O massivo boicote que o banco Santander sofreu de seus clientes, revoltados com a infeliz exposição de “arte” que explora a pedofilia e a zoofilia e ainda faz chacota com símbolos cristãos, vem a comprovar a viabilidade de uma das principais ideias libertárias: o recurso do boicote.
Não precisamos de um calhamaço de leis regulando cada milímetro de nossas vidas, tampouco leis que regulem o que pode ou não ser feito pelas empresas e pelos agentes culturais. As pessoas, personificando a “ordem espontânea” já descrita por Hayek, conseguem de forma muito mais eficiente e legítima impedir que certas coisas prosperarem na sociedade. Os sentimentos de pessoas comuns, unidos voluntariamente, podem derrubar todos os males da sociedade sem que haja a coerção estatal. Boicotamos pessoas desagradáveis desde que nascemos. Fazemos isso todos os dias no Facebook. Boicotamos empresas e produtos que não nos atendem bem. Podemos boicotar empresas que maltratam animais ou promovem a homofobia, o nazismo, o comunismo e o racismo.
O apartheid foi derrubado nos Estados Unidos a partir do boicote dos negros à empresas de ônibus. Portanto, cabe as pessoas individualmente ou associadas voluntariamente, se livrar da coerção estatal e tomar para si a ação contra tudo o que julga agressivo.
Confiar ao Estado a missão de nos livrar de agressões gera apenas um resultado: Concentração de poder nesse mesmo Estado, que invariavelmente se volta contra o indivíduo.
Quer um mundo melhor? Então lute em duas frentes: uma contra o Estado, noutra contra pessoas, empresas e movimentos que te ameaçam ou te agridam de alguma forma.
Quanto ao tema e a abordagem da exposição e a respectiva reação das pessoas, nos basta fazer um simples exercício de imaginação:
O que aconteceria se um artista realizasse uma exposição tendo como tema a relação dos muçulmanos com as mulheres e com os gays?
Para mostrar o machismo predominante na cultura deles, haveria pinturas de homens arrastando suas mulheres acorrentadas nas ruas.
Para mostrar o casamento de homens velhos com crianças meninas, haveria desenhos de felizes maridos de mãos dadas com meninas ensanguentadas entre as pernas.
Para retratar a poligamia, haveria uma instalação na qual um homem exibe duas coleções, uma de vacas e outra de mulheres.
Para mostrar a forma como os muçulmanos enxergam o adultério, seria exibida no centro do salão da galeria uma montanha de pedras manchadas com tinta vermelha, representando as mulheres que são apedrejadas por serem suspeitas de terem se envolvido com outros homens.
Para retratar a forma como os muçulmanos tratam os gays, seriam exibidos vídeos de cenas de espancamento e de outras atrocidades que os mais radicais promovem naquelas terras, sob o consentimento dos governos e de líderes religiosos.
Com certeza, a pequena comunidade muçulmana no Brasil e toda a esquerda brasileira iria se levantar contra essa exposição, acusando-a de incitar o ódio sectário. Com mais certeza ainda, afirmo que a exposição seria cancelada por alguma ordem judicial. Ou seja: a esquerda exige a liberdade de ofender os outros e não admite ser ofendida por eles.
Não há semana em que algum grupo de esquerda não se revolte contra alguma campanha publicitária, ou programa de TV, ou qualquer manifestação não-alinhada ao que defendem. Porém, agora estão reclamando dos que criticam a exposição que estereotipa grosseiramente a religião da grande maioria da população brasileira.
Qual é o nome disso?
O que fica claro, mais uma vez, é a mentalidade totalitária da esquerda, a convicção de que as pessoas não-alinhadas não têm o direito de se ofenderem, não têm o direito de reclamarem, não têm o direito de boicotarem nada que lhes desagrade.
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