O Natal do Sakamoto e o nosso – a diferença entre nós e eles
Na grande família de um formador de opinião esquerdista há parentes
de todas as classes sociais e ramos de atividade. Neste Natal, uma tia
do palpiteiro chegou desanimada. Afirmou desairosa:
— Trabalho 11 horas por dia, fora o que faço em casa pelos filhos,
estudei muito para não ser uma faxineira como minha mãe, pago impostos
cada vez mais altos quanto mais eu vendo com minha empresa e todo o
esforço do meu trabalho de meses, feito para dar um futuro para os meus
filhos melhor do que o meu passado, vai pro lixo: nesse ano, por 3 vezes
fui assaltada à mão armada por arruaceiros que me levaram meses de
trabalho, apenas porque tomaram à força o meu trabalho. Por isso sou
desiludida quanto ao governo e gostaria de penas mais duras para
diminuir a criminalidade e deixar os trabalhadores em segurança.
Nosso herói das opiniões prontas da internet ouviu tal relato com
sentimento de “terror e pânico”, como se fossem coisas muito distintas.
Ficou indignado e até “bege” ao perceber como sua tia, que nasceu pobre,
pegava ônibus para a periferia quase meia noite, esforçada e estudiosa,
mesmo com mil adversidades todo dia em sua vida, podia ter pensamentos
tão, tão… como dizer?, reacionários.
Seguiu-se um grande bate-boca, em que a tia ficava espantada em como
seu próprio sobrinho podia defender tanto as “razões sociais” de pessoas
que tomaram atalhos violentos na vida, enfiavam armas em sua cabeça,
lhe xingavam de nomes violentos diante de estranhos e dos filhos
pequenos, a amarravam, agrediam, ameaçavam matá-la… mas, de acordo com o
bem pago opinador de internet, era apenas uma consequência do “sistema
capitalista”, e o que a sua tia criou na verdade pertencia, por alguma
lógica, a eles.
A coisa se acalmou um pouco quando chegou uma prima sua de outro ramo
da família. Rica de berço, não pisa nas bocadas onde a outra tia morava
nem de helicóptero. Com pais burocratas, viagens internacionais no
currículo desde os 8 anos, faculdade de Artes paga (nunca trabalhou no
ramo), é feminista, tem um blog revoltado, é loira, magra, sexy, dirige
um Range Rover e luta pelas minorias:
— Viver em São Paulo está impossível, IM-POS-SÍ-VEL. Nesses dias fui
buscar meu baseadinho de boa atrás da faculdade, o povo da comunidade é
tudo de bom, não é igual esses reaças pensam não, o trafica é o mais
gente boa da comunidade e tem até um jipe igual o meu… mas vocês
acreditam que um pedreiro fedorento, quando saí do carro, me chamou de loira gostosa e olhou pra minha bunda?! É um ABSURDO esse machismo do patriarcado!!
Nosso blogueiro então se acalmou com uma indignação mais correta. Com
efeito, o patriarcado machista era terrível. Um absurdo uma familiar
sua, uma minoria, ter de sofrer tanta humilhação nas mãos de uma sociedade tão injusta, em que os opressores tratam as minorias com tanto preconceito, em que a desigualdade é capaz de matar tantas pessoas como sua prima por dia, sem que ninguém fale nada.
Essa situação é absurdamente ridícula. Mas não é tão ficcional quanto
parece: basta ver o que intelectuais de 140 caracteres como o blogueiro
do UOL Leonardo Sakamoto andam dizendo sobre o Natal. Não é um
epifenômeno acidental dentro de um espectro rigoroso do pensamento de
esquerda: é a sua quintessência, o verdadeiro núcleo do que é ser de
esquerda – todo o mais, todos os senões, os contrapesos, as tolerâncias e
concessões é que são contrárias à esquerda.
Simbologia falsa
Tal se dá porque a esquerda, mesmo tendo seu cerne em um livro de
economia (lido por todos, exceto por economistas), trabalha com o
imaginário coletivo: são de esquerda os críticos literários, os
ficcionistas, os psicólogos, analistas da linguagem e sociólogos que
trabalham com o próprio mecanismo com o qual interpretamos o mundo.
