de ultraje a culto é um dado objetivo, inegável e mais que demonstrado no caso do Santander, e é também uma constante nas obras do Antonio Obá. Se o ultraje é “artístico” ou não, é uma questão que pode ser debatida, inconclusivamente, até o fim dos tempos. Esse debate faria sentido no caso de um ato de censura, nas não na qualificação puramente penal do episódio. A exposição do Santander não está sendo enquadrada em nenhum Código de Censura de Diversões Públicas, e sim no Código Penal Brasileiro. O Art. 208 do Código Penal não admite nenhuma ressalva artística e não tem NADA a ver com considerações estéticas. Se o próprio Michelangelo Buonarotti saísse do túmulo e pintasse um quadro de hóstias com a inscrição “cu”, ele talvez não merecesse ter a sua obra censurada, mas sem a menor sombra de dúvida estaria enquadrado no Art. 208. Mesmo porque o quadro não seria a mera representação de um ultraje, e sim o próprio ultraje em ação, exatamente como no caso presente: O artista, nesse episódio, não pintou alguém escrevendo palavrões nas hóstias, mas ele mesmo tomou a iniciativa de escrevê-los. Ele não está “representando” um crime, mas cometendo-o. Isso é tão óbvio e patente que qualquer tentativa de desconversa só pode ser canalhice ou estupidez.
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No caso do Santander, não são só os defensores da exposição que confundem, como verdadeiros retardados mentais, censura de diversões públicas com enquadramento penal. Os próprios líderes do movimento CONTRA a exposição já entraram em cena confundindo essas duas coisas, dando margem, portanto, a que os santanderistas devotos posassem de vítimas de censura.
O Roberto Campos dizia que a burrice, no Brasil, tinha um passado glorioso e um futuro promissor. O FUTURO JÁ CHEGOU.
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O Felipe Diehl confirma honestamente o que eu disse a seu respeito. Parabéns pela sua franqueza, Felipe.
NOTA DE ESCLARECIMENTO Nunca declarei, seja para a Época, seja para qualquer outro veículo de imprensa, ser aluno do Prof. Olavo de Carvalho. Não declarei, primeiro porque seria mentira (nunca me inscrevi no COF), segundo porque sei o meu lugar e teria vergonha de me equiparar com isso a amigos que são infinitamente mais inteligentes, capazes e dedicados do que eu. No mundo olavético, sou um admirador genérico do professor como outros tantos milhares que se limitaram a ler o Mínimo e compartilham seus posts. Sei o meu humilde lugar.
De fato, afirmar que eu seja “devotado ao ideário” (seja lá o que isso signifique) do Olavo de Carvalho não é a única imprecisão da matéria da Época. Ela também atribui a mim uma camiseta que jamais usei e reproduz a mentira mil vezes repetida da esquerda de que o Rafinha BK teria agredido a Dep. Juliana Brizola (só se tiver sido com perigosas perguntas), entre outras coisas.
Peço perdão ao Prof. Olavo se, ainda que involuntariamente, fui motivo de constrangimento para ele. Tudo o que faço de bom ou de ruim, de útil ou contraproducente, faço exclusivamente em nome deste grosseirão de Uruguaiana aqui.
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