Israel espera retorno de turistas depois da guerra
Matthew Kalman - NYT
Said Khatib/AFP

Conflito na Faixa de Gaza fez o número de turistas diminuir em Israel

Este ano deveria ser um ano recorde para o turismo israelense. Em 2013, Israel atraiu 3,6 milhões de visitantes estrangeiros. Números de janeiro a junho mostraram um aumento de 15%. Mas em julho a guerra começou, e o número de visitantes afundou. Em julho e agosto, o número de turistas caiu para 400 mil, em comparação a 578 mil no mesmo período do ano passado, uma queda de 31%. Entre os turistas de cruzeiros, 90% cancelaram.

A Associação de Hotéis de Israel disse que as taxas de ocupação, normalmente de 80% em julho, caíram para menos de 40%. Hotéis de luxo ofereceram descontos consideráveis. O novo Ritz-Carlton em Herzliya cortou sua diária de US$ 575 para US$ 400. Em Jerusalém, o novo Waldorf-Astoria do Hilton ofereceu um desconto online de 10% e um desconto de 20% para as reservas por telefone.
O turismo contribui diretamente com 2% do PIB de Israel e com mais 5% indiretamente - um total de cerca de US$ 11,6 bilhões em 2013 - e é a segunda maior fonte de moeda estrangeira do país. O Ministério do Turismo estima as perdas do setor com a guerra em cerca de US$ 597 milhões. O governo ainda precisa aprovar um fundo de compensação para dar assistência ao setor do turismo que perdeu rendimentos por causa da guerra.
Os ministros do governo estão mais otimistas do que os executivos do setor. O ministro do turismo, Uzi Landau, disse que uma campanha do governo para aumentar o turismo interno compensou pelas cancelamentos dos estrangeiros.
"Nesta última semana, foi impossível encontrar lugar em hotéis em todo o país", disse Landau. "Estamos concentrando nossos esforços nos países maiores para que possamos manter aqueles que já fizeram reservas. Queremos dar um novo impulso e colocar todo o setor de turismo de Israel de volta nos trilhos em poucos meses."
O ministro das finanças de Israel, Yair Lapid, disse que faria uma avaliação final dos danos econômicos causados pela guerra em outubro, depois dos feriados judaicos de outubro. "É preciso lembrar que em Israel a alta temporada do turismo acontece em outubro e maio, não em julho-agosto, então ainda temos esperança de uma rápida retomada no turismo", disse Lapid. "Mas não vamos ficar sentados esperando por isso. Vamos ser pró-ativos na ajuda ao turismo israelense. Precisamos de algumas semanas e então seremos capazes de entender melhor o impacto e a rapidez da retomada."
Outros setores também sofreram. Partidas internacionais de futebol e tênis foram canceladas. O setor da música foi bombardeado pelos cancelamentos de shows de Neil Young, America, CeeLo Green, Lana Del Rey, Megadteh e Backstreet Boys.
Karen Tsafrir, cuja empresa Live Production planeja eventos e festas empresariais, disse que o movimento do ano que vem já está sofrendo. O primeiro cancelamento foi de um casal cujo bar mitzvah do filho seria em agosto de 2015. Eles disseram que não suportariam a ideia de um ano cheio de preocupações sobre o que aconteceria se as coisas continuassem assim", disse ela. "Eles têm amigos e familiares que deveriam vir neste verão e que cancelaram suas férias, perdendo dinheiro com voos e hotéis. Eles não suportariam fazer sua família passar por isso."