A direita (liberal ou conservadora) é técnica: domina a economia, o
Direito, as relações internacionais – todavia, sem conseguir comunicar o
que pensa, por que pensa, com quais objetivos e através de quais meios
pretende atingi-los, é vista até por apolíticos pelos signos de
interpretação da esquerda, que a ela atribui racismo, intolerância,
xenofobia, machismo, homofobia. Mesmo seus próprios defeitos, como
intolerância à diversidade e o uso do Estado para impedir a liberdade
das pessoas, ou defeitos de inimigos da direita, sobretudo o nazismo.
O próprio texto de Leonardo Sakamoto, relatando como seus leitores
sofreram momentos de “terror e pânico” no Natal em família, é construído
desta forma, para seus leitores, julgando estarem vencendo
preconceitos, criarem preconceitos sobre o que desconhecem.
São citadas frases informais e tipicamente exageradas da linguagem
oral e familiar, sem preocupação com qualquer rigor em uma festa
misturando álcool e política, o que até os antigos romanos sabiam ser
desastroso. E tome-se uma frase qualquer sobre um parente que “jogou o
carro contra ciclistas”, outra tia que disse que “mulher na política só
faz besteira”, um primo que “defendeu que pegasse todos os usuários de
drogas e passasse fogo”.
Não há um único comentário sobre uma experiência concreta dessas
pessoas cometendo injustiça alguma ou ferindo alguém, mas cita-se
frases desproporcionais em um ambiente familiar como se significassem
que todo o país virou o Partido Nazista.
Todavia, o problema da esquerda é exatamente o oposto: fala
maviosamente sobre “justiça social”, edulcora seus métodos para se
vender como “preocupada com os pobres”, canta com voz melíflua a
respeito de “direitos humanos”… mas, em toda história mundial, é a
campeã número 1 (contando até teocracias esquisitas e reinados bárbaros
da Antiguidade) de mortes, injustiça, escravização, censura e destruição
de direitos básicos do homem.
Nas ceias de Natal que geraram indignação entre os leitores
progressistas de Sakamoto, não há ninguém indignado porque um parente
foi assassinado num país com 56 mil homicídios em um ano. Não há um
único muxoxo contra sermos obrigados a gastar mais para financiar quem
ceifa nossas vidas e de nossos entes queridos pelo Estado do que para a
educação de crianças inocentes.
Pelo contrário: quem expressa tais sentimentos na mesa de Natal,
ainda que de forma desajeitada, é tratado como alguém capaz de provocar
“terror e pânico”. A única indignação permitida é contra assoviar para
uma mulher, não enfiar uma arma em sua cabeça e atirar. Ou ser contra o
Bolsa Família.
Decadialética
Este disparate permite ensejo para uma reflexão importante entre quem
pretende discutir política – e, nesta segunda década de século XXI, já
chega contaminado de trejeitos de linguagem e automatismos verbais
típicos, como feminismo, machismo, homofobia, sociedade conservadora
etc.
A esquerda, tão dominante em cursos de Humanas, parece sempre aos recém-chegados nas
discussões como a única força moral, a única preocupada com os pobres e
desamparados. A direita, contraditoriamente consubstanciada em uma
abstração – o “capitalismo”, tratando com essa palavra realidades tão
distintas quanto a Suíça e Cuiabá – só tem suas idéias transmitidas para
o povo através da clave de entendimento da esquerda, cujas palavras
engastadas já dirigem o pensamento de incautos: desigualdade,
exploração, patriarcado, homofobia etc.
O jovem esquerdista tem a impressão de que a esquerda é o reino da
racionalidade, da justiça e do correto, e a direita é apenas um poço
homogêneo de preconceitos, racismo e malvadez, que não é de esquerda
apenas porque não leu Foucault o suficiente.
