Maia é aconselhado a frear defesa da pauta econômica até desfecho de nova denúncia
À espreita O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), foi aconselhado a diminuir a intensidade do apoio à agenda
econômica e à pauta reformista do governo, ao menos enquanto o fantasma
da nova denúncia pairar sobre a cabeça de Michel Temer. Para aliados,
neste momento, o figurino de defensor de propostas liberais deve sair de
cena para dar lugar ao de um personagem isento. Principal beneficiário
de eventual queda do peemedebista, Maia avisou que ficará “mais quieto
do que nunca”.
Sinal amarelo Aliados de Michel Temer identificam no
assédio a Antonio Imbassahy uma tentativa de reacender a polêmica sobre
a saída do PSDB do governo. Na cúpula do PMDB, a ordem é minar o fogo
amigo. Nova crise no ninho tucano, explicam, fragilizaria o Planalto.
Ver para crer Na primeira denúncia, 21 deputados
tucanos votaram pelo afastamento de Temer e 22 apoiaram o presidente. A
ala pró-governo diz que, hoje, ao menos 25 parlamentares estariam com o
peemedebista.
Olhos no futuro O PMDB colocou na conta do
governador Geraldo Alckmin o fato de a bancada do PSDB de São Paulo ter
votado praticamente inteira contra o governo. Recentemente, o tucano
negou ter sido o responsável pelo resultado.
Não é comigo Alckmin disse que, com a sigla
dividida, aconselhou o líder, que é paulista, a liberar a bancada para
votar como julgasse melhor. Tenta diminuir a antipatia do PMDB às suas
pretensões presidenciais para 2018.
Ah, vá! O governador reforçou que, se tivesse
endossado a ofensiva da ala anti-Temer — que se mostrou menos numerosa
–, transmitiria o sinal de que não consegue liderar os deputados.
Coisa nossa O PMDB está tão certo de que o
presidente Michel Temer não será afastado que fez dele um dos principais
homenageados de seu congresso nacional, dia 4 de outubro.
Coisa nossa 2 No ato, a história da sigla será
apresentada em fases. Ulysses Guimarães será o ícone da resistência
democrática, José Sarney aparecerá como o agente que consolidou a
democracia e Temer como o que liderou a reconstrução do país pós-Dilma.
Sem pirotecnia Pessoas próximas à nova
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, dizem que, em seu discurso
de posse, nesta segunda (18), ela criticará vazamentos e ressaltará os
danos de condenações midiáticas. Também defenderá o respeito ao devido
processo legal e levantará a bandeira da harmonia entre os Poderes.
Em revista A colegas do Judiciário, Dodge explicou
que a decisão de criar uma estrutura para revisar delações não tem
conexão com caça às bruxas. Ela quer encontrar lacunas para novas
investigações. Disse ter medo que, só com os relatos, as acusações não
parem de pé.
Não mete a colher Relator da CPI da JBS, o deputado
Carlos Marun (PMDB-MS) avisou aos colegas de comissão que não concorda
com a convocação da jornalista Ticiana Villas Boas, mulher de Joesley,
para falar ao colegiado.
Honrar os votos De maneira discreta, Ticiana visitou o marido na Superintendência da PF na última terça (12).
Fio da meada A expectativa no Judiciário é de que o
debate em torno da validade das provas do acordo de colaboração premiada
da J&F no STF reacenda na corte a discussão sobre o alcance da
revisão das delações.
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