A um só tempo, nada do que a direita pensa, de seus valores,
argumentos, objetivos e métodos – enfim, do que este tal de capitalismo é de fato
– nem sequer passa pela cabeça do diletante, que quanto mais ignora e
mais se distancia do conhecimento, mais jura que o entende à perfeição.
O maior filósofo brasileiro, Mário Ferreira dos Santos, completamente
ignorado pela esquerda, criou um método único na humanidade para
permitir que esta abstração teórica em que às vezes se fecha a
mentalidade possa voltar à experiência concreta e vice-versa. Chamou tal
método de decadialética, composto de dez modos de captar o objeto pela intelecção humana.
Um deles, o segundo, campo da atualidade e da virtualidade,
diz respeito ao que um ente é de fato em determinado momento, e ao que
ele pode (ou não) se tornar num momento seguinte. Ora, a liberdade e a
justiça podem se transformar em seus contrários, já um gato não pode se
tornar um “anti-gato”.
Aparentemente óbvia depois de exposta, tal assunção passa
completamente despercebida de todo o arcabouço teorético da esquerda,
que, perdida em pedantismo e abstrações como “igualdade”, e não em
verdadeiros sujeitos da História, fica toda atabalhoada ao lidar com a
realidade.
Exemplo óbvio: Sakamoto (e seus leitores) adoram defender direitos
humanos de bandidos, inclusive assassinos (a única “indignação” que
causou terror e pânico elencada por ele que envolvia morte falava de
pena de morte). É um teoria comum da esquerda, escondida em todos os
esquerdistas modernos debaixo de uma logorréia enorme de palavras
técnicas com aparência de profundidade. Todavia, por que alguém deveria
estar tão preocupado com o (muitas vezes suposto) preconceito das
pessoas, sendo que elas podem deixar de ser preconceituosas, mas não há
esquerdista que saiba transformar o cadáver de um ente querido em um
ente querido vivo?
A esquerda, dominante na Academia, na mídia, na política e no
imaginário coletivo, é sempre bastante teórica, com cacoetes de
linguagem (de “luta de classes” a “patriarcado”) que pegam na língua
comum.
Contudo, é exatamente o senso comum, livre de construções teóricas
que funcionam como um cabresto para se enxergar corretamente a
realidade, que deve ser resgatado. Um senso comum que, com décadas de
dominação teorética progressista, é hoje um senso incomum: a maior
parcela da população já foi contaminada.
Para evitar que livros de faculdade e pilhas de jornais formem
teorias como a que permite que alguém se indigne mais com uma cantada a
uma mulher do que com uma arma para sua cabeça que se deve resgatar uma
sabedoria mais profunda e mais incomum para nossa era de planificação e
mesmificação social.
Imaginário coletivo contaminado
Uma boa parte das pessoas já foi de esquerda um dia. Entretanto, após
anos de estudo – e descobrindo aquilo que os nem seus professores
aprenderam – acabam se tornando defensoras rigorosas do capitalismo e
dos ideais conservadores ou liberais. O contrário nunca acontece.
Uma dica de pensamento para os jovens que estão se debatendo na
internet e nem sempre conseguem entender o que se passa no mundo é
justamente esse: faça um atalho que funcione, e leia o que os velhos
leram para chegarem às melhores conclusões no fim da vida.
Ninguém nega as boas intenções da esquerda, o problema é o que tais
intenções acarretam quando materializadas. E não é porque a direita é
uma monstruosidade habitada apenas por Maluf, ditadores militares,
skinheads e fanáticos religiosos (quase que integralmente não são de
direita, diga-se) que se deve ouvi-la, e sim porque ela tem críticas ao show business dos famosíssimos intelectuais de esquerda que estes mesmos intelectuais nunca ouviram falar.
Ora, um dos problemas da esquerda é sua clave única de entendimento.
Com o tripé de injustiças da esquerda moderna sendo reduzido a machismo-racismo-homofobia
é fácil cair no algoritmo de siricutico que permite indignação perante
uma cantada e culpabilização coletiva da sociedade, no mesmo molde em
que forma uma eterna desculpabilização de autores de crimes violentos.
A esquerda, portanto, tem um arcabouço fraco para enxergar a realidade. Mesmo que tenha boas intenções ou uma congruência lógica posterior até funcional, seus conceitos iniciais são mentirosos.
A esquerda é a agremiação de teóricos mundiais do quilate de Rousseau
e Marx, de artistas regionais em eterna decadência como Chaplin e
Picasso, até jornalistas de segunda ordem como Edward Murrow e Al
Sharpton, além de suas grosseiras caricaturas brasileiras do escol de
Caio Prado Jr. e Marilena Chaui, Pablo Villaça e Oscar Niemeyer, Cynara
Menezes e, claro, Leonardo Sakamoto. Não são pessoas insanas que
teorizam diretamente: “Devemos proibir cantadas em mulheres, mas quem as
mata em assaltos deve ser solto, pois a culpa é apenas da sociedade”.
São pessoas que acabam propondo as duas coisas juntas, sem nunca
perceber seu absurdo, por pensarem sob estas claves fracas do
entendimento da realidade. Muitas vezes, são até boas em lógica e
comunicação, apesar disto.
Outro problema óbvio é o vício na igualdade. A própria idéia de falar tanto em desigualdade traz
em seu bojo o perigo: dá a impressão de que o capitalismo, e apenas
ele, causam uma “des”igualdade entre homens, que originalmente eram
iguais.
O grande pensador Erik von Kuehnelt-Leddihn, ao falar do “Culto da Mesmificação” (Cult of the Sameness) que é o Leitmotiv da esquerda, dá a seu livro o subtítulo de Procrustes at Large.
Procrustes era um ciclope que seqüestrava pessoas para remoldá-las
conforme uma prancha – esticando seus ossos caso ficassem menores,
cortando-as em pedaços quando fossem maiores.
Para realizar o intento em massa, at large, é preciso um
poder central capaz de obrigar toda a sociedade a se reformar em nome
dessa “igualdade”. Curiosamente, são as mesmas pessoas que também bradam
a favor da “diversidade”, sem perceber que ela sempre foi garantida, a não ser por elas próprias.
São um tipo de gente incapaz de conviver com pessoas de crenças,
opiniões, escolhas, trabalhos, responsabilidades, famílias, valores,
destinos e investimentos diversos dos seus – então, é preciso
“corrigi-las” à força, sem perceber que, em nome de corrigir uma suposta
“injustiça” na desigualdade, criam a maior injustiça do mundo,
espalhada igualitariamente a todos – o que, afinal, só aumenta a
injustiça.
Imaginação moral
Um último remédio que pode ser ministrado a quem ainda crê no
potencial libertador e reformador da esquerda ante a liberdade econômica
capitalista e os valores associados à direita, liberal ou conservadora,
é a imaginação moral.
É comum à esquerda buscar justiça apenas procurando encontrar um
“opressor” ou “explorador” – destarte, já recaindo em sua gaiola
conceitual que apenas enxerga problemas de variação salarial (julgando
que são “classes”, e que estas estão em “luta”), ou ainda um maniqueísmo
raso, em que supõe-se que exista uma verdadeira luta entre ricos e
pobres, homens e mulheres, hetero e homossexuais, brancos e negros.
Tal chave de entendimento está em quase todos os bordões da esquerda
mundial, mas não dá conta de absolutamente nada da realidade complexa –
se há um negro gay com uma arma apontada para um rico heterossexual,
quem é o opressor e o oprimido na situação? E com uma jovem loira e rica
com os peitos de fora contra a Igreja, diante de um pobre velhinho
religioso rezando em paz?
É com esse tipo de narrativa de heróis e bandidos facilmente
identificáveis que muitas pessoas inteligentíssimas ainda creem no
mistifório de “correção de injustiças pelo Estado e pela
conscientização” da esquerda. Tais narrativas são insuficientes para se
conhecer o mundo.
Muito melhor é o conceito de imaginação moral, tão bem trabalhado por
intelectuais como Lionel Trilling. Trata-se de notar em narrativas de
ficção como personagens são colocados em situação de dúvida e
ambiguidades, em que as contradições da vida concreta nem sempre tornam
claro o que é certo e o que errado, nos típicos paradoxos e
contingências da vida moral, não esquematizada em abstrações e clichês
facilmente repetíveis.
É a imaginação moral que gera os monumentos à humanidade que são os
monólogos internos e externos de Hamlet, é a imaginação moral que
permite uma vida de dúvida, arrependimentos e indecisões sobre as
consequências dos atos de Raskolnikov, de Crime e Castigo.
Questões muito complexas e profundas, que nunca conseguiram ser
vislumbradas mesmo pelos altos escalões da esquerda, que dominou a
crítica literária por décadas – mesmo o grande crítico literário
marxista Georg Lukács encontrava mais eco sobre o realismo objetivo em
Balzac, Dostoievsky e Thomas Mann do que nos bastiões da ficção do
“realismo socialista”. Como bem dizia uma piada dos países do Leste, no
impressionismo você pinta o que sente, no expressionismo você pinta o
que vê e no realismo soviético você pinta o que mandarem você pintar.
É comum à esquerda vender suas teses em tratados abstratos sem
conexão com a realidade (suas elucubrações sobre “desigualdade” e
“estupro”, mas sempre passando a mão na cabeça de burocratas milionários
e estupradores da vida real) ou em narrativas simplórias de “menino
pobre que matou o menino rico pela falta de oportunidades”. Nunca vemos
dialética interna, nunca uma dúvida ou conflito.
Não vemos nunca entre intelectuais de esquerda, sejam os Negris ou os
Saderes, personagens complexos como Settembrini, o racionalista da
modernidade liberal, e o soturno Naphta, jesuíta comunista e ocultista,
da Montanha Mágica de Thomas Mann. Ambos reunindo contradições
dentro de si, mas também postos em disposição que permanentemente os
testa. Settembrini, otimista celebrador da vida, está na verdade às
portas da morte, e seu cosmopolitismo é uma forma provinciana de
eurocentrismo. Também Naphta, que se alimenta do fanatismo religioso, da
impessoalidade e da valoração excessiva da morte, nunca se cura, mas
também nunca se entrega a seu dogma de fé na morte por inteiro. É quem,
afinal, está de verdade escandalizado pelo horror que é perceber que ser
homem é também ser doente, e que uma vitalidade verdadeira é sua
aspiração secreta.
Sem reeducar o imaginário, sobretudo com a ficção complexa, dos
clássicos e dos modernos, não teremos saída senão o mundo platiforme da
esquerda, que se julga justamente mais “crítico”, “racional” e “justo”
justamente por não conhecer nada além de sua auto-congratulação
umbigocêntrica – crendo exatamente por isso que é possui mais
“diversidade”, “tolerância” e menos “preconceito” que seus adversários,
que ataca sem conhecer.
Por ora, a esquerda, mesmo pavimentada de boas intenções, tem um
problema de visão: só enxerga o que está em sua clave de injustiças, não
vendo problema nenhum no mundo fora do tripé de indignação seletiva. E
julga que quem não veste o mesmo cabresto só pode ser um obscurantista
irracional.
É fácil se assustar com o capitalismo e a direita liberal ou
conservadora pelo que a esquerda fala dela. Ou atribuindo suas
características às frases mal formuladas, a histrionismos de ocasião,
aos discursos enfezados e atípicos de políticos sem papas na língua, sem
saber o que é de fato a liberdade que permite que países como a Suíça
sejam a Suíça – e por que ela odeia a esquerda.
Fica um convite para os racionais que ainda creem no planejamento
reformador, no centralismo burocrático e no progressismo seletivo da
esquerda: conheçam o capitalismo, e saibam o que é de fato a direita
liberal ou conservadora. Do contrário, seu destino é apenas a indignação
modelo Sara Winter: uma loira, rica, magra, famosa e que alguns
consideram atraente, protestando jurando a si mesma que é uma “minoria”
vítima de injustiças.